CNR – Rally Serras de Fafe 2015: Ricardo Moura vence com “casa cheia” em Fafe.

10350626_763742940389152_7999021679249902594_nFoi de festa que começou e terminou o Rally Serras de Fafe, prova inaugural do CNR 2015, com a DemoPorto, organizadora do evento, a proporcionar um cartaz que ao longo de dois dias levou muita gente junto das especiais, dando um colorido como há muito não se via nos campeonatos nacionais de ralis.

Mais uma vez a preocupação de colocar os troços próximos uns dos outros, tornou prático para os adeptos da modalidade acompanharem grande número das especiais “in loco”, sendo milhares os presentes neste rally sempre espectacular.

A lista de inscritos era de luxo, pois além dos habituais candidatos que alinharam na temporada passada, este início de campeonato teve ainda uns “miminhos” extra que esperemos que sejam para continuar. Miguel Campos alinhou num espectacular Peugeot 208 R5 (sendo um crónico candidato a vencer em todas as provas nacionais que participe), uma montada capaz de se bater com Ricardo Moura, Pedro Meireles e João Barros que tinham sido os grandes protagonistas da temporada de 2014. Quem está de regresso a tempo inteiro aos ralis é “Zé” Pedro Fontes e ao volante também ele de um Citroen Ds3 R5, também aqui a marcar presença para uma temporada que promete grande animação.

10408837_763744740388972_5505865458306916048_nEstes eram os nomes a ter em conta na luta pela vitória no CNR. Tínhamos ainda Joaquim Alves e Carlos Martins a fazerem a sua estreia com carros da categoria RC2, ambos em Skoda S2000, bem como o regresso de Paulo Meireles ao activo, correndo com um Fiesta R5 alugado a RMC Motorsport.

O primeiro dia de prova continha duas especiais nocturnas, com uma dupla passagem pelo troço do Confurco, na sua versão mais curta, o mesmo usado nas três edições do Fafe Rally Sprint. Em todo o caso na PEC1 a especial foi neutralizada por despiste de Diogo Salvi, na subida após o asfalto, na famosa reentrada na terra. O piloto cortou demais a primeira esquerda e bateu forte numa pedra, imobilizando o Fiesta R5 que nunca mais se mexeu, bloqueando a passagem a toda a gente. O troço foi canelado, e todos os participantes fizeram o mesmo mas apenas como ligação. Este não era de todo o inicio mais aguardado pelos milhares presentes ao longo da especial.

A segunda passagem já sem problemas, foi vencida por Ricardo Moura, batendo por um segundo João Barros e deixando Miguel Campos a 4´s na terceira posição.

11070443_763743917055721_4239030834206128627_nO segundo dia de prova oferecia mais 4 troços, também eles bem conhecidos de pilotos e adeptos. Na parte da manha tivemos as duplas passagens por Lameirinha (versão completa) e Luilhas, sempre muito difícil e exigente, como se comprovou.

A primeira passagem pela lameirinha trouxe um Zé Pedro Fontes ao ataque, vencendo e deixando os primeiros todos muito próximas na geral. Azar nesta especial foi para João Barros, que na entrada do asfalto do Confurco deixou o carro escorregar demasiado batendo com a traseira do seu Fiesta nos limites da estrada, partindo a jante que resultou num furo, e perda de 1:12m, que deitava por terra as aspirações em vencer a prova.

Que ficava por terra na especial era Carlos Martins com problemas no Skoda S2000.

Barros foi para Luilhas para se vingar do seu azar da PEC anterior e venceu, deixando Moura a 3,6´s e Campos a 4´s exactos. Este troço para muitos um dos mais espectaculares e exigentes “das Serras de Fafe” voltou a fazer vítimas, desta vez Zé Pedro Fontes, que teve problemas com a direcção assistida do seu Ds3 perdendo cerca de 1:40m e era mais um nome a ficar arredado da luta pela vitória. Pedro Meireles também perdia quase 1 minuto, e dizia adeus desta forma a tentativa de revalidar a vitória de 2014. Num rally muito exigente, os duros troços de Fafe iam começando a fazer moças e a seleccionar quem poderia vir a vencer a prova.

11054364_763744507055662_863781927337510661_nA segunda passagem pela Lameirinha foi discutida taco a taco com Miguel Campos a bater Moura por escassos três décimos de segundo e Barros por 1,8´s. Ritmos muito próximos entre os três pilotos que se mostravam ser os mais rápidos.

Em Luilhas 2, voltamos a ter os três protagonistas em acção. Barros e Campos fazem exactamente o mesmo tempo enquanto Moura ficava a apenas 0,7´s, que foi o tempo que separou os três pilotos nesta especial. Simplesmente fantástico o que se via acontecer em Fafe.

Ainda assim, era o piloto Açoriano que chegava à liderança no final dos troços da manha, com Miguel Campos a seguir de perto o líder. Já João Barros apesar do grande ritmo imposto, o atraso após o furo na Lameirinha, colocava-o fora da luta pela vitória.

A parte da tarde tínhamos três passagens por Montim e Ruivães, seis troços que iram decidir o vencedor final.

Barros, Moura e Campos continuavam intratáveis na luta pelas 604112_762990357131077_4153744914389055435_nvitórias nas especiais, que lembramos dá 0,5 pontos para o campeonato por cada vitória. Em Montim1, desta vez foi um empate entre João. Barros e R. Moura enquanto M. Campos ficava a apenas 0,3´s dos dois. Estava ao rubro o rally, e os fãs entusiasmavam-se a cada passagem dos pilotos, num ambiente como há muito não se via no nacional de ralis.

Na primeira passagem por Ruivães, Ricardo Moura conseguiu abrir um pouco as diferenças para M. Campos, ganhando 5´s segundos ao piloto do Peugeot 208 R5, dilatando um pouco mais a sua distância na frente da prova.

Mais atrás vinham alguns pilotos com problemas. Zé Pedro Fontes nunca mais conseguiu rodar entre os mais rápidos, perdendo sistematicamente tempo para os homens da frente, bem com Pedro Meireles que também sentia dificuldades em impor o seu S2000 face aos R5 mais evoluídos.
Em Montim 2 era J. Barros que vencia de novo, mas o principal dado era a distância entre Moura e Campos ser cada vez mais dilatada, com 18´s a ser a margem de diferença entre os dois, quando faltavam apenas 3 PEC´s para o final do rally. O pêndulo inclinava-se cada vez mais para o piloto da ARC.

Se as coisas estavam a ficar decididas, mais ficaram em Ruivães 2, com Ricardo Moura a dar praticamente a machada final em Miguel Campos, vencendo a especial e dando mais 5´s de distância, que já ia em 24´s na geral.

11071600_762987340464712_8079414106878395260_nAs duas últimas especiais da prova foram um gerir de diferenças entre toda a gente, com Ricardo Moura confortavelmente na frente do rally, sem arriscar nada, levando o seu Fiesta R5 a vitória final, com Miguel Campos a não arriscar também nas derradeiras PEC´s, não pondo em causa assim o bom 2º lugar final.

Destaque ainda para a vitória na última especial para Zé Pedro Fontes, mesmo com muitos problemas no carro.

Assim sendo a vitória foi para Ricardo Moura, que vence desta forma a primeira vez o Rally Serras de Fafe, deixando o regressado Miguel Campos em segundo lugar a 25´s do vencedor. João Barros acabou por ser um a agradável surpresa, sendo inclusive o piloto a vencer mais especiais (foram 5 ao todo), terminando em 3º. Não fosse o azar logo na especial inaugural do segundo dia e teríamos decerto um Barros a lutar pela vitória final.

O campeão nacional Pedro Meireles não foi além de um 4º lugar final, a mais 3 minutos do vencedor. Uma grande diferença que pode também ser justificada pelo facto de o piloto de Guimarães não estar a correr com o mesmo carro da temporada passada, deixando também transparecer as diferenças entre os S2000 e os novos R5, sendo este últimos muito mais competitivos.

11060963_763176437112469_7809238189511299280_nQuem realizou um grande Rally um grande rally foi Adruzilo Lopes, que de novo ao volante do Subaru Impreza R4 deslumbrou, realizando mais uma grande demonstração de classe, mostrando que tanto ele como o CNR mereciam que este tivesse ao seu dispor de uma montada capaz de lutar pelo título absoluto.

Classificação geral final:

http://cnr.cronobandeira.pt/index.php?lang=0&evento=1&local=250&rfr=1&idx=1

Nas duas rodas motrizes o destaque vai para João Ruivo, que realizou uma grande prova, batendo toda a concorrência sem apelo nem agravo, levando o seu Clio R3 ao lugar mais alto do pódio. Marco Cid foi 2º e Paulo Neto fechou os lugares do pódio na categoria.

Destaque para a presença de Max Vatanen que foi segundo nos carros de tracção frontal. Embora não conte para o campeonato nacional, não foi capaz de bater o português João Ruivo, que se mostrou extremamente forte a o longo de todo o rally.

Foi assim a primeira prova do CNR de 2015 campeonato que promete muita luta pela vitória final, com vários nomes em cima da mesa a serem apontados á conquista do cetro.

Muito publico, muito espectáculo, e dois dias de puro rally. Foi assim Fafe, como é sempre, uma paixão sem fim pelos ralis.

A próxima prova é o Rally de Guimarães entre os dias 10 e 11 de Abril.

Até lá…if in doubt flat out!!

Fotos: Retiradas da página de Facebook: Doidos por Rally.

 

Carlos Mota

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