Continuação da análise ao desempenho das equipas no GP da Hungria. Depois de termos falado do top 5, finalizamos com as restantes equipas. E há muito para analisar.
Lotus: Muito Mal…donado.

Quando homem resolve bater recordes é preciso ter cuidado. Não brinca e mostra que quer deixar a sua marca. 3 penalizações numa corrida é obra. Além disso, andou metido em sarilhos com Pérez sem necessidade. Se a Lotus queria a prova que Pastor traz mais dor que lucro, se calhar a corrida de ontem foi o suficiente. Muito mau. E nada temos contra o homem. Deve ser um tipo simpático. Mas piloto de F1… se calhar já é pedir demais. Grosjean seguiu o exemplo de Alonso e passou discreto mas eficaz. 7º lugar bem saboroso, que não foi sexto porque não havia carro para se defender de Hamilton. Bons pontos. Pudesse o seu colega de equipa fazer o mesmo e a situação da Lotus era bem mais confortável. No entanto, o desempenho geral da equipa continua a desiludir-me. Estava a espera de mais nesta fase.
Maldonado: nota 1
Gorsjean: nota 7
Lotus: nota 6
Sauber: Alguém os viu em pista?

Uma exibição sem sal por parte dos dois pilotos da equipa de Peter Sauber. Ericsson acabou nos pontos e isso é positivo, mas com outros argumentos e outra exibição de ambos, podia ter sido melhor. Se as desistências não tivessem sido em tão grande número, nem sequer de pontos estávamos a falar neste momento. Um fim de semana mau, com um resultado positivo. Nasr continua a ser de altos e baixos. E com o potencial que tem, é pena.
Ericsson: nota 5
Nasr: nota 4
Sauber : nota 4
Williams: O que foi feito do andamento de Silverstone?

Um fim de semana péssimo. Horrivel. Mau. Para uma equipa que mostrou ser capaz de colocar em sentido os Mercedes, chegar à Hungria e ficar fora dos pontos é sintomático. Massa, claramente abalado com a morte de Jules, não esteve em pista. Logo no inicio da corrida, ficar no lugar errado na largada, para um piloto com mais de 200 GP é sinal que algo está mal. E o seu ritmo foi péssimo. Tão mau que o piloto pediu desculpa pelo rádio. Já Bottas com furos e pit stops mal calculados pela equipa (mais uma vez a estratégia a deixar o piloto em maus lençóis), teve também um dia para esquecer. A equipa precisa de melhorar em certos pormenores para voltar ao topo. Dias maus acontecem e esta corrida foi exemplo disso. Mas custa mais não terem ido ao pódio em Silverstone do que terem falhado aqui. E custa mais ainda ver que a equipa não está a crescer como deveria.
Massa: nota 4
Bottas: nota 5
Williams: nota 4
Manor: Pelo Jules

A equipa continua a sua luta pela sobrevivência e mantém-se com as dificuldades que se conhecem. Mas este tempo todo esqueci-me que o esforço que a equipa está a fazer é também uma homenagem ao Jules e ao seu esforço por ter pontuado no Mónaco. Uma forma de mostrar que o seu talento permitiu que uma equipa resistisse à ganância dos velhos da F1. Custa ver os carros tão fora de ritmo, mas ao mesmo tempo é uma forma de reconhecimento pelo que Jules fez e pelo que podia ter feito. Este tempo todos esqueci-me um pouco disso, mas agora não me esquecerei mais. Podem levar 10 voltas de avanço. Mas pelo Jules, vale a pena andar lá, nem que seja para nos lembrarmos dele.
Não atribuímos nota à manor
Force India: B de “Bastante frágil”

A versão B do carro da Force India mostrou que tem potencial mas antes disso tem de ir ao ginásio puxar ferro. Na sexta uma quebra de suspensão levou Pérez a ver o asfalto mais perto do que gostaria, com o carro a virar-se depois de embater nos correctores. No domingo foi Hulkenberg que, do nada, ficou com a asa da frente metida debaixo do carro, embatendo com violência contra os pneus da curva 1. Por precaução a equipa colocou logo a asa antiga no carro de Pérez mas este, com problemas nos travões teve de abandonar também. É preciso que a equipa reveja o carro de cima a baixo. Estas falhas não são admissíveis. No entanto Hulkenberg continua a mostrar excelente forma. A ida a LeMans fez-lhe muito bem e tem sido dos melhores no grid. E estava à espera de mais do carro. Se estivemos meia época à espera disto… mais valia não ter criado expectativas. Mais uma vez a Force promete muito e dá pouco.
Hulkenberg: nota 7
Pérez: nota 6
Force India: nota 4
F1: Resposta às criticas

Não são duas excelentes corridas que vão mascarar o facto de que são necessárias medidas profundas para que a F1 volte a ser mais forte. No entanto, de cada vez que se critica fortemente a Rainha do desporto automóvel, temos sempre uma sucessão de corridas que fazem esquecer essas criticas. Não nos podemos esquecer que este desporto tem muito para dar. E as provas estão à vista. Se as mudanças certas forem feitas, vamos ter por certo muito espectáculo.
Fábio Mendes
Um pensamento sobre “F1: GP da Hungria – Análise às equipas (Parte II)”