
Este é provavelmente o GP que todos esperam. Para muitos é “o” Grande Prémio. O que define a F1. O traçado mantem-se quase inalterado desde a primeira corrida em 1929. A pista não admite erros. Cada volta tem de roçar a perfeição. Cada erro é pago nas protecções da pista. Não há escapatórias. A concentração tem de ser máxima a cada curva. É o verdadeiro teste aos pilotos. As máquinas quase ficam para segundo plano. Neste traçado é o talento que conta.
A pista de Mónaco viu muitos heróis serem coroados, ou penalizados. Os grandes nomes da F1 fizeram-se pelas ruas do bairro de Monte Carlo. Senna deu nas vistas nesta pista. A mesma não lhe perdoou o erro quando bateu na curva “Portier”, perdendo a corrida que liderava com larga margem. Foi nesta pista que o mágico Villeneuve mostrou todo o seu talento, que o Professor Prost ganhou por quatro vezes, o barão vermelho Schumacher 5, e o Rei Senna 6.
Nomes como Beau Rivage, La Rascasse, Casino fazem-nos vibrar. As sucessivas curvas apertadas com o apogeu no gancho Grand Hotel. O túnel onde o som dos carros a chegar aos 300 faz (ou fazia) arrepiar.
Mónaco é um mundo e uma mística que não se encontra em outras pistas. Se não fosse pela história, de certeza que já teria sido riscada do calendário por motivos de segurança. Mas a F1 sem o Mónaco não faz sentido.
É finalmente chegada a hora de voltar a viver estes momentos.

Para este ano a luta Hamilton vs Rosberg será o ponto de interesse maior. O alemão reencontrou-se com as vitórias em Espanha e costuma dar-se bem em Mónaco. Já Hamilton chega com contrato renovado com a Mercedes e a “exigência” de ser ele o primeiro em pista na qualificação para não voltar a ser penalizado com uma possível brincadeira de Rosberg. O germânico poderá vencer pela 3ª vez seguida e igualar assim o feito de grandes nomes da F1. Já para Hamilton Mónaco é uma “pedra no sapato”. A pista onde o seu grande ídolo mais brilhou não costuma ser acolhedora para o britânico que apenas venceu uma vez no principado.
Mas num traçado tão especifico é complicado atribuir favoritismos. Quem larga da pole tem fortes hipóteses de vencer (vantagem teórica de 0.7 seg à partida), uma vez que as ultrapassagens são muito difíceis. E nesta pista o factor motor tem menos preponderância e quem tiver o melhor chassis terá vantagem. Mercedes e Ferrari deverão ser os que melhor se vão dar nas ruas monegascas.
Há no entanto curiosidade para ver a Toro Rosso. Os jovens pilotos terão de enfrentar as apertadas curvas do traçado num F1 pela primeira vez. Sainz e Verstappen têm estado bem e correspondido às expectativas mas o Mónaco é um dos testes de fogo. Pelo que mostraram parecem estar à altura. E como o carro está bem é mais um factor a acrescentar a um possível brilharete. Do outro lado a Red Bull mantém a busca por melhores resultados e melhor andamento e so o talento de Ricciardo poderá valer.
Como é uma pista que exige mais do chassis do que do motor será interessante ver quais as equipas que conseguem aproveitar melhor. Williams e Lotus deverão aparecer em boa forma. Já a McLaren que começa a dar os primeiros sinais de impaciência tem uma oportunidade de ouro para pontuar…Isto se o chassis for realmente tão bom quanto o dizem, algo que ainda não se viu.
Dados estatísticos da pista:
Volta: 3,34 Km
Distância de corrida: 260.52Km
Nº de voltas: 78
Nível de Downforce: Máximo
Consumo por volta: 1.2 Kg
Pneus: Soft e Super Soft
Traçado da pista:
Lista de vencedores
Onboard da pista:
No ano passado foi assim:
Fábio Mendes