Vinte e três anos depois, um renovado Autódromo Hermanos Rodríguez voltou a acolher a Fórmula 1, para o regresso do Grande Prémio do México, que deu um novo tipo de desafio para carros e pilotos: a altitude. Nesta corrida, com o ar mais rarefeito, a carga aerodinâmica disponível era muito menor, e a velocidade de ponta subiu muito, até porque os motores turbo não tiveram défice de desempenho em altitude.
Com os títulos de pilotos e construtores já decididos, resta agora a luta pelo vicecampeonato, entre Nico Rosberg (#6) e Sebastian Vettel (#5).
Rosberg começou bom o fim de semana e fez a pole posiiton, batendo o agora três vezes campeão, Lewis Hamilton (#44), e Sebastian Vettel a ficar em 3º.
No arranque, Rosberg arrancou muito bem e deixou Hamilton apenas a esboçar um ataque na curva 1.
Daniil Kvyat (#26) arrancou do 4º lugar e imediatamente passou Vettel. Na curva 1, Daniel Ricciardo (#3) tentou passar Vettel por dentro, mas houve um ligeiro contacto entre rodas, e foi Vettel que saiu a perder, com um furo.
Rosberg tentava descolar-se de Hamilton mas a diferença não era muito superior a um segundo.
A troca de pneus macios para duros não tardou muito, com os Williams Mercedes a entrarem nas boxes ainda antes de completarem 10 voltas, e algumas equipas mais atrás também responderam a essa estratégia.
Na volta 17, Vettel, que estava em 11º, fez um pião e caiu para 15º, dificultando ainda mais o seu trabalho.
Na volta 23, o segundo Ferrari de Kimi Räikkönen (#7) voltou a entrar num duelo com Valtteri Bottas (#77). Bottas foi por fora na curva 4, tinha a linha interior para a curva 5, Kimi não lhe deu espaço e o contacto foi inevitável, mas ao contrário do que aconteceu em Sochi, foi Kimi que abandonou a corrida. Bottas prosseguiu sem problemas.
Os pneus macios duraram um pouco mais do que seria expectável em alguns carros. Em demonstração disso, Kvyat parou na volta 23 e Ricciardo na volta 25.
Rosberg tinha uma vantagem de quase três segundos e parou na volta 27. Hamilton respondeu ao parar na volta 29 mas a vantagem de Rosberg acabou por aumentar para quase cinco segundos.
A ordem era: Rosberg, Hamilton, Kvyat, Bottas, Massa e Ricciardo.
Entretanto, Vettel fez uma segunda paragem e ficou com uma volta de atraso.
Quando parecia que Rosberg iria até ao fim sem parar, a Mercedes-Benz receava pela degradação dos pneus e acaba por parar na volta 47.
Duas voltas depois, Hamilton obedece de forma muito relutante às instruções e parou também. Rosberg saiu na frente e voltou a alargar a vantagem para quatro segundos.
Na luta pelo 5º lugar, Ricciardo conseguiu levar a melhor com alguma dificuldade sobre Felipe Massa (#19) com o DRS.
Na volta 52, Vettel acabou um péssimo GP do México no muro em resultado de uma saída de pista. O Safety Car foi chamado a intervir na corrida. Pela primeira vez desde o Grande Prémio da Austrália de 2006, nenhum Ferrari chega ao fim de uma corrida.
Bottas passou para 3º porque decidiu não parar, mas cancelou essa decisão uma volta depois. Com alguma sorte ainda conseguiu sair das boxes no 4º lugar, devolvendo o 3º lugar a Kvyat. Os dois Red Bull Renault optaram por pneus macios.
A corrida recomeçou na volta 58. Hamilton passou a atacar Rosberg e Bottas não teve problemas em subir ao 3º lugar, por troca com Kvyat, na reta da meta.
Hamilton pressionava Rosberg, tentando ativar o DRS, mas a diferença nunca ficava inferior a um segundo.
Bottas conseguiu distanciar-se de Kvyat, que por sua vez se afastou de Ricciardo. Massa não conseguia ficar suficientemente próximo de Ricciardo e tinha Nico Hülkenberg (#27) atrás de si, que tinha passado pelo herói local, Sergio Pérez (#11), que apostou em não parar no Safety Car. A aposta falhou um pouco, mas o mexicano mantinha-se em 9º.
Nico Rosberg aguentou Lewis Hamilton até ao fim para assinar a quarta vitória da temporada, e com este resultado recupera o 2º lugar do campeonato.
Hamilton foi 2º e Valtteri Bottas conseguiu terminar no 3º lugar, recuperando o 4º lugar no campeonato. Um pódio que foi conseguido com alguma sorte, por causa do atraso da sua paragem no Safety Car, que lhe poderia ter custado várias posições.
Daniil Kvyat não conseguiu o pódio mas ficará satisfeito por ter sido o 4º classificado, batendo o colega de equipa, Daniel Ricciardo.
Felipe Massa colocou o outro Williams Mercedes em 6º, Nico Hülkenberg foi 7º e superou o homem da casa, Sergio Pérez, que foi 8º, noutro Force India Mercedes.
A fechar o Top 10 ficaram Max Verstappen (#33) no Toro Rosso Renault e Romain Grosjean (#8) no Lotus Mercedes, que esteve um pouco abaixo do esperado.
O penúltimo Grande Prémio da temporada será em Interlagos, no Brasil.
Jorge Covas
Chicane Motores 