F1 para mulheres? Mais uma “Bernice”?
O homem está imparável. As ideias surgem em catadupa e parece que lhe apanhou o gosto. Esperemos que no meio de tanta ideia saia algo de jeito, mas por enquanto é curto. A última ideia é criar uma F1 para mulheres. Para um desporto que tenta escapar ao rótulo de sexista, sair com esta ideia em público é mais uma jogada de mestre.
Primeiro, é verdade que a F1 pode ser sexista e dificultar a entrada de mulheres. Mas ultimamente que mulheres se têm evidenciado no panorama do desporto motorizado que mereçam a entrada na F1? A nosso ver apenas uma… Simona de Silvestro e mesmo assim a decisão teria de ser cuidadosamente avaliada. Susie Wolf, por muito que custe admitir, não terá o andamento pretendido pela equipa e daí a necessidade de ir buscar Sutil para piloto de reserva. Se ela fosse realmente boa acham que a equipa se dava ao trabalho de ir buscar o alemão? Carmen Jordá, a nova cara da Lotus, não deverá aspirar mais do que uma ou duas sessões de treinos. Porque é mulher? Não, porque não tem qualidade para mais e para comprovar isso basta ver o seu historial. As mulheres querem igualdade no desporto e nós defendemos isso também. E como tal não podemos elogiar Jordá se ela não tem qualidade para isso. É de facto bem mais agradável vê-la no ecrã do que Maldonado, mas não é por isso que merece um lugar na F1. Como tal a ideia de fazer uma Formula 1 feminina vem mesmo dizer “ok elas são giras e gostamos delas, mas como não conseguem andar na F1 fazemos-lhes este mimo”. Não faz sentido e nem as pilotos em questão deverão olhar para a ideia com agrado.
Se a F1 foi capaz de colocar um adolescente de 17 aos comandos de um F1, porque ele tinha realmente qualidade, não me espantaria nada que fizessem o mesmo com uma mulher, caso ela tivesse qualidade para tal. Nesta altura creio que não é uma questão de géneros ou idades mas sim de qualidade e…dinheiro. Agora admito que o caminho até ao topo seja ainda mais difícil para elas e é ainda mais verdade que alguns pilotos que se sentaram em monolugares da F1 tinham tanta ou menos qualidade que as pilotos que referimos e que talvez seja mais fácil para um piloto arranjar patrocinadores, do que para uma mulher com as mesmas aspirações. Mas mesmo assim não devem ter um tratamento diferenciado. Não é bom para elas, para nós e para a F1. Senhoras, nós queremos ver-vos na F1, mas sem favores. Não concordamos portanto com a criação de uma serie que seria sempre secundária. As mulheres que mostrem qualidade para tal, merecem ter lugar na F1 e não numa categoria de “faz de conta”.
Nico Rosberg está em baixo.

Os testes até correram de feição e o homem parecia estar lançado para mais uma boa época. Mas até agora nada disso se viu. Nico Rosberg tem sido “engolido” pelo seu colega de equipa e na última corrida até o Ferrari de Vettel passou por ele, qual faca quente em manteiga. Admito que ainda é cedo para avaliar a fundo o desempenho do alemão e é sempre mais seguro deixar este tipo de julgamentos depois das 4 primeiras provas do ano. Mas parece claro que Rosberg está longe do andamento do ano passado. E com isso perde a F1. A Ferrari ganhou em Sepang mas não se espere que as condições da corrida malaia se repitam muitas vezes para que a luta pelo campeonato seja entre Ferrari e Mercedes. Ainda é cedo para isso e não se pode exigir isso à Scuderia para já. O prato principal continua a ser Hamilton vs Rosberg e por enquanto o alemão ameaça desiludir. Hamilton está muito bem e mantém a forma do ano passado, mas sem concorrência de um “Rosberg versão 2014” a questão do titulo deverá ser rapidamente encerrada.
Na ultima corrida viu-se um Rosberg desconcentrado, confuso, pouco rápido, pouco aguerrido. E tudo isso são maus sinais para o campeonato. Mas acreditamos que a primeira vitória do alemão mude radicalmente o seu foco.
Sempre dissemos que Rosberg não tem a qualidade de Hamilton, mas a sua inteligência e calma em pista deveria fazer-se notar mais e serem um trunfo a favor do alemão. Mas as suas reacções nos últimos dias mostram que de facto ele não está bem. Não nos importávamos nada de voltar a ver uma luta como a do ano passado entre os dois.Mas por enquanto teremos de nos contentar em perceber se Rosberg é feito daquele material dos campeões, que dão a volta ao texto nos momentos menos bons. Ainda agora a época começou e Nico já tem uma prova complicada pela frente. Será ele capaz de conseguir superar as dificuldades?
Fábio Mendes