O WTCC foi até Nürburgring, na Alemanha, mas esta corrida não foi feita só no circuito de Grande Prémio. Foi usada a versão de Grande Prémio e o mítico Nordschleife. Pela primeira vez em 32 anos, um campeonato FIA passou pelo Nordschleife.
A junção dos dois circuitos deram um perímetro de 25.947 km, que também é usado para as 24 Horas de Nürburgring. A corrida teve três voltas.
Corrida 1

José María López (#37) foi imperial durante os treinos livres e a qualificação. O argentino fez um arranque impecável e manteve a liderança na primeira curva.
Hugo Valente (#7) prometeu muito nos treinos, ficando em 2º na grelha, mas fez um péssimo arranque e tocou em Norbert Michelisz (#5). Os Citroën de Sébastien Loeb (#9) e de Yvan Muller (#68) passaram para 2º e 3º, respetivamente.
Na primeira curva houve mais toques. Valente tocou noutro carro na curva 1 que o deixou atravessado em pista. O francês ainda tocou em Tiago Monteiro (#18), danificando-lhe um pneu.
Valente conseguiu de alguma forma recuperar o controlo do carro e antes de entrar na secção do Nordschleife, fez uma passagem agressiva a Sabine Schmitz (#8) (a piloto alemã, especialista no Nordschleife, que fazia a sua estreia no WTCC teve problemas com o desconhecimento geral do seu Chevrolet) e a Tom Chilton (#3), chegando mesmo a dar um toque.
Tom Coronel (#4) tocou em Grégoire Demoustier (#11) na primeira curva e foi para as boxes. Robert Huff (#12) também se juntou ao holandês, após ter problemas na partida com o seu Lada.
López fugia de Loeb e Muller, com Valente a continuar a sua recuperação, passando facilmente Tiago Monteiro (#18) na longa reta de Döttinger Höhe. O português recuperou a 9ª posição no início da segunda volta na curva Dunlop.
No “Michael Schumacher-S”, Valente perdeu o controlo do Chevrolet quando passou sobre o limitador e fez um pião, batendo depois na barreira de pneus, e acabava aí a sua corrida.
No final da segunda volta, Monteiro teve que entrar nas boxes para abandonar. O toque com Valente na primeira curva finalmente deixou o pneu furado.
Com o abandono do português, Sabine Schmitz subia ao 10º lugar. A alemã defendia-se do Lada de Jaap van Lagen (#46), que substituiu James Thompson na Lada, e que recuperava posições, mas a alemã não cedeu sob pressão e terminou em 10º, sendo assim a primeira mulher na história do WTCC a marcar pontos.
López foi absolutamente imperial e venceu a corrida 1, na frente de Loeb e de Muller. Três Citroën nos três primeiros lugares.
Michelisz teve que se defender de Gabriele Tarquini (#2) e de Ma Qing Hua até à meta. O húngaro levou o seu Honda ao 4º lugar (o melhor dos Independentes), com Ma a passar no último quilómetro Tarquini para chegar em 5º.
Atrás do italiano, ficaram Mehdi Bennani (#25), Stefano D’Aste (#26), Tom Chilton e a já referida Sabine Schmitz.
Corrida 2

Para esta corrida Tiago Monteiro (#18) partiu da pole. Tom Chilton (#3) foi forçado a abandonar com o radiador perfurado. Hugo Valente (#7) também não iniciou a corrida, após o acidente na corrida 1.
Apesar de ter sido declarada uma corrida com chuva, esta foi demasiado tímida para causar problemas.
Monteiro conseguiu um bom arranque, enquanto que Tom Coronel (#4) perdeu duas posições para Gabriele Tarquini (#2) e Yvan Muller (#68). O francês rapidamente passou Tarquini para chegar ao 2º lugar.
Um toque de Norbert Michelisz (#5) em Ma Qing Hua (#33) deixou-o com o Honda demasiado danificado para continuar.
As posições mantiveram-se estáveis até Döttinger Höhe, quando Yvan Muller passou facilmente Monteiro para chegar à liderança. Mais atrás, Mehdi Bennani (#25) e Ma Qing Hua passaram Coronel.
No início da segunda volta, José María López (#37) e, pouco depois, Sébastien Loeb (#9) também passaram por Coronel.
As ultrapassagens nesta corrida ficaram quase exclusivas à reta de Döttinger Höhe e à descida para Tiergarten. No final da segunda volta, Ma passou Bennani e chegava ao 4º lugar.
No início da última volta, López ficou por fora na primeira curva com Bennani e passou logo a seguir por dentro. Loeb rapidamente seguiu o seu colega de equipa e também passou Bennani.
Ma cometeu um erro em Flugplatz, fez um pião e bateu na barreira, mesmo à frente de López, sendo forçado a abandonar.
Muller começava a ter dificuldades na última volta e sentia muita pressão de Tiago Monteiro, que por sua vez era pressionado por Gabriele Tarquini, mas o italiano rapidamente ficou com José María López nos seus espelhos.
Monteiro não conseguia estar suficientemente perto de Muller para o atacar, e em Döttinger, López usou toda a potência do seu Citroën para passar Tarquini e Monteiro, passando de 4º para 2º.
Em Tiergarten, López travou tarde, mas já não havia espaço para surpreender Muller, que venceu a corrida com apenas uma décima de segundo para López, que completou uma boa recuperação após começar em 10º.
Imediatamente atrás dos dois Citroën ficaram Tiago Monteiro (a fechar o pódio), na frente de Gabriele Tarquini.
Sébastien Loeb foi 5º, na frente de Mehdi Bennani (o melhor dos Independentes). O Top 10 ficou completo com Robert Huff (#12), Tom Coronel (#4), Jaap van Lagen (#46) e John Filippi (#27).
A próxima dupla jornada está marcada para a Rússia, no Moscow Raceway (7 de junho).
Jorge Covas