F1 – GP do Bahrein: Análise às equipas

O Bahrein tem sido palco de boas corridas ao longo dos anos. O traçado pode não ser o mais interessante do calendário, mas por algum motivo faz com que os carros e os pilotos mostrem algo mais comparativamente a outros traçados. Este fim de semana havia condições para que tal acontecesse e infelizmente não aconteceu como gostaríamos. A corrida foi interessante é certo mas não tivemos a luta Mercedes vs Ferrari que tanto ansiávamos. E no final foi outra vez Rosberg a sorrir com a 5 vitória consecutiva.

Mercedes: Nico com a corda toda

foto: Mercedes AMG Petronas
foto: Mercedes AMG Petronas

Pode ser apenas circunstancial e já aconteceu no passado. Nico Rosberg em 2014 teve um inicio de época muito bom e depois perdeu o campeonato. Mas em 2016 parece que o alemão tem os astros alinhados em seu favor. 2ª corrida e 2ª vitória para Nico que desta vez teve uma corrida tranquila na frente. Geriu como quis o andamento e venceu de forma categórica a corrida. Já Hamilton teve outra vez problemas na largada e se o arranque não foi o melhor, o choque com Bottas complicou ainda mais as contas. Os danos no fundo do carro faziam o tri-campeão perder 1 segundo por volta e assim o 3º lugar pode ser considerado um mal menor. Se em qualificação vimos todo o talento de Hamilton surgir em corrida ficamos com a sensação que o piloto ainda não está a 100%. Tem de rever rapidamente as largadas. No geral um bom fim de semana da Mercedes que aniquilou toda a gente na qualificação mas que em corrida viu a Ferrari com andamento suficiente para os ameaçar. Mas são ainda a maior força do grid.

Ferrari: Afinal a fiabilidade é um problema

ferrari Bahrein
Foto: Ferrari

Toda a gente apontava a fiabilidade como o novo calcanhar de Aquiles da equipa. Os italianos recusaram (e recusam) a ideia mas em pista viu-se um motor a entregar a alma ao Criador, numa nuvem de fumo e um Vettel a ter o seu primeiro DNS (Did not start) da carreira! E logo aí a estratégia da Ferrari ficava comprometida. Raikkonen teria de enfrentar sozinho os Mercedes e começou mal a tarefa, com uma largada péssima (afinal a vantagem nos arranques talvez não seja tão clara assim) o finlandês complicou as contas, mas desta vez vimos o verdadeiro Kimi em pista. Aguerrido, lutador e com capacidade para discutir a prova e ir atrás de Rosberg. Se não tivesse de recuperar o terreno logo na largada a história poderia ser outra. Mas foi uma excelente prova de Kimi. Bem vindo de volta! A Ferrari perdeu pontos preciosos neste inicio de época e Vettel sabe que para tentar o título tem de ser regular e qualquer corrida sem pontos marcados é uma machadada nas suas aspirações.

 

Red Bull: Um sorriso contagiante

Foto: Red Bull
Foto: Red Bull

Ricciardo é um dos homens em melhor forma neste inicio de época. O 4º em Melbourne foi algo surpreendente mas dadas as características da pista era uma possibilidade. No Bahrein essa possibilidade parecia mais remota e mais ainda depois de ter ficado sem parte da asa dianteira no choque da primeira curva. Mas o australiano aguentou-se e conseguiu um espectacular 4º lugar. É um dos melhores pilotos do grid e este ano está a demonstrar isso novamente. Se conseguir manter o andamento e se as melhorias do motor Renault (ou Tag Heure como preferirem) foram substanciais, poderemos ter uma Red Bull a ameaçar mais o pódio. Já Kvyat não fez uma má prova mas a estratégia não o favoreceu na parte inicial, sendo obrigado a poupar muito pneu. No final mostrou algo mais mas parece-nos que o candidato para dar lugar a Verstappen estará encontrado.

 

Haas – O sonho americano cada vez mais surpreendente

Foto: Haas
Foto: Haas

Se o 6º lugar na primeira corrida deixou todos de boca aberta, o 5º no Bahrein fez nos cair do sofá. Não duvidávamos da capacidade da Haas mas chegar e ficar à frente dos Williams é obra! Desta vez não foram as circunstâncias que ditaram o resultado mas sim a qualidade do carro e do piloto. Grosjean disse que este era um dos melhores chassis que já conduziu (parabéns à Dallara por isso) e o resultado está à vista. A equipa americana está a ter um inicio de sonho e ultrapassou em larga escala os objectivos para esta primeira metade de época e as expectativas do público em geral. Já Gutierrez parece ter o azar do lado dele. Se não são problemas em pista, são problemas no carro que o impedem de mostrar o seu valor. Ao contrário do seu colega de equipa, está a ter um inicio de época para esquecer. Da Haas pode sair o piloto para ocupar a vaga de Kimi e Grosjean está a fazer pela vida.

 

Toro Rosso – Mad Max está de volta

Foto: Toro Rosso
Foto: Toro Rosso

Depois do “choro” de Melbourne, tivemos de novo o verdadeiro Verstappen em pista a levar o Toro Rosso ao lugar que merece neste momento. Max esteve novamente em grande, com excelentes ultrapassagens e um resultado final muito bom. Depois de ter admitido que errou, Max compensou a equipa com uma exibição de luxo. Já Sainz voltou ao azar de 2015. Um problema na direcção (que o impedia de curvar para a direita) atirou o espanhol para a box numa desistência frustrante para Carlitos. Não há dúvidas que em corrida o Toro Rosso é um excelente carro e pode dar mais alegrias à equipa.

 

Williams – Que desilusão!

Foto: Williams
Foto: Williams

A equipa que esperávamos fosse a 3ª força do grid é neste momento a 4ª ou 5ª. A Williams mostrou mais uma vez que está longe do nível dos homens da frente e que a ameaça Red Bull/Toro Rosso é séria. Um andamento fraco aliado a uma estratégia demasiado conservadora fez que ambos os pilotos passassem maior parte do tempo com os pneus médios, que não responderam a quem os usou na noite de Sahkir. Massa foi um alvo fácil e Bottas teve uma noite para esquecer, com um toque em Hamilton e consequente punição (justa por sinal). Logo aí o resto da corrida não iria dar em nada. Conseguiram acabar nos pontos, o que não é mau mas da Williams esperava-se mais… muito mais! Apenas uma asa dianteira nova foi despachada para o Bahrein e o equilíbrio do carro ficou comprometido. Ou seja o carro começou a ter mais aderenência no eixo da frente e assim a traseira ficou demasiado solta. Por aí se vê que as evoluções da Williams não estão a chegar ao ritmo e da forma mais desejável.

McLaren – Vandoorne conformou a “pinta” de campeão

Foto: McLaren
Foto: McLaren

O fim de semana parecia estar bem encaminhado para a McLaren. Embora Alonso não tivesse autorização para participar devido as mazelas do acidente de Melbourne, Button tinha feito o 3º melhor tempo na FP2 e Vandoorne mostrava que tinha talento para fazer uma prova sem problemas. Mas na qualificação, Button foi apanhado desprevenido e não passou à Q3 como esperavam e Vandoorne fez melhor que o seu colega de equipa. Em corrida Button não conseguiu mostrar muito mais pois o motor do seu McLaren não aguentou e resolveu parar. Ficou entregue a Stoffel a tarefa de levar a bandeira da equipa a bom porto. E assim o fez, conquistando o primeiro ponto para si e para a McLaren. O jovem belga mostrou o porquê de ser considerado um dos melhores valores do futuro. Teve a calma necessária para evitar os problemas e mostrou pormenores de “craque” num par de ultrapassagens, onde não complicou o que era simples. Uma excelente estreia para o jovem que provou que a McLaren teve razão em mantê-lo na estrutura. O futuro está assegurado.

Renault – Não parar do vermelho custou caro

Foto: Renault
Foto: Renault

Já tínhamos dito antes que este ano a Renault vai tentar aprender com os erros e melhorar corrida após corrida. Há muito para ser revisto mas para já não está a ser o desastre que se esperava. Em Melbourne correu tudo bem mas no Bahrein o azar bateu à porta. Palmer teve um problema no inicio da corrida e foi obrigado a desistir e Magnussen  pagou caro o erro ao não ver a luz vermelha na entrada da box, em que deveria ter parado de forma aos comissários pesarem o carro. O dinamarquês fez pela vida e subiu até ao 11º lugar. Se tem largado mais à frente a história poderia ser outra. Mas gostamos cada vez mais desta dupla. Se a equipa mantiver estes dois pilotos a médio prazo, com um carro decente, terão com certeza excelentes resultados à vista. E o carro mostra potencial para fazer uma época minimamente tranquila.

Sauber – Ericsson salvou a equipa

Foto: Sauber
Foto: Sauber

Nasr teve mais um fim de semana para esquecer. Sem ritmo e sem capacidade para dar a volta aos acontecimentos. Queixou-se que o carro era “terrível de conduzir” e foi a única nota de relevo do brasileiro. Não temos dúvida de que tem talento mas parece claramente estar afectado pelo actual momento da equipa. Ericsson salvou a honra da equipa e lutou como pôde pelo melhor lugar possível e conseguiu o 12º à frente de Wehrlein. Se calhar uma das melhores exibições do sueco na F1, dadas as circunstâncias altamente difíceis. A Sauber está cada vez mais com a corda ao pescoço. Pelos vistos não há dinheiro para ir à China e se não há dinheiro para viagens, falar em melhorias nem vale a pena. A F1 tem problemas graves para resolver e não deverá ajudar a Sauber. Parece cada vez mais o canto do cisne. No entanto surgem rumores que a Ferrari pode deitar a mão à equipa e fazer com que o nome Alfa Romeo volte à F1 pela porta da Sauber. No entanto são apenas rumores.

 

 

Manor – Wehrlein mostrou grande potencial

Foto: Manor
Foto: Manor

O alemão tem um potencial tremendo e provou-o em pista. Na qualificação esteve muito bem e em corrida melhor ainda. O carro tem ainda muito que evoluir e falta carga aerodinâmica para serem mais rápidos mas Pascal vai fazendo pela vida ganhando experiência e lutando por pontos. Ainda não foi desta mas se mantiver o nível poderá ser ainda este ano. O rapaz é muito bom. Já Haryanto… acabou a sua primeira corrida na F1 e poderá ser de novo o mais votado para melhor piloto da corrida mas não tem nada que se recomende. É apenas mais um carro em pista e nada a acrescenta.

Force India – Uma noite horrível para esquecer

Foto: Force India
Foto: Force India

O Bahrein costuma ser  uma das pistas preferidas dos homens da Force. Mas no domingo tudo correu mal. Hulkneberg teve de ir às boxes logo na primeira volta devido à carnificina da primeira curva e Pérez não encontrou a afinação ideal e nunca encontrou o andamento necessário para sair da cauda do pelotão. Começa mal o ano para uma das equipas que mais expectativa criou no inicio do ano. O carro tem potencial mas tal ainda não foi visível este ano.

 

F1 – A vergonha continua

Foto: F1
Foto: F1

A novela da qualificação parece não ter fim. É agora um dado adequirido que não voltará ao formato de 2015 (uma autêntica parvoice) e as equipas estão agora a arranjar forma de obrigar os carros a rodarem mais. A ideia passa por fazer a média das 2 voltas por cada sessão qualificativa. Ou seja, o tempo final de cada piloto fica decidido pela média de o tempo feito em duas voltas. Uma esptupidez pois no caso do Bahrein significaria que aquela volta canhão de Hamilton seria insuficiente para que o piloto ficasse na pole. Este sistema já foi usado no passado e não resultou. Bernie e Todt são os verdadeiros culpados disto e  o que se assiste neste momento é uma guerra de poder. E quem fica a perder? A F1 claro.

 

 

Campeonato de pilotos:

Sem Título

Campeonato de construtores

 

Sem Título2

 

 

 

 

Fábio Mendes

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