Fórmula 1 – Formula 1 Grand Prix de Monaco 2016: Resumo da corrida

O Principado do Mónaco foi mais uma vez o palco de uma das Jóias da Coroa do desporto motorizado, num fim de semana cheio de grandes corridas. O Grande Prémio do Mónaco é uma corrida que todos sonham em vencer.

Esta corrida marcou a estreia em competição de um novo jogo de pneus da Pirelli, que rodou com um pneu ultra macio. E foi com esse jogo de pneus que Daniel Ricciardo (#3), no seu Red Bull Tag Heuer, fez uma volta sensacional na Q3, e marcou a sua primeira pole position da carreira, batendo os Mercedes-Benz de Nico Rosberg (#6) e Lewis Hamilton (#44), em 2º e 3º, respetivamente. A equipa conseguiu resolver a situação complicada da colisão dos dois pilotos em Espanha, mas a rivalidade entre eles continua intensa.
Hamilton até teve alguma sorte em marcar o 3º melhor tempo, porque no início da Q3 sofreu um problema na pressão de combustível. Ainda assim o seu tempo deixou-o no lado mais limpo da pista na partida, batendo o Ferrari de Sebastian Vettel (#5).
Kimi Räikkönen (#7) perdeu cinco lugares na grelha depois de trocar a caixa de velocidades, partindo de 11º, e Max Verstappen (#33), o grande vencedor em Espanha, teve um acidente na qualificação e a equipa optou por fazer com que o holandês partisse da via das boxes.

Previa-se chuva para a hora da corrida e a previsão foi correta. A chuva deixou a pista suficientemente molhada para que todos colocassem os pneus de chuva forte.
A corrida até começou atrás do Safety Car. Durante este período, Daniil Kvyat (#26) perdeu posições depois de sofrer pequenos problemas técnicos no seu Toro Rosso Ferrari, e caiu para os últimos lugares.

Ao fim de oito voltas a corrida começou com Daniel Riccciardo na frente de Nico Rosberg e Lewis Hamilton. Logo na partida, na reta da meta, Jolyon Palmer (#30) teve uma possível falha na suspensão que enviou o seu Renault contra as barreiras. Incapaz de virar o carro, bateu nas barreiras na curva 1, e o Safety Car Virtual entrou em vigor. Felizmente, Palmer não se magoou. Nesta altura, alguns pilotos já arriscavam numa troca para pneus intermédios.

A bandeira verde voltou na volta 10. Ricciardo surpreendeu Rosberg, que se deixou atrasar. Nas voltas seguintes, Ricciardo foi ganhando uns incríveis dois segundos por volta a Rosberg, que tinha Hamilton a exercer muita pressão.
Uma volta depois, Kimi Räikkönen (#7) comete um erro no gancho e bate na barreira. Felipe Massa (#19) vinha logo atrás e quase embatia na traseira do Ferrari. Räikkönen partiu a asa dianteira e seguiu caminho, mas em Mirabeau leva um ligeiro toque de Massa. Romain Grosjean (#8) acabou por ficar no exterior da pista e ficou entalado, mas pôde prosseguir, tal como Massa.
Räikkönen continuou, mas com a asa dianteira por baixo do seu carro optou por parar de vez no final do túnel, e ficou fora de prova.

Entre os líderes, o primeiro a mudar para intermédios foi Sebastian Vettel, na volta 13, e caiu para 8º, e viria a perder tempo atrás de Felipe Massa (#19).

Na volta 16 acontece um momento muito importante para o resultado final da corrida. Rosberg, já com 13 segundos de atraso para Ricciardo, recebe instruções para deixar passar Hamilton para o 2º lugar. Agora o britânico tinha espaço para tentar reduzir o atraso para o australiano.
Cinco voltas depois, Rosberg para nas boxes para colocar intermédios, e voltou na 5ª posição, à frente de Vettel. Sergio Pérez (#11), que estava envolvido nesta luta, parou na volta 22 e quando regressou, com pneus intermédios, conseguiu passar Vettel. Depois das paragens, Rosberg era 3º, Pérez 4º e Vettel 5º.

Daniil Kvyat tentava desdobrar-se de Kevin Magnussen (#20) e tentou uma manobra demasiado arriscada em Rascasse. Os carros tocaram-se, e Kvyat ficou fora de prova com danos na suspensão. Magnussen também iria abandonar a corrida por este incidente.

Daniel Ricciardo fez a sua primeira paragem na volta 23, trocando para pneus intermédios, depois de ter feito voltas impressionantes com os pneus de chuva forte. Lewis Hamilton ficou na frente, tendo oito segundos de vantagem, mas era esperado que também fizesse a troca por intermédios. A verdade é que isso não viria a acontecer.
Hamilton mantinha-se na frente, com pneus de chuva, apesar das condições da pista estarem sempre a melhorar. Ricciardo não demorou muito tempo a apanhar o britânico mas, apesar de estar muito mais rápido, foi incapaz de superar o Mercedes-Benz.

Marcus Ericsson (#9) foi o primeiro piloto a colocar pneus slick na volta 31, e isto foi aquilo que Hamilton queria ver, porque a equipa, ao perceber que os slick estavam rápidos, mandou o seu piloto colocar pneus ultra macios na volta 32.
Ricciardo parou uma volta depois e optou por colocar pneus super macios mas… a equipa não estava pronta para trocar os pneus. Os cinco segundos que Ricciardo perdeu nas boxes foram suficientes para que Hamilton se mantivesse na liderança da corrida.

Mais atrás, Pérez tinha sido um dos primeiros a colocar pneus slick, mas o mexicano optou por pneus macios. Uma volta depois, Rosberg e Vettel pararam, com Rosberg a colocar ultra macios e Vettel a colocar macios. Vettel conseguiu passar Rosberg mas ambos foram passados por Pérez, que agora vinha no 3º lugar!
Para Rosberg, a sua situação ainda iria piorar, porque Fernando Alonso (#14) parou depois e regressou à pista no 5º lugar, deixando Rosberg em 6º.

Os pneus ultra macios demoravam um pouco a atingir a temperatura ideal e Ricciardo, com super macios, vinha extremamente rápido, e rapidamente apanhou Hamilton.

A recuperação de Max Verstappen acabou na volta 35, ao cometer um erro em Massenet, e bateu na barreira, ficando fora de prova. O Safety Car Virtual foi novamente ativado.

Duas voltas depois, a corrida voltou a ter a luz verde. Imediatamente, Ricciardo fez um grande ataque no túnel e obrigou Hamilton a cometer um erro na travagem para a chicane, tendo que a cortar. Ricciardo viu uma oportunidade de se colocar lado a lado mas Hamilton bloqueou-o, Ricciardo quase perdia a traseira do seu Red Bull e o australiano ficou muito irritado com a manobra de Hamilton. A direção de corrida analisou este incidente e não tomou qualquer ação.
Nas voltas seguintes, a diferença entre eles oscilava entre um e três segundos. Mais atrás, Pérez, em 3º e Vettel em 4º, ambos com pneus macios, estavam a andar muito bem, e em algumas voltas eram mais rápidos do que os líderes, mas a diferença nunca foi inferior a sete segundos.

A Sauber iria ter uma grande dor de cabeça com os seus pilotos. Depois da equipa ordenar Felipe Nasr (#12) a deixar passar Marcus Ericsson, o sueco tentou uma manobra parecida à que Kvyat tinha feito a Magnussen em Rascasse, e o toque foi inevitável. Foi um desastre para a equipa, porque os pilotos acabariam por abandonar a prova.

Na volta 68, um enorme saco ficou na pista e fez sair mais uma vez o Safety Car Virtual, que demorou uma volta a ser desativado. Ricciardo ainda tentou encurtar a distância, mas Hamilton ganhou rapidamente temperatura nos pneus e alargou a diferença para cinco segundos.

Um pequeno aguaceiro na penúltima volta não impediu Lewis Hamilton de vencer pela primeira vez esta temporada. Finalmente o britânico deixou o seu azar para trás, e assinou a sua segunda vitória no Principado, depois de ter vencido em 2008.

Daniel Ricciardo teve muito azar, e também merecia a vitória. O australiano mostrou-se bastante insatisfeito com o 2º lugar.

Por outro lado, e depois de aguentar a pressão nas últimas voltas de Vettel, Sergio Pérez fez uma bela corrida e fechou no 3º lugar, dando à Force India Mercedes o primeiro pódio esta temporada.

Sebastian Vettel foi 4º, Fernando Alonso foi um excelente 5º classificado no McLaren Honda, Nico Rosberg não fez uma corrida competitiva e foi apenas 7º, sendo passado já na reta da meta por Nico Hülkenberg (#27), a ser surpreendido pelo pequeno aguaceiro na última volta.
Seguiram-se Carlos Sainz, Jr. (#55) em 8º, Jenson Button (#22) em 9º e Felipe Massa (#19) em 10º.

Depois de uma corrida bem mexida no Mónaco, a caravana da Fórmula 1 segue para o continente americano, para o Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve em Montréal, daqui a duas semanas.

Jorge Covas

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