
É uma triste noticia e algo inesperada. A Marussia anunciou o fim da equipa devido a falta de fundos para continuar o projecto. A equipa entrou em falência há 2 semanas, mas muitos (nós incluídos) acreditavam que a equipa conseguiria dar a volta mais facilmente que a Caterham, pois a evolução muito positiva, num curto espaço de tempo mostrava que a estrutura tinha potencial para continuar.
Mas hoje fomos apanhados de surpresa com a noticia que a equipa iria terminar definitivamente, com cerca de 200 pessoas a perderem os seus postos de trabalho. A equipa anunciou que tentou encontrar investidores, mas estes não foram encontrados a tempo e como tal a equipa cessará funções, não participando nas últimas rondas do campeonato.
É um desfecho triste para uma equipa que sempre lutou muito contra as adversidades e não foram assim tão poucas. Aliadas às dificuldades inerentes de viver num mundo de muitos milhões, com apenas tostões e de ainda assim tentar evoluir e crescer, ainda tiveram de sofrer dois enormes reveses com os acidentes de Maria de Villota e de Jules Bianchi.
Mas ainda assim, a equipa foi avançando e conseguiu este ano os primeiros pontos na F1, o que assegura por enquanto o 9º lugar do campeonato de construtores, a melhor posição de sempre da equipa. Com a Sauber sem capacidade para pontuar e a Caterham com grandes dificuldades financeiras, depois da saída de Tony Fernandes, tudo estava encaminhado para esta “vitória”. Mas a situação insustentável da F1, com uma péssima distribuição do dinheiro levou a esta situação.

Para além da perda ao nível desportivo, há que pensar nas 200 famílias que vão sofrer com o despedimento dos trabalhadores, que por certo muito deram à equipa. Este é um alerta grave para a F1. Todas as medidas que foram anunciadas tem de começar a ser implementadas, senão mais equipas e mais pessoas irão sofrer com esta situação.
Para já o futuro da estrutura é incerto, havendo vários interessados em comprar a equipa mas nada estando certo ainda. Numa época tão boa ao nível desportivo, acabar assim é muito mau. Ver a Caterham a ter de recorrer ao Crowfunding para tentar ir à última corrida do ano é um cenário que tem definitivamente mudar. As entidades responsáveis tem de assumir as culpas e melhorar as condições. A F1 precisa também das equipas pequenas.
Fábio Mendes