Depois de um enorme anti-climax na qualificação, os pilotos e as equipas trataram de compensar os fãs com uma corrida excelente, daquelas cheias de emoção e história. A corrida teve todos os ingredientes para agarrar os fãs, com boas lutas, acidentes e incerteza até ao fim. Rosberg saiu vencedor, seguido de Hamilton e Vettel. Quem não viu a corrida pode pensar que a história foi a mesma do ano passado, mas não podiam estar mais enganados. A Ferrari tem capacidade para desafiar a Mercedes e as lutas de meio de tabela vão ser um mimo de assistir. Valeu bem a pena acordar cedo.
Uma das mudanças dos regulamentos fez-se sentir no início da corrida. Agora com apenas uma patilha de embraiagem nos volantes dos monolugares, as largadas tornaram-se ainda mais difíceis e os Mercedes foram a prova disso. Foram completamente apanhados pelos Ferrari, que os engoliram na largada, ficando Rosberg em 3º e Hamilton caindo para 6º lugar. Era a garantia que iríamos ter uma corrida excelente pela frente.
Enquanto os Ferrari iam cavando o fosso para os restantes, Rosberg tinha dificuldade em acompanhar o ritmo dos carros vermelhos e Hamilton, que até tinha passado com facilidade Massa, encontrou um forte travão… Verstappen não facilitou em nada a tarefa do tri-campeão, levando Lewis ao desespero nas voltas iniciais. Quando a dança das boxes começou, iniciava-se uma batalha estratégica tão interessante quanto a acção em pista mas o primeiro grande susto de 2016 adiou essa batalha. Alonso mediu mal as distâncias para o carro da Haas de Gutierrez (que diga-se curvou ligeiramente para a esquerda indo de encontro ao McLaren) e o espanhol viu-se de cabeça para baixo, num acidente de grandes proporções mas felizmente sem consequências para os pilotos. As bandeiras vermelhas foram mostradas e a corrida parou para limpar a pista. Foi baralhar e voltar a dar pois com mudanças nos carros permitidas, era como uma nova corrida.
A Mercedes apostou nos pneus mais duros e a Ferrari arriscou com os mais macios e o segredo da vitória de Rosberg estava encontrado. Raikkonen teve de desistir duas voltas depois do recomeço com o motor em chamas e assim ficava Vettel sozinho perante a ameaça dos Mercedes. O alemão não conseguiu imprimir o ritmo que desejaria e Rosberg com os médios, manteve-se por perto do compatriota enquanto Hamilton ia recuperando lugares. Com a entrada nas boxes de Vettel, Hamilton ficou com via aberta para o 2º lugar mas ainda suou pois viu o Ferrari bem de perto até a altura em que Vettel cometeu um erro a duas voltas do fim e deitou por terra a hipótese de um 2º lugar.
Ricciardo andou por algum tempo no 3º lugar mas os pneus macios não aguentaram até ao final. O australiano vingou-se nas últimas voltas e fez a volta mais rápida acabando em 4º.
Massa fez uma corrida discreta, longe dos problemas mas muito eficaz, angariando muitos pontos e a surpresa do dia… Grosjean levou o Haas até ao 6º lugar na estreia. Um resultado fantástico para a recém chegada Haas que mostrou uma forma muito saudável de entrar na F1.
Hulkenberg ficou em 7º, muito por causa das bandeiras vermelhas, pois a Force India tinha pensado numa estratégia de paragem única e as bandeiras vermelhas estragaram tudo, seguido de Bottas, que tal como Massa passou discreto mas conseguiu recuperar de uma penalização por troca de caixa de velocidades.
Sainz e Verstappen deram muito espectáculo, com grandes ultrapassagens mas a estratégia e os pneus macios não beneficiaram os “Juniores”.Ficou a promessa de muita luta, pois Verstappen quis passar Sainz à força toda mas o espanhol não facilitou a vida do companheiro de equipa o que levou ao momento “Mad Max” com Verstappen a mostrar tanto talento no vernáculo como tem ao volante..Esta luta vai dar tanto que falar.
Destaques do dia:
A Haas pelo excelente inicio de carreira. Grosjean mostrou o porquê de ter sido uma excelente opção para a equipa e 6º lugar é como uma vitória.
A Mercedes, que ao contrário do que possa parecer, suou muito para vencer e conseguiu compensar o inicío horrível com uma excelente estratégia.
A Ferrari, pelo ritmo que apresentou que promete dar muita luta à Mercedes e pela má opção de pneus depois da bandeira vermelha. Provavelmente foi essa decisão que custou a vitória à equipa.
Ricciardo, por mais uma corrida excelente e por ter andado muito tempo no top3. A Red Bull apresentou um ritmo muito bom, uma boa gestão de pneus. E devia ser obrigatório ter sempre um australiano no grid. Webber dava outra cor ao grid e tomara a F1 ter mais 2 Ricciardos.
A Toro Rosso, por ter um carro excelente e por ter uma dupla de pilotos cheia de talento e vontade de mostrar serviço. O desafio agora é gerir os egos e pela amostra vai ser complicado.
A McLaren que apresentou um bom ritmo no inicio mas que depois caiu demasiado, fazendo deste um mau fim de semana. Depois do que vimos em qualificação, esperávamos mais. Alonso saiu ileso de um grave acidente e mais uma vez os esforço que se faz para aumentar a segurança merece ser enaltecido.
Joylon Palmer, que fez uma boa estreia, mostrou que tem qualidade para andar na F1 defendendo-se muito bem quando foi obrigado a isso. É boa onda este britânico e tem qualidade.
O nosso piloto do dia:
Grosjean por ter conseguido levar a Haas aos pontos logo na primeira prova.
Classificação final:
Fábio Mendes