Depois do resumo da prova, fechamos este capitulo do WRC com a análise aos pilotos.
Latvala:

Provou mais uma vez que o seu problema não é a falta de rapidez e voltou a demonstrar um ritmo que poucos, ou só mesmo Ogier, podem acompanhar. Quando não sai de estrada, arrisca-se a vencer como aconteceu. Dizer que “ele dominou de fio a pavio” até podia ser lógico, porque liderou praticamente todo o rally, mas as diferenças entre os dois homens da Volkswagen foi tão curta que por vezes nem a “um segundo” conseguiu chegar. Simplesmente incrível!
Latvala está verdadeiramente de parabéns, não só pela vitoria, pelos recordes que fez tombar na durante o rally, mas acima de tudo pela forma como deu a volta a uma temporada onde tudo lhe corria mal, aparecendo cheio de confiança, não cedendo à pressão exercida por Ogier e em momento nenhum vacilou. Simplesmente perfeito e teve de o ser pois atrás de si vinha um Ogier “com tudo” , mas desta vez, sem argumentos. Segunda vitória da temporada e já é segundo no campeonato. Ai se isto começasse agora!
Ogier:

Fez tudo o que podia, e a mais não era obrigado. O francês bem tentou mas o seu colega de equipa desta vez não vergou e venceu o “seu rally” “no braço”. Ainda assim, Ogier acaba por ter uma boa jornada, ganhou pontos ao até então segundo da geral do mundial e ainda venceu a “power stage”. Mas desta vez não dava para fazer melhor, pois do outro lado da garagem estava um “super Latvala”. Valeu pela emocionante luta que nos proporcionou ao longo de todo o rally. É destas coisas que nos gostamos de apreciar. Virar a página rumo à Alemanha, e com o título mundial cada vez mais próximo.
Ostberg

Acabou por ter um rally calmo, apesar do lugar de destaque a que teve direito, o mais baixo do pódio. O piloto da Citroen herdou esse mesmo lugar depois do seu colega de equipa, K. Meeke, ter abandonado após embater numa árvore e ali se manteve até final, pois a concorrência atrás de si já “rolava” a uma distância considerável. Ostberg sabia que para se chegar mais à frente, só com azares alheios e para trás só iria com algum azar seu. Por isso mesmo o piloto norueguês, conhecedor deste terreno, jogou pelo seguro e manteve o 3º lugar final sem grandes sobressaltos. Não deslumbrou mas não desiludiu. Sai da Finlândia na 3ª posição do campeonato, cedendo o 2º lugar para a Latvala.
Neuville

Voltou a não ser feliz e esta temporada continua a não a correr de feição ao piloto belga. Tanto se esperava dele neste projecto Hyundai, mas a verdade é tanto ele como a marca tardam em mostrar bons resultados. Fez 4º na geral final, com o único mérito de ter terminado a prova. Perdeu quase 4 minutos, o que é muito para quem nesta temporada tinha ambições renovadas face ao que tinha sido feito na temporada passada. Agora vem os terrenos onde se sente mais à vontade, os ralis de asfalto.Veremos o que “sai dali”, porque “daqui”, pouco… muito pouco para quem tanto prometia!
Tanak

Um início de rally azarado pois logo no primeiro dia a suspensão do seu Fiesta RS WRC cedeu e o piloto estónio teve de realizar grande parte das especiais de sexta-feira com a mesma danificada, o que o levou a ceder muito tempo e colocar de parte a possibilidade de um bom resultado, talvez nos lugares do pódio. A sorte mudou nos restantes dia do rally e aí viu-se a rapidez do piloto da M-Sport, acabando por recuperar até 5º na geral no final da prova, aproveitando também os azares de alguns dos pilotos que rodavam à sua frente. Foi um prémio justo para um piloto cheio de talento, mas nem sempre ajudado pela sorte. Mesmo assim salvou-se um bom 5º lugar na geral, tendo em conta as contingências iniciais. Boa!
Hänninen
Regressou ao WRC, correndo em casa e em boa hora o fez. É claro que o ritmo de condução era longe do ideal, mas ao volante de um Fiesta WRC o piloto finlandês acabou por desenhar um bom final, neste retrato do seu regresso às provas do mundial de ralis. Era difícil fazer mais, acabando por ser o melhor entre os privados e deixando claro que é um piloto com qualidade bem acima de muitos dos “residentes” nesse “campeonato”. Acaba em 6º lugar o que não é nada mau para quem há algum tempo andava arredado destas lides.
Prokop
É mais do mesmo, mas ainda vai terminando umas provas e somando uns pontinhos aqui e ali. Não acrescenta nada ao campeonato, aumentando apenas a lista de inscritos. Nada como ter uma boa carteira. Fica em 8º lugar na geral final e pouco mais há a dizer. Até à Alemanha para mais um passeio!
Sordo
Foi mais uma das vítimas deste difícil e traiçoeiro rally e quando tudo parecia encaminhar-se para um tranquilo lugar a meio da tabela, o azar bateu à porta. Ficou preso numa valeta, perdendo muito tempo e caindo para fora do top10. Injusto mas isto é rally. Vem aí a fase melhor para o espanhol, com o regresso dos ralis em asfaltos. Bons resultados procuram-se!
Paddon
Acabou com o “estado de graça” que vivia há duas provas para cá, onde os resultados prometeram. Mas na Finlândia, cedo o seu destino ficou traçado, pois na SS6 uma saída violenta de estrada fê-lo abandonar a prova e apenas Neuville conseguiu pontuar. Dias difíceis na Hyundai.
Kubica
Não larga os azares (chamemos-lhe assim). No primeiro dia ficou pelo caminho com problemas no alternador e no segundo pelo caminho ficou, mas de pernas para o ar, de novo. Portanto sobre Kubica não há grandes novidades!
Evans
Foi também bafejado pelo azar logo a abrir o rally, fazendo quase todo o primeiro dia com a suspensão partida do seu Fiesta. Nos dias seguintes já não foi a tempo de recuperar até chegar aos lugares do pódio e ficou em branco.
Mikkelsen

Não leva boas recordações para casa desta prova, pois logo na SS5 também ele teve um encontro de 1º grau com as árvores, felizmente foi só “chapa”, mas o rally terminou ali. Foi curta demais a estrada e sua participação.
Carlos Mota