Sauber: Serviços mínimos garantidos

A equipa de Peter Sauber não viveu momentos fáceis em 2014. Um ano mau, com um carro ainda pior, levou a que a equipa repensasse a sua forma de trabalhar e o seu Line Up. Esteban Gutierrez e Adrian Sutil levaram guia de marcha e para o seu lugar vieram Ericsson e Nasr…eles e os milhões dos seus patrocinadores. Se a escolha de Nasr fazia sentido, tendo em conta o seu currículo, já Ericsson era claramente uma opção para encher os cofres da equipa… ou melhor para pagar as dividas. No entanto, a equipa não se livrou de um susto. Giedo Van der Garde, piloto de testes em 2014, tinha um contrato assinado com a equipa para ser piloto titular em 2015, já com dinheiro investido por parte do holandês. Van der Garde levou a equipa aos tribunais e venceu a causa. Ainda apareceu para pilotar o carro na Austrália mas a equipa tentou por todos os meios evitar que isso acontecesse. Prevaleceu o bom senso do piloto que entrou em acordo com a equipa, mas que mostrou a sua posição. Um início de ano pouco auspicioso que rapidamente foi esquecido, pois logo nesse fim de semana Nasr teve uma excelente estreia no grande circo e fez 6º, que foi acompanhado com o 9º lugar do seu colega de equipa. A Sauber sabia que tinha de aproveitar as primeiras corridas para ganhar pontos e assim ter um campeonato descansado. E assim fez. Depois de ter mostrado muita fiabilidade, e alguma velocidade até, nos testes de pré-época, a equipa capitalizou da melhor forma as boas indicações do carro.

A partir daí o desempenho da equipa caiu muito (como era esperado) e somaram mais alguns pontos mas não o suficiente. Nasr admitiu que a Sauber tem usado praticamente o mesmo carro desde a primeira corrida e que as actualizações foram nulas. Tendo em conta o esforço que as concorrentes colocaram no desenvolvimento dos carros, é normal que a equipa fique para trás. No entanto, não é saudável que uma equipa com a história da Sauber esteja na F1 apenas para assegurar serviços mínimos. É a Sauber que vai mostrando claramente que a F1 não está bem e precisa de ser repensada. Queremos equipas que compitam e não que se arrastem nas pistas. Para já um ano medíocre por parte da equipa.

Felipe Nasr era o piloto que suscitava mais expectativa para 2015. O brasileiro vinha com o patrocínio forte do Banco do Brasil, mas a sua carreira mostrava que podia ser mais do que um mero piloto pagante. E aos poucos o brasileiro tem mostrado isso. A estreia na Austrália foi de sonho, tendo em conta o carro em que compete. Desde aí o seu percurso tem sido de altos e baixos (mais altos que baixos) mas no geral tem mostrado que a aposta nele foi acertada. Ter um piloto que traz milhões e que ainda por cima é bom… foi o melhor negócio que a Sauber podia ter feito. Nasr mostrou nesta primeira metade que merece estar na F1 e se o carro melhorar, poderá até voltar a surpreender.

Marcus Ericsson é que não surpreende ninguém. Piloto desenrascado mas que não acrescenta nada à F1, exceptuando o dinheiro dos seus patrocinadores. Só assim se entende a opção da Sauber por Ericsson. Sutil, que não é um génio do volante, era muito melhor que o sueco. Mas a F1 às vezes tem disto… um piloto medíocre que por ter os bolso mais fundos consegue um lugar que seria por mérito de outro piloto. Não que tenha comprometido, a ele ou à sua equipa, mas a este nível espera-se mais um pouco. E Ericsson não se mostrou capaz disso pelo menos até agora. Nem bom nem mau.
Comparativo Nasr vs Ericsson
Corrida: 7 – 2
Qualificação: 6 – 4
Felipe Nasr: 12º lugar, 16 pontos
Nota 7
Marcus Ericsson: 18º lugar, 6 pontos
Nota 6
Sauber: 8º lugar, 22 pontos
Nota 6
Análise de meio da época das equipas:
Fábio Mendes
3 pensamentos sobre “F1 – Análise da época até agora: Sauber”