Chegámos ao final da temporada da IndyCar. A última corrida da temporada aconteceu em Sonoma.
Passou-se menos de uma semana desde que Justin Wilson sucumbiu às suas lesões e foram muitas as homenagens ao piloto britânico, que irá deixar muitas saudades.
A Andretti Autosport decidiu chamar para o carro #25 Oriol Servià para esta prova em Sonoma.
Para esta última corrida da temporada, estavam 100 pontos em jogo pela vitória, e seis pilotos ainda na luta pelo título. O grande favorito era Juan Pablo Montoya (#2), que partia com 500 pontos, e ao colombiano o 3º lugar era suficiente para ser campeão.
Graham Rahal (#15) tinha 466 pontos, no 2º lugar, Scott Dixon (#9) tinha 453, e já mais afastados estavam Will Power (#1), com 440 pontos, já a contar com a pole position que assinou aqui e que lhe deu um ponto, mas mesmo assim, a sua defesa do título era muito difícil, Hélio Castroneves (#3) tinha 423 e Josef Newgarden (#67) tinha 413, mas estes dois pilotos estavam numa situação puramente matemática.

Na qualificação, Will Power fez a pole, com Josef Newgarden ao seu lado. Os outros candidatos ao título estavam dispostos da seguinte forma: Juan Pablo Montoya em 5º, Graham Rahal em 6º, Scott Dixon em 9º e Hélio Castroneves apenas no 15º lugar.
Na partida, na primeira de 85 voltas, Will Power foi mais rápido do que Newgarden e consolidou a sua liderança, deixando Newgarden a defender-se de Ryan Hunter-Reay (#28).
Montoya subiu ao 4º lugar e Dixon era já 6º, com Graham Rahal a cair para o 9º lugar, depois de um ligeiro toque com Dixon, mas sem danos.
Ao fim de quatro voltas, Hélio Castroneves (#3) viu a sua corrida a ir de mal a pior, porque foi forçado a parar e trocar a asa dianteira, voltando no último lugar. O brasileiro estava com hipóteses remotas de ser campeão, uma vez que se não vencesse, não tinha hipóteses de chegar ao título.
Power parecia calmo na liderança, mas Newgarden mantinha o contacto com o piloto da Penske.
Mais atrás, Dixon tinha subido ao 5º lugar e colocava Montoya sob pressão.
Os líderes começaram a parar pela volta 13, colocando pneus duros. Na volta 14, Power e Newgarden pararam ao mesmo tempo. Um mecânico da Penske ordenou a Pagenaud para parar e deixar sair Power, mas Newgarden também quis sair já na altura em que Pagenaud acelerava para entrar na sua box. Houve um ligeiro toque mas sem causar danos.
Com isto, Newgarden perdeu segundos preciosos para Power.

Após esta ronda de paragens, que terminaram na volta 22, quando Sebastián Saavedra (#8) e Marco Andretti (#27) pararam, Power ficou na frente de Newgarden que, apesar de tudo, ainda era 2º. Dixon era 3º, Hunter-Reay 4º e Montoya 5º.
Mais uma vez, Power mantinha-se calmamente na liderança, mas Newgarden estava a recuperar os segundos perdidos na sua paragem e voltava a estar a menos de um segundo. Dixon era 3º, com Montoya a pressionar Hunter-Reay na luta pelo 4º lugar.
Na volta 33, Luca Filippi (#20) ficou lento na pista e a direção de corrida aproveitou esta oportunidade para lançar a primeira bandeira amarela na corrida.
Os líderes pararam nas boxes. Scott Dixon foi o mais rápido e ganhou duas posições. A ordem era: Dixon, Power, Newgarden, Montoya e Rahal, com Hunter-Reay a perder quatro lugares.
Foram muitos os pilotos a ficarem em pista. Sebastián Saavedra era o novo líder, com Marco Andretti e Oriol Servià (#25) a seguir. Dixon, o melhor dos pilotos que pararam, era 12º, e tinha muito trabalho pela frente.
A bandeira verde foi mostrada na volta 39. Saavedra tinha muito trabalho para se defender de Andretti, e Tony Kanaan (#10) aproveitou para passar Servià e subir a 3º.
O recomeço não durou muito tempo. Na curva 4, dois candidatos ao título ficaram com grandes problemas. Ao ser passado por Newgarden, Power abriu um pequeno espaço que Montoya tentou aproveitar. O toque entre eles foi inevitável. Power fez um pião e Montoya ficou com danos na asa dianteira. Era a segunda bandeira amarela, e Montoya agora estava com muita pressão para ganhar o campeonato.
Ambos os pilotos foram forçados a parar nas boxes, onde foram efetuadas reparações. Power voltou à corrida no 23º lugar, logo atrás de Montoya.

Recomeço de corrida na volta 43. Saavedra não teve tanta pressão de Andretti e manteve a liderança. Kanaan não demorou muito tempo a passar Andretti e a subir para 2º.
Dixon estava ao ataque e era já 7º, e Rahal também subia ao 11º lugar, apesar de correr alguns riscos, ao dar um toque em Charlie Kimball (#83).
Na volta 45, na travagem para o gancho na curva 7, Kanaan meteu-se por dentro e passou Saavedra, passando a ser o novo líder.
Vários pilotos pararam nas voltas 48 e 49, entre eles Saavedra e Andretti. Era os pilotos que não pararam na primeira bandeira amarela.
Com isto, Kanaan, que tinha fugido de Saavedra, ficou com uma boa vantagem para Scott Dixon, que era agora o 2º classificado. A diferença entre eles era de 10 segundos.
Kanaan acabou por não ficar muito tempo na frente, porque parou na volta 51 e caiu para 15º, atrás de Power (14º) e Montoya (13º).
Scott Dixon passava a ser o novo líder, e nesta altura era o campeão de forma virtual.
Entretanto, Charlie Kimball ajudava Scott Dixon, o seu companheiro de equipa na Chip Ganassi, ao passar por Rahal para subir ao 3º lugar.
As coisas animavam no meio do pelotão. Montoya subiu de 13º para 11º na votla 54, e Kanaan conseguia passar por Power para o 14º lugar.
Com Dixon na liderança, Montoya tinha que subir até ao 6º lugar para ser campeão.
Houve um momento interessante na volta 57. Tony Kanaan aproximou-se de Montoya e falhou uma tentativa de ultrapassagem na chicane (curva 9), indo para a gravilha, mas foi muito rápido a recuperar e, incrivelmente, conseguiu passar Montoya na curva 11, dificultando ainda mais a vida do colombiano, que era agora 11º, após também ter sido passado por Sébastien Bourdais (#11), que tinha pneus mais novos.
Graham Rahal também estava a perder a compostura, e um erro na chicane custou-lhe dois lugares para Hunter-Reay e Ryan Briscoe (#5), caindo para 6º.

Os líderes fizeram a última paragem da temporada a partir da volta 61. Josef Newgarden perdeu uma volta após ter deixado o motor ir abaixo, e as coisas complicaram-se com um princípio de incêndio que foi rapidamente extinto.
Dixon parou na volta seguinte, e seguiram-se Rahal, Hunter-Reay, e Juan Pablo Montoya.
A 21 voltas do fim, e ainda com alguns pilotos a efetuarem paragens, surge uma bandeira amarela. James Jakes (#7) despistou-se na curva 9 e bateu no muro e na barreira de pneus.
Foram vários os pilotos que pararam nesta bandeira amarela, e eram os que estavam numa estratégia de paragens diferente. A classificação voltava a ter novas mudanças.
Scott Dixon continuava na liderança, Ryan Hunter-Reay era 2º e Charlie Kimball era 3º.
Dos outros candidatos ao título, Graham Rahal era agora 7º, cada vez mais afastado do título, e Montoya era 12º, atrás de Will Power.
A bandeira verde foi mostrada a 16 voltas do fim. Dixon precisava de um bom recomeço e foi o que conseguiu, mantendo Hunter-Reay sob controlo.
Tony Kanaan passava por Ryan Briscoe no 4º lugar, e na curva 7, Carlos Muñoz (#26) faz um pião, provocado por Jack Hawksworth (#41), e fica preso no limitador, incapaz de sair daquela posição. Era mais uma bandeira amarela.
No meio da confusão, Juan Pablo Montoya passou por Will Power, e ambos subiram ao 8º e 9º lugares, respetivamente.
Neste momento, Montoya estava a três lugares de ser campeão, porque Scott Dixon conseguiu dois pontos por liderar mais voltas durante a corrida. Assim, Montoya precisava do 5º lugar para ser campeão, porque em caso de empate, Dixon teria mais vitórias, com a vitória em Sonoma.

Novo recomeço a 12 voltas do fim. Dixon voltou a fazer um grande arranque. Não houve mudanças de posição neste recomeço.
Dixon construiu uma vantagem sólida para Hunter-Reay, e a luta pelo 6º lugar animava, com Rahal a defender-se de Bourdais, com Montoya à espreita da sua oportunidade.
A luta de Graham Rahal pelo título acabou a nove voltas do fim, ao fazer um pião na curva 7, provocado por um toque de Sébastien Bourdais na sua traseira. Com isto, Montoya era 7º.
Bourdais foi penalizado, mas antes de cumprir a penalização, cometeu um erro na chicane e deu o 6º lugar a Montoya, que tinha cinco voltas para apanhar Ryan Briscoe, no 5º lugar, que estava a mais de três segundos de distância.
Nesta altura, Dixon e Montoya tinham os mesmos pontos mas, como foi dito acima, a vitória de Dixon em Sonoma dava-lhe três vitórias contra as duas de Montoya.

Scott Dixon não teve problemas e assinou a sua terceira vitória da temporada, e deu também à Chip Ganassi Racing a 100ª vitória na IndyCar Series.
Alguns segundos depois, Juan Pablo Montoya atravessou a linha de meta para terminar no 6º lugar, e fica mesmo com o mesmo número de pontos de Scott Dixon (556), mas a terceira vitória da temporada para o neozelandês deu-lhe o quarto título na IndyCar Series. Foi um final de temporada fantástico, que certamente Justin Wilson gostaria de ter assistido, estivesse ele entre nós.
Para Montoya, foi uma enorme desilusão, porque liderou o campeonato desde a primeira corrida. O colombiano foi o único responsável pelo resultado, ao comprometer a sua corrida quando tocou em Will Power.
Atrás de Dixon, Ryan Hunter-Reay foi 2º, Charlie Kimball foi 3º, Tony Kanaan foi 4º e Ryan Briscoe foi o carrasco de Montoya, ao ser 5º.
Em 7º ficou Will Power, que acaba o campeonato no 3º lugar, Takuma Sato (#14) foi 8º, Rodolfo González (#18) foi 9º e Mikhail Aleshin (#77), que regressou um ano depois à IndyCar, foi 10º.
Quanto aos outros pilotos na luta pelo campeonato, Hélio Castroneves foi apenas 15º, Graham Rahal foi 18º e Josef Newgarden foi 21º.
Foi um final de campeonato emocionante. Poucos esperavam que Scott Dixon recuperasse um atraso de 47 pontos, mas a verdade é que recuperou, e assinou o quarto título na IndyCar Series, e junta-se a Mario Andretti, Sébastien Bourdais e Dario Franchitti, que também ganharam quatro títulos (todas as fórmulas americanas juntas nesta estatística), ficando apenas atrás de A. J. Foyt, que tem sete títulos.
Para além de Dixon, Gabby Chaves (#98) foi o Rookie do ano, ao terminar no 15º lugar, com 281 pontos, e a Chevrolet venceu o título de construtores.
Nos troféus menores, Will Power ganhou o Verizon P1 Award, com 239 pontos, e Graham Rahal ganhou o troféu da Tag Heuer “Don’t Crack Under Pressure” Award com 89 pontos.
A IndyCar regressa em 2016, com a primeira corrida a ser, em princípio, em St. Petersburg, a 13 de março.
Classificação final:
Pos. | Car # | Driver | Manufacturer | Laps | Running / Reason Out |
---|---|---|---|---|---|
1 | 9 | Scott Dixon | Chevrolet | 85 | Running |
2 | 28 | Ryan Hunter-Reay | Honda | 85 | Running |
3 | 83 | Charlie Kimball | Chevrolet | 85 | Running |
4 | 10 | Tony Kanaan | Chevrolet | 85 | Running |
5 | 5 | Ryan Briscoe | Honda | 85 | Running |
6 | 2 | Juan Pablo Montoya | Honda | 85 | Running |
7 | 1 | Will Power | Chevrolet | 85 | Running |
8 | 14 | Takuma Sato | Honda | 85 | Running |
9 | 18 | Rodolfo Gonzalez (R) | Honda | 85 | Running |
10 | 77 | Mikhail Aleshin | Honda | 85 | Running |
11 | 27 | Marco Andretti | Honda | 85 | Running |
12 | 25 | Oriol Servia | Honda | 85 | Running |
13 | 8 | Sebastian Saavedra | Chevrolet | 85 | Running |
14 | 98 | Gabby Chaves (R) | Honda | 85 | Running |
15 | 3 | Helio Castroneves | Chevrolet | 85 | Running |
16 | 22 | Simon Pagenaud | Chevrolet | 85 | Running |
17 | 4 | Stefano Coletti (R) | Chevrolet | 85 | Running |
18 | 15 | Graham Rahal | Honda | 85 | Running |
19 | 41 | Jack Hawksworth | Honda | 85 | Running |
20 | 11 | Sebastien Bourdais | Chevrolet | 85 | Running |
21 | 67 | Josef Newgarden | Chevrolet | 84 | Running |
22 | 26 | Carlos Munoz | Honda | 84 | Running |
23 | 19 | Tristan Vautier | Honda | 82 | Running |
24 | 20 | Luca Filippi | Chevrolet | 80 | Running |
25 | 7 | James Jakes | Honda | 63 | Contac |
Jorge Covas
Um pensamento sobre “Verizon IndyCar Series – GoPro Grand Prix of Sonoma”