Um pouco fora do tempo ideal mas deixamos aqui as nossas notas sobre o algo aborrecido GP de Itália em Monza. A catedral da velocidade costuma proporcionar bons espectáculos mas desta vez a emoção foi reduzida mas o resultado final traz ainda mais interesse ao campeonato.
O grande vencedor do dia foi Rosberg, que não esperava que a vitória lhe caísse no colo. A fraca largada de Hamilton permitiu que o alemão assumisse a dianteira da prova e gerisse da melhor maneira o andamento. Hamilton continua líder mas precisa de ter ainda mais atenção a Rosberg que está agora apenas a 2 pontos do colega de equipa. Temos mais uma vez uma luta renhida e que irá durar certamente até a última prova.
A Ferrari conseguiu aquilo que precisava… colocar pelo menos um homem no pódio. Poderiam ter sido 2 mas o andamento e a estratégia da Mercedes não permitiu isso. Foi um resultado positivo para a Scuderia, num fim de semana em que o chefe da marca assumiu que os objectivos traçados foram demasiado ambiciosos. Com isso a Ferrari tira a pressão da equipa e deverá começar a concentrar-se em 2017, tentando pelo menos uma vitória. Resta saber se esta mudança não irá provocar nova reformulação no final da época. Vettel voltou a ser o melhor da dupla de pilotos com Kimi por perto.
Na Red Bull, Ricciardo voltou a ser o melhor da equipa e conseguiu um bom resultado tendo em conta as limitações que o motor Tag Heuer ainda tem . Dan ainda teve tempo de nos brindar com a ultrapassagem da corrida e uma das melhores do ano. Não restam dúvidas que Ricciardo é um dos melhores pilotos a atacar e aquele que melhores ultrapassagens consegue fazer. Já Verstappen foi engolido na largada e a partir daí teve de correr atrás do prejuízo conseguindo um resultado não muito negativo para o que aconteceu.
No meio da tabela o destaque vai para a Williams que finalmente conseguiu impor-se à Force India… por pouco. Era expectável que a equipa de Sir Frank se desse melhor no traçado pouco exigente a nível aerodinâmico e assim aconteceu. Bottas foi o melhor no fim de semana em que se soube que Massa se irá retirar no final do ano (havemos de falar disso). Na Force India, Pérez foi o melhor o que tem sido habito e tem agora motivos para sorrir. Os boatos apontam que Carlos Slim, o senhor do dinheiro e que permite que Checo ande pela F1 está prestes a comprar a Force India, o que podem ser excelentes notícias para a equipa que com mais dinheiro poderia bater o pé aos grandes do grid. A Haas ficou outra vez à porta do top 10, desta vez a ser Grosjean o melhor e já começa a cheirar a azar tantas vezes consecutivas perto dos pontos sem conseguir, a McLaren foi uma semi-desilusão pois ficou muito abaixo do que se esperava mas conseguiu assinar a melhor volta pela mão de Alonso. A Honda afirmou que tem uma equipa dedicada em exclusivo à preparação do motor para 2017 e que as agulhas vão se virando gradualmente para o novo “moinho” que equipará o bólide que se espera seja mais competitivo. Ao nível do chassis há muitos aspectos positivos a aproveitar e se a Honda conseguir finalmente acertar no motor… Alonso terá motivos para sorrir.
No final da tabela tivemos a Toro Rosso que passará a ser membro deste clube daqui em diante. Kvyat voltou a não terminar a corrida e a fama de “coitadinho” que está a granjear não favorecem as sua aspirações de se manter na F1, mesmo que Horner diga que a Red Bull o quer manter… Com Gasly a dar nas vistas e com Marko mortinho por descobrir outra pérola esperam-se dias cinzentos para o russo. Renault e Manor continuaram a sua luta pelo melhor dos piores , atrás da Sauber e Wehrelin ficou de fora enquanto Ocon continuou a sua evolução no grande circo. Palmer e Nasr embrulharam-se na primeira chicane, com claras culpas para o brasileiro que apertou em demasia o adversário.
O próximo GP será em Singapura e aí a Mercedes terá de ter muito cuidado pois é tradicionalmente uma pista onde se dão mal e onde a Red Bull tem hipóteses de lutar pela vitória, com a Ferrari à espreita pois Vettel é um especialista do traçado.
Geral do Campeonato:
Fábio Mendes