Continuando com a análise de meio da época, hoje vamos abordar a Williams.
Williams: A desilusão de 2015

Já andamos a torcer há tanto tempo para que a Williams mostre mais do que tem feito até agora, que já nos doem os dedos. Mas pelos vistos é em vão. A equipa britânica prometeu muito em 2014, foram a equipa que mais evoluiu em relação a 2013 e na segunda metade da época marcaram mais pontos do que qualquer outra equipa, excepto obviamente a Mercedes, que estava numa liga aparte. Em 2015 esperava-se que a evolução trouxesse ainda mais e que a Williams conseguisse ameaçar verdadeiramente a Mercedes. Tal não aconteceu e para piorar, viram a Ferrari ficar com o lugar que deveria ser deles. A incapacidade de colocar temperatura nos pneus foi o principal handicap no inicio de 2015 e foram dados bons passos para resolver a situação, mas a equipa continua a falhar ao nível estratégico, com algumas decisões no mínimo duvidosas e que custaram muitos pontos e pódios. É complicado quando a equipa se dificulta a própria tarefa de melhorar.
O carro do ano passado parecia ter mais potencial que o deste ano. Pelos vistos o novo nariz prejudicou muito a eficiência aerodinâmica e este ano a supremacia em velocidade em recta não se faz sentir tanto. É uma pena que a equipa não esteja a capitalizar o bom motor que tem e a boa dupla de pilotos. Silverstone mostrou que a Williams ainda pode ter uma palavra a dizer em 2015, pois aí foram rápidos o suficiente para segurar os Mercedes e se não fosse a chuva e um erro nos tempos de entrada na Box e talvez a história fosse outra. No entanto é preciso colocar esse potencial em pista.

Valtteri Bottas tem estado ao seu nível. Piloto frio, muito regular e que raramente falha. No entanto quando é preciso arriscar e atacar também o consegue fazer e bem. É uma combinação que pode render títulos num carro mais competitivo. Bottas sabe disso e quer dar esse salto. A constante associação do seu nome à Ferrari é sinal disso. Bottas parece que está de saída da Williams e se Raikkonen sair da Ferrari, será o seu natural sucessor. Enquanto o futuro não se decide continua a trazer pontos para casa e mesmo com uma corrida a menos já é 4º no campeonato. Terá de ter cuidado pois a lesão que teve na primeira corrida que lhe afectou a zona lombar terá efeitos durante toda a carreira e o piloto já admitiu que terá de fazer exercícios específicos até ao final da carreira para evitar complicações. Será que isso poderá colocar travão no interesse das equipas? Uma coisa é certa, não é um piloto espectacular e tende a ser tão discreto dentro como fora de pista. Mas que tem qualidade para ser campeão isso não há dúvida.

Felipe Massa voltou ao que era. Rápido, constante, traz a dose de experiência que a equipa precisa. A luta com o seu colega de equipa tem sido equilibrada e está apenas a 3 pontos de Bottas… com mais uma corrida. Massa é bom piloto não há duvida disso, mas falta-lhe algo. Algo que perdeu naquele acidente em Hungaroring. É rápido, tem capacidade para fazer melhor mas o seu tempo também começa a esgotar-se na F1. Ainda é muito útil à equipa e basta ver o que ele tem feito nos últimos tempos. Mas já não parece ter capacidade para sacar um coelho da cartola e fazer algo que faça a diferença. Bottas consegue isso. No entanto acreditamos que ainda vamos ver muita coisa boa de Massa este ano. A Williams está satisfeita com o desempenho do piloto e segundo os ultimos relatos, o piloto superou as expectativas. Mais uma vez, Massa tem estado bem, mas se calhar somos exigentes em demasia… Continuamos a achar que tem capacidade para fazer melhor. Mas por enquanto está de parabéns.
Comparativo Bottas vs Massa

Corrida: 5 – 4
Qualificação: 4 -6
Valtteri Bottas: 77 pontos, 4º lugar
Nota 8
Felipe Massa: 74 pontos, 6º lugar
Nota 7
Williams: 151 pontos, 3º lugar
Nota 7
Fábio Mendes
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