Tem lugar no próximo fim-de-semana a 3ª ronda do mundial de F1, que tem como palco o Circuito internacional de Shangai.

Inaugurado em 2004, demorou 18 meses a ser construído. Um pântano foi convertido num circuito internacional, com capacidade para 250 mil pessoas. 3000 engenheiros trabalharam noite e dia numa obra cujo custo se fixou nos 370 milhões de euros.
Esta pista já acolheu os campeonatos de WTCC, F1 assim como os V8-SuperCars e Moto GP.
Em 2011 foi alvo de uma rigorosa inspecção pois as curvas 1,8 e 14 estavam a afundar, devido ao terreno pantanoso.
O desenho da pista ficou a cargo de Hermann Tilke.
É uma pista plana, muito exigente nos pneus dianteiros, sendo o lado esquerdo mais susceptível a maior desgaste devido à curva 1 e 13, longas curvas para a direita feitas a velocidade média que obrigam a um desagaste extra do pneu dianteiro esquerdo. É uma pista que tem favorecido a Mercedes no passado com 3 vitórias no traçado, sendo Hamilton o “dono” da pista com 4 vitórias em seu nome e 5 poles.
Pontos de interesse

– A luta interna da Mercedes está ao rubro! Nico Rosberg leva 5 vitórias seguidas ( se contarmos as do ano passado) e está prestes a fazer algo que apenas pilotos como Vettel, Schumacher e Ascari fizeram… vencer 6 corridas seguidas. E se o conseguir será um aumento de confiança brutal para o alemão, que terá tudo para conseguir a proeza. É que Hamilton vai ter uma penalização de 5 posição por troca de caixa de velocidades, o que na melhor das hipóteses significa largar da 5ª posição do grid, uma perspectiva nada animadora para quem tem tido tantos problemas na largada. O tri-campeão está sereno e afirma não ter qualquer problema com a situação actual (o que mostra uma força mental assinalável) mas se Rosberg conseguir vencer mais uma vez (o que parece provável) o britânico começará inevitavelmente a fazer contas à vida.
– Na Ferrari não se vivem momentos de felicidade. O carro é bom e tem bom equilíbrio, o motor tem potência mas não tem fiabilidade e isso tem minado o espírito da equipa, que este ano está numa situação diametralmente oposta ao ano passado. A Scuderia continua a negar problemas de fiabilidade mas ver o carro de Vettel a cuspir fumo de forma pouco saudável ainda antes da corrida começar no Bahrein não pode ser sinal de que tudo está bem. Como irá a equipa reagir tendo de usar o motor a maior parte do tempo em modo de segurança e quando são esperadas melhorias no turbo (o grande problema da unidade motriz nesta altura) para Junho ou Julho?

– A Williams tem também muito para melhorar. A equipa anulou um dos problemas do ano passado que eram os pits stops, sendo agora regularmente os mais rápidos nesse aspecto mas o carro deixa a desejar. A tão falada nova asa dianteira não deu em nada e Massa não gostou das sensações ao volante com a nova peça. Será agora Bottas a experimentar mas é claro que a Williams passa uma fase menos boa. Vale o facto de que pela primeira vez em muito tempo a equipa apresentou lucro. Mas há muito trabalho a ser feito já na China.
– Red Bull, Toro Rosso e surpreendentemente a Haas continuam na luta pelo top 5. Se a Toro Rosso era favorita no início do ano e da Red Bull se espera sempre que ultrapassem as expectativas (o que voltaram a fazer, com um carro excelente que já valeu o 4º lugar por duas vezes, muito acima do que esperavam) a Haas aparece nesta luta de forma inesperada. A equipa principiante parece ter encontrado a fórmula do sucesso, que não é apreciada por outros mas que para já rende e de que maneira! Não seria de espantar que continuassem a fazê-lo… Grosjean sabe poupar pneus, o carro é bom nisso e esta ideia já resultou duas vezes este ano. Uma luta a 3 (para já) bem interessante de seguir.

– Mais abaixo, Mclaren, Force India e Renault lutam pelo top 10 e por pontos. Se a Renault parece estar acima do esperado, com uma boa dupla de pilotos ( cuja continuidade esteve posta em causa esta semana, segundo alguns rumores, de forma infundada) e com um carro que pode render bons pontos quando tiver um motor melhor ( que se espera que chegue por altura do GP do Canadá), já a McLaren e a Force India desiludiram. Mais a Force que se esperava que lutasse mais afincadamente por um lugar no top5. Para já o azar tem sido um fiel e pouco desejado companheiro nas duas primeiras provas e ainda não foi possível ver o real andamento do carro. Na McLaren a história é semelhante pois não fossem os acidentes e as falhas de motor já haveria mais pontos em carteira. Estas 3 equipas precisam de mostrar muito mais do que fizeram até agora e se no caso da Force a pista até pode ajudar com as longas rectas, algo que pode não agradar às outras duas pois uma pista que exige tanto dos motores não é o cenário mais agradável nesta altura.

– Os últimos lugares do grid vão dar origem a boas lutas. Wehrlein tem feito bom uso da máquina, e a Sauber precisa de mostrar mais do que tem feito numa altura em que os rumores sobre o fim da equipa devido a problemas financeiros continuam.
– A meteorologia poderá ter um papel fundamental no decorrer do fim de semana uma vez que se espera a chuva apareça a qualquer momento o que poderá misturar as coisas e beneficiar as equipas teoricamente menos favoritas.
Dados da pista:
Cumprimento da pista: 5.451 km
Nº de voltas: 56
Distância de corrida: 305,066Km
Curvas: 16
Volta mais rápida + volta mais rápida em corrida: Michael Schumacher 1:32:238
Nível de apoio aerodinâmico: Elevado
Uso de combustível: 1.7 kg/volta
Pneus para 2015: Macios, supermacios e médios
Traçado da pista:
Lista de vencedores:
Onboard da pista:
No ano passado foi assim:
Horário (Portugal)
Fábio Mendes