F1 – Análise da época até agora: Mercedes

A confirmação do favoritismo.

Se esperávamos muitas coisas de 2015, havia uma que por certo ninguém estaria à espera… que a Mercedes perdesse o andamento que trazia de 2014. Quando se começa uma nova era com tanta vantagem para a concorrência e se mantém o nível, é difícil ser-se ultrapassado. E a Mercedes continua a receber os louros de um projecto muito bem montado e pensado. O W06 foi a evolução natural do carro do ano passado e mantém os pontos fortes da Mercedes inalterados. O grande trunfo do carro está na unidade motriz que é a melhor, sem qualquer margem para dúvida, mas o chassis é também muito equilibrado. Como tal a vantagem dos “Silver Arrows” manteve-se para 2015 e o ritmo alucinante de vitórias também.

A grande dúvida do lado da Mercedes estava na luta entre pilotos. No ano passado a discussão do titulo durou até à ultima corrida, com o britânico Hamilton a levar a melhor. No entanto foi uma batalha dura e muito desgastante. A própria relação entre pilotos ficou muito diferente. Como tal todos esperavam que este ano os ingredientes se mantivessem e estivessem mais apurados. Havia até a dúvida em relação à forma da equipa lidar com a rivalidade dos pilotos, algo que no ano passado nem sempre foi bem gerido. No entanto o inicio da época deixou muito a desejar. Hamilton vinha numa forma tremenda e assim continuou em 2015, dominando por completo a contenda, enquanto que Rosberg parecia perdido e sem capacidade para responder. Foram 4 corridas em que Hamilton apenas conseguiu ver Rosberg pelo retrovisor. A qualidade de Hamilton em pista era tal que já se falava em entregar o titulo ao rapaz a meio da época.

No entanto, o regresso à Europa fez bem a Nico que venceu 2 GP de seguida, relançando a luta pelo titulo. Desde então o duelo voltou a aproximar-se do que se viu em 2014. Mas fica no ar a ideia que Rosberg não está ao mesmo nível. Não há como fugir à realidade que Hamilton é melhor que o alemão mas no ano passado Rosberg soube jogar com os seus pontos fortes. Este ano nem isso tem conseguido e parece faltar chama ao vice campeão. Os desempenhos em Silverstone e na Hungria não foram os melhores e não auguram nada de bom para o futuro. Rosberg precisa de reencontrar a forma de 2014 para seu bem e para bem da F1. Hamilton continua numa forma espectacular. É rápido, combativo, e as constantes festas que frequenta parecem fazer-lhe bem. Esta nova “aura de James Hunt” parece que o favorece em pista. E já ha muito tempo que a F1 precisava de um piloto que desse que falar.

Hamilton deverá conquistar este ano o tão ambicionado “tri” e igualar o seu idolo Senna. E será merecido. Pode não gostar-se do estilo, da forma como responde ao engenheiro quando as coisas não correm bem ( tem andado mais chorão) mas o rapaz é rápido como um raio e naquele Mercedes é muito difícil fazer-lhe frente.

Rosberg tem de mostrar que a forma do ano passado foi um acaso. Tem de melhorar em todos os aspectos, principalmente no psicologico onde tem estado fraco (estranhamente pois era um dos seus pontos fortes). A pressão a que foi sujeito no ano passado não lhe fez bem e este ano as expectativas que eram colocadas nos seus ombros também deverão estar a pesar. Será capaz de dar a volta ao texto?