Ainda na ressaca do fantástico fim de semana vivido em Vila Real, é tempo de fazermos um balanço destes 4 dias. Dias intensos, repletos de festa, competição, calor e…sorrisos.
Quando soubemos da vinda do WTCC para Vila Real, a nossa reacção foi um misto de alegria e apreensão. Receber um campeonato do mundo era algo que o traçado de Vila Real merecia há muito tempo, mas a rapidez com que tudo aconteceu fazia-nos recear de alguma forma que pudesse haver falta de preparação. Já é sobejamente conhecida a forma como a FIA e a Eurosport Events são exigentes a todos os níveis. Mas somos portugueses e quando temos vontade e ambição, dificilmente nos param. E foi o que aconteceu. A Câmara Municipal de Vila Real, na pessoa do Engº Rui Santos, que aceitou o desafio, tal como o APCIVR e o CAVR, entre outras entidades, conseguiram organizar um evento desta magnitude, sem grandes erros. E como tal, estão todos de parabéns. As entidades responsáveis cumpriram com tudo que foi exigido com rigor e profissionalismo, numa estreia memorável. Foi um desafio grande e muito exigente mas todos passaram com distinção este teste. Há motivos para nos orgulharmos da organização.
A cidade também está de parabéns. Soube esquecer os constrangimentos que um evento deste género provoca e recebeu a caravana do WTCC de forma calorosa. Era notória a satisfação dos pilotos e dos membros da Eurosport Events. O banho de multidão na quinta, foi a prova que a cidade vive o desporto motorizado de forma diferente. E nos restantes dias os números foram aumentando sempre. Desengane-se quem pensa que por algumas bancadas estarem mais despidas de publico que não havia gente a ver. Nós, que percorremos o circuito todo, vimos que havia zonas lotadas. E no domingo isso ainda foi mais claro. Se dúvidas havia que as corridas estão no ADN das gentes do Norte, essas dúvidas ficaram dissipadas com o WTCC. Façam as contas ao número de pessoas que foram ver o WRC e o WTCC. Parabéns a todos os que viram ao vivo as corridas e enfrentaram o calor abrasador (sim é necessário repensar o calendário da prova… por muito que se goste de corridas, enfrentar quase 40 graus de temperatura é difícil para todos). Com temperaturas mais amenas, as bancadas tinham enchido por certo. Foi também muito bom voltar a ver as corridas dos campeonatos nacionais de volta à TV. Algo que já não acontecia há muito tempo e que graças à vinda do WTCC a Trás os Montes, voltou a ser possível.
Foi pena que a corrida 1 tivesse pouca história e que a 2 acabasse mais cedo que o previsto. O problema das chicane foi muito falado e mudando alguns pormenores da pista, é possível que esta se torne ainda melhor e que permita mais ultrapassagens. Mas corridas são corridas e não é por estas terem sido pouco animadas que se deve apontar o dedo ao que se passou. A festa foi grande, os pilotos adoraram o traçado e os organizadores da competição querem mais Vila Real. Ainda vamos ver grandes lutas.
Para nós, foi uma oportunidade única. Dois anos de trabalho árduo, falando no máximo de modalidades que nos é possível, tentando sempre fazer o melhor, culminaram neste fim de semana e nesta espécie de prémio… ver as corridas por dentro. E se já éramos apaixonados pelas corridas, ficamos ainda mais. O ambiente que se vive é espantoso. A cumplicidade que se vive com pessoas que não conhecemos de lado nenhum é brutal. Falamos com os comissários de pista, que fazem um trabalho fantástico e muitas vezes são esquecidos. Nunca perderam a simpatia e o profissionalismo, trabalhando quase de sol a sol. Sem eles não havia corridas. Obrigado a eles também. Falamos também com fotógrafos que partilharam connosco histórias espectaculares.
E a cereja no topo do bolo. Ter oportunidade de falar com os pilotos. Aqueles que são as estrelas e que perderam um pouco do seu tempo para nos deixar as suas impressões. Relembramos a conversa franca e sem papas na língua com Pedro Salvador, a postura irrepreensível do Lobato, as dicas do Alonso, que nos foi dizendo sempre o que se passava, o Zé Pedro Fontes que também foi muito acessível. E os pilotos do WTCC. Ficamos agradavelmente surpreendidos pela forma como eles interagem com todos à sua volta. A enorme simpatia e humildade de Nestor Girolami, que foi a nossa primeira vítima. A honra que foi falar com José Maria Lopez em português e sempre com um sorriso nos lábios, a sorte que foi falar com Sebastien Loeb, piloto muito menos acessível mas que mesmo assim perdeu 2 minutos connosco, a honestidade brutal de Coronel, que muito nos fez rir, o humor de Chilton, a boa onda de Van Lagen e Catsburg, assim como de Bennani e Michelisz, não esquecendo Hugo Valente. E por fim Tiago Monteiro. A paciência de santo que o homem teve para responder a todos os pedidos de autógrafos e fotos. Uma simpatia quase sobre-humana. Mesmo depois da desilusão da corrida 2, havia filas para falar com ele e mesmo desalentado, não deixou de sorrir para os fã. Que senhor!
Foram 4 dias intensos, muito cansativos, mas que valeram a pena. 4 dias em que tentamos, com os poucos meios à disposição dar a conhecer o que os pilotos pensaram de Vila Real. Quisemos mostrar como é o WTCC por dentro e o que vimos. Tentamos o nosso melhor, dentro das nossas limitações mas acima de tudo divertimo-nos à brava. Acabamos estoirados mas com o sentimento de missão cumprida e de ter realizado um sonho. Obrigado a todos os que tornaram este sonho possível e a todos os que nos dirigiram palavras de apoio e apreço.
Fábio Mendes
Chicane Motores 
Muito bem, descrição detalhado.
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Uma coisa que é absolutamente indispensável garantir em eventos futuros é que as bancadas sejam cobertas. Passar o dia ao sol é uma tortura. Além de que as coberturas poderiam ser aproveitadas para publicidade…
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