F1 – Mercedes: As possíveis novidades para 2016

Os germânicos já conseguiram os objectivos propostos para 2015. Venceram o campeonato de construtores e o titulo de pilotos também ficou com eles. E como a F1 é um desporto que não pára, a Mercedes está já a trabalhar no carro para 2016.

 

Mercedes BrasilA equipa encontra-se agora numa situação “complicada”. O W06 é claramente o melhor carro do grid. Um excelente motor e um pacote aerodinâmico muito bem conseguido, fazem da criação da Mercedes o alvo a abater. Mas se no aspecto do motor as coisas estão muito bem, a aerodinâmica tem de evoluir sempre. A Ferrari já conseguiu que o seu motor chegasse aos números de potência que o motor Mercedes tem e a partir de agora a guerra vai se dar cada vez mais no campo da aerodinâmica. E como a Ferrari parece estar cada vez mais forte, os alemães têm forçosamente de fazer evoluir o seu carro. Mas se evoluções pontuais poderão não ser o suficiente, um desenho demasiado radical poderá deitar a perder toda a vantagem conseguida até agora. A avaliação terá de ser muito cuidadosa.

 

60017fe89e_53936344_o2Os rumores apontam que para 2016 a grande mudança no carro alemão será a altura em relação ao solo. A ideia passa por aumentar a altura do carro para aumentar o fluxo de ar debaixo do carro. Para quê? Quanto mais ar for sugado debaixo do carro, maior vai ser a pressão negativa do carro e maior será o apoio aerodinâmico. Confusos? É fácil… Lembram-se daquela “magia” que faziam quando eram miúdos de soprar por cima de uma folha de papel e esta levantava-se? É a mesma coisa só que no sentido descendente. Quanto mais ar se conseguir extrair debaixo do carro, mais força descente será aplicada e mais colado ao asfalto ficará o carro.

 

6f41022.6666666666666x767__origin__0x0_Mercedes_S-Duct_Brazil-700x367No Brasil foi visível um S-duct nas sessões de treinos. O S-duct não é mais do que um canal em forma de S que retira ar debaixo do carro para o lançar para o topo do carro. O que isto permite? Que não se acumule ar debaixo do carro e que o fluxo de ar no topo do chassis seja mais homogéneo. Se a ideia é retirar o máximo de ar possível debaixo do carro, se uma massa de ar se criar logo na frente do carro, o fluxo fica comprometido. Assim retirando algum ar debaixo do carro o ar é mais fácil de controlar. E com a teste a essa parte torna-se claro que a equipa pensa em fazer passar mais ar debaixo do carro.

 

fric_systemOutra inovação que está na calha é um sistema semelhante ao FRIC que foi banido no ano passado. O FRIC era um sistema que permitia aos carros uma maior estabilidade, ligando as suspensões dianteiras com as traseiras. Assim a altura do carro  mantinha-se sempre a mesma, mesmo em situações de travagem e de curva, o que potencia o apoio aerodinâmico que se perde quando há alterações na altura em relação ao solo (em situações de travagem por exemplo, em que o nariz “mergulha” para o solo). Essa ligação era feita através de um sistema hidráulico passivo, o que permitia imitar a suspensão activa que fez sucesso nos tempos da Williams em 1990 e que foi banida entretanto. Para 2016 a ideia poderá ser recriar este sistema mas ligando o lado esquerdo ao lado direito do carro. E faz sentido. Se a altura do carro aumentar, a suspensção terá de ser diferente. E ao passar num correcto por exemplo, o equilibro do carro poderá ficar comprometido. Assim, usando um sistema semelhante ao FRIC a Mercedes pretende que a altura ao solo seja sempre a mesma, até quando a suspensão tem de lidar com lombas e correctores.

 

Para já a Mercedes está a testar todas estas soluções e espera que estas resultem. Se serão aplicadas em 2016 é ainda uma incógnita mas uma coisa é certa. Os alemães não vão ficar a dormir sobre os louros e vão atacar 2016 em força.

 

Fábio Mendes

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