Entrevista Chicane / Vila Real Racing com Dušan Borković

DusanCom o WTCC quase a começar, importa conhecer os pilotos e saber quais são as suas opiniões. Tivemos o privilégio de ver as nossas perguntas respondidas pelo piloto sérvio Dusan Borkovic, que este ano irá correr pela Proteam num Honda Civic.

Borkovic iniciou-se cedo nas competições. Com 10 anos começou nos karts e foi campeão da Sérvia de 1995 a 2000. De seguida passou para a “small N”, passando em  2003 para a categoria rainha da sérvia (“National Class-Hybrid”). De 2004 a 2008 obteve o maior numero de vitórias na história da competição e em 2010 começou a fazer rampas, sendo campeão sérvio nesse ano. Competiu no Campeonato Europeu de Rampas em 2011, conseguindo o segundo lugar nesse ano e vencendo a competição em 2012. 

Em 2013 teve a oportunidade de correr no ETCC, onde conseguiu 5 pódios e uma vitória, acabando o campeonato em 3º (correu inicialmente com um SEAT Leon TSFI e mudou para um Chevrolet Cruze LT).

Em 2014 deu o ambicionado salto para o WTCC, correndo pela Campos Racing, acabando em 14º com um pódio no Japão. Esta primeira época serviu de ambientação à competição e às pistas e  o piloto já avisou que quer mais em 2015.

 

Eis as respostas de Borkovic às nossas questões:

 

 

KARTING (3)Começou muito cedo a competir nos desportos motorizados. De onde vem essa paixão pelo desporto?

O meu pai competiu em corridas de motos e camiões e foi campeão da ex-Jugoslávia. Os meus pais contaram-me que não conseguiam pôr-me a dormir sem que me levassem a dar uma volta de carro. Quando era um miúdo de 1 ano, o meu pai recorda-se de eu lhe dizer que queria ser campeão. Penso que não sabia exactamente em que desporto, mas como ficou provado mais tarde, sou muito competitivo e tenho o desejo de vencer no desporto motorizado. Quando tinha 8 anos assistia às corridas de camiões, que eram seguidas depois pelas corridas de karts. No ano seguinte eu implorei ao meu pai para me comprar um kart para correr. Depois de algum tempo a convence-lo, ele deu-me 2 karts profissionais e comecei a competir na Jugoslávia, desde 1994.

 

A sua estreia no ETCC foi muito bem-sucedida. O que o levou a mudar-se para os turismos?

ETCC BrnoCompetir nos turismos sempre foi o meu objectivo, especialmente a nível mundial. Apenas não tive a oportunidade de o fazer antes de 2013. Por causa dos meus bons resultados, recebi grande apoio do meu país e patrocinadores, e a minha equipa e eu finalmente decidimos mudar para corridas de circuito a nível europeu. O ETCC é como o WTCC: tem uma boa cobertura jornalística e para os patrocinadores é o mais importante. Os meus fãs também gostaram.

 

Que avaliação faz da sua época de estreia no WTCC?

Muito turbulenta 🙂 Comecei muito bem. Na primeira vez numa corrida do WTCC estar na Q3, no top 5 dos pilotos do Mundo, foi só um sonho para mim. Fiz esse grande resultado, mas depois apareceram alguns problemas com o carro e outras dificuldades técnicas. Os meus objectivos para 2014 eram conhecer as pistas, o sistema e ficar a saber como funcionam as equipas… habituar-me a tudo. Senti que era rápido, mas existiam muitos problemas e duas grandes desqualificações que me afectaram muito. Consegui fazer desaparecer tudo e mostrar do que sou capaz de fazer em Suzuka, ao terminar em 2º na segunda corrida e todo trabalho árduo foi recompensado. No geral, foi uma experiência única e estou esperançado em não repetir nenhum erro e apenas usar o que aprendi para conseguir um grande resultado esta época.

 

HungaroringOs carros são difíceis de conduzir? Adaptou-se bem às novas máquinas?

Para mim, como já mencionei, tudo foi novo. Em geral adapto-me muito depressa aos carros de corrida. Todo o carro, à sua maneira, é interessante. Eu estava, e estou muito contente por poder competir no mundial de turismos, por isso todas as dificuldades se tornaram em excitação, que eu valorizo, fazendo questão de aprender o máximo que consigo com isso. O maior problema é que o campeonato como um todo, é muito duro. Todos são rápidos e precisa-se de conhecer a sério o carro para conseguir tirar o máximo partido dele.

 

Como é o ambiente no WTCC? Há muita rivalidade entre os pilotos?

É claro que existem rivalidades, mas também é bom sermos como uma grande família, que está muito tempo junta e partilha os mesmos objectivos. Vencer e promovermo-nos, promover os patrocinadores e o WTCC por todo o Mundo.

 

WTCC SuzukaNo ano passado qual foi o ponto alto da época? E o mais baixo?

O ponto mais alto foi definitivamente o pódio conquistado em Suzuka. O mais baixo foram as duas desqualificações, especialmente na Hungria onde tinha conquistado a 10ª posição na Q2 e como tal a pole position para a corrida 2. Os oficiais julgaram o chão do carro mais baixo do que as regras permitem e eu comecei as duas corridas da última posição. Foi um golpe baixo e afectou-me muito durante todo o resto de época.

 

A mudança para um carro Honda dá-lhe mais garantias de pontuar?

Espero que sim. Por agora, depois da adaptação e meio dia de testes, as sensações no Honda são as melhores. Eu tenho apenas um pequeno problema em conseguir ter uma boa posição de condução, já que tenho 2.07m de altura. Mas a Proteam e a JAS Motosport estão a trabalhar muito com a FIA para resolver a questão.

 

WTCC SlovakiaO ano passado Michelisz foi o melhor “não-Citroën”, à frente dos carros oficiais da Honda. Espera conseguir o mesmo?

Os meus objectivos são muito altos e tudo é possível.

 

O Honda Civic WTCC está mais forte e na sua opinião, pode competir com o C-Elysée?

Todas as equipas trabalharam muito no Inverno para apanhar a Citroën. Vamos ver na Argentina quem fez o melhor trabalho. Eu acredito no esforço da Honda.

 

Em 2015 vão pela primeira vez a Nordschleife, um circuito mítico e difícil. Qual é a sua opinião sobre a pista? Achas que vai ser o momento alto do ano?

Todos os fins-de-semana de corridas são diferentes e têm pontos altos que adicionam valor ao WTCC. Penso que Nordschleife será muito difícil e definitivamente único no WTCC.

 

HIll CLimbO que acha do traçado de Vila Real? Como se vai preparar para correr numa pista onde nunca esteve?

Eu adoro Portugal e corri na Rampa da Falperra no FIA Hill Climb Championship em 2011 e 2012. Também venci lá com o meu Mitsubishi Evo 9. Portugal tem bons fãs, boa energia e mal posso esperar por essa corrida. Em termos da pista, vou fazer como fiz durante toda a época de 2014, onde não conhecia 90% dos circuitos: Simulador e Youtube.

 

Quando é que teremos uma ronda sérvia no WTCC?

Boa pergunta. Espero que seja daqui a pouco tempo. O governo sérvio está a trabalhar para encontrar investidores e fazer uma pista adequada. Seria muito bom ter uma corrida caseira.

 

hiilclimbJá competiu em Hill Climb, rally e turismos. Qual é a sua modalidade preferida?

Turismos, claro.

 

Qual é a sua pista preferida?

Suzuka e Spa-Francorchamps. Infelizmente, ambas não fazem parte do calendário este ano.

 

Haveria outra categoria do desporto motorizado que gostava de experimentar?

Eu também gosto bastante do WRC e NASCAR. Gostava também de competir no Dakar para o fim da minha carreira.

 

WTCC FranceTem algum ídolo ou piloto de referência?

Sebastien Loeb. Penso que ele é o piloto mais completo do Mundo de sempre. É uma honra correr com ele no WTCC.

 

Se pudesse comprar qualquer carro à face da Terra, qual escolhia?

Já conduzo o carro dos meus sonhos – Nissan GTR. Adoro desportivos e gostaria de ter muitos na minha vida.

 

Por fim, tem alguma mensagem para os fãs portugueses?

Obrigado pelo seu apoio e não posso esperar por vê-los em Vila Real.

 

 

 

Fábio Mendes

Pedro Mendes

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