F1 – GP da Malásia: Análise às equipas

 

Provavelmente… a melhor corrida do ano. Seria uma excelente frase para começar o texto mas não é a Carlsberg que patrocina a F1, no entanto adequa-se ao que se viu na pista malaia. Uma prova com um final improvável, excelentes momentos e muito drama à mistura. Não custou sair da cama mais cedo e ver o melhor que a F1 tem para dar, mais ainda para ver um dos pilotos mais populares do grid vencer finalmente uma corrida em 2016… merecido.

 

Red Bull: Sapatos ao alto e um brinde merecido

O fim de semana não indicava que seria Ricciardo a vencer. Aliás seria sempre uma aposta de recurso pois os Mercedes pareciam imbatíveis e Vertappen mostrava-se mais confortável, remetendo o seu colega de equipa para segundo plano. Mas as corridas têm tanto de cruel como de fascinante e “Danny Ric” aproveitou a confusão da primeira curva para ficar com o 2º posto e aí se manter até o motor de Hamilton se fartar de se motor e resolver transformar-se em lança-chamas. Antes desse momento chave, Ricciardo provou que é ele o nº1 da equipa… Levou a melhor “no braço” contra Max e graças a isso teve direito a ser atendido em primeiro nas boxes por altura do Safety Car virtual, ganhando com isso uma vantagem de 5 seg sobre o holandês que não mais ameaçou a sua liderança. Se não fosse a falha do Mercedes do #44, a vitória até poderia ter caído para Verstappen com uma estratégia excelente, mas assim foi Ricciardo quem lucrou. Foi espantoso ver a Red Bull  não interferir na batalha entre colegas de equipa mas o prémio foi assim  mais doce, sendo a segunda equipa a fazer uma dobradinha nesta nova era dos turbo-híbridos, que tem sido dominada pelos flechas de prata. Outro prémio merecido para uma equipa que superou expectativas em 2014 e que está a repetir a dose em 2016. É a equipa mais forte do grid e aquela que mais competência tem em reverter situações negativas. E Ricciardo é um dos melhores pilotos da actualidade e aquele que está em melhor forma… a maneira como se defendeu de Verstappen e geriu a corrida é digna de um campeão e a forma como foi cumprimentado pela maioria dos pilotos mostrou que é um dos mais apreciados também. Danny Ric is the boss.

Daniel Ricciardo: Nota 9

Max Verstappen: Nota 9

Red Bull: Nota 10

Mercedes: E tudo o fogo levou

Hamilton estava a ter um fim de semana perfeito. Foi  o mais forte nos treinos, na qualificação e tinha visto o seu rival a ficar virado para o sentido contrário do circuito devido a um toque escusado de Vettel. O que não estava no plano foi a falha do melhor motor da F1 que resolveu pregar uma partida ao tri-campeão. O motor supostamente mais fiável e cujos os testes impressionaram na pré-época claudicou novamente. Uma unidade motriz nova, estreada na Malásia acabou em chamas sem explicação e Hamilton ficou assim a 30 pontos de Rosberg. O britânico teve mais uma vez muito azar (uma constante durante este ano) e voltou a levantar suspeitas dizendo que “algo ou alguém” não quer que ele ganhe este ano, uma afirmação que foi mitigada por um post no Instagram onde disse que confiava na equipa. De facto, parece que este ano Hamilton luta contra uma força que não quer que ele vença. Nós chamamos-lhe azar pois é difícil de acreditar que a Mercedes gasta milhões para mostrar que o motor que vai equipar o seu futuro hiper-carro é de “temperamento volátil” e que o novo extra é um “assador de frangos”. Ninguém gasta milhões em má publicidade, mesmo que pareça claro que a equipa teria um gosto especial em festejar o título de Rosberg este ano. Por falar no alemão, corrida de trás para a frente, em que  subir até ao 5º lugar foi um passeio mas daí para a frente teve de suar mais, usando mesmo força bruta com Raikkonen para conseguir o lugar no pódio e ganhar o tempo suficiente para que a penalização (algo injusta) não tivesse qualquer impacto. Um dia mau que acabou por correr bem ao agora cada vez mais favorito candidato ao título.

 

Nico Rosberg: Nota 8

Lewis Hamilton: Sem nota

Mercedes: Nota 5

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Ferrari: cada vez mais longe do pódio

Está a ser um fim de época muito negativo para a Scuderia. Não só foram ultrapassados pela Red Bull, mas também mostram uma total falta de capacidade para dar a volta à situação. É mais uma época em que o carro mostra potencial no início que não é extraído por algum motivo. As melhorias não têm efeitos práticos e na Malásia foram completamente encostados pela Red Bull. Kimi foi novamente o responsável por salvar a face da equipa, não tendo carro para segurar o pódio e Vettel voltou a precipitar-se. Ele que tanto criticou a manobra de Verstappen na Bélgica, fez exactamente o mesmo no domingo com as consequências que se viram. Pediu desculpa a Rosberg, o que mostra fair play, mas este incidente mostra que o alemão está fora de forma e pressionado. Ele quer ser o salvador da equipa mas não encontra soluções para isso o que o leva a cometer erros pouco comuns no tetra-campeão. Foi assim mais uma exibição pálida (nem que seja porque sou durou uns 500m) do alemão. Não nos parece que a Scuderia recupere este ano e se não arranjarem um substituto para James Allison, 2017 poderá ser do mesmo calibre.

Kimi Raikkonen: Nota 7

Sebastian Vettel: Sem nota

Ferrari: Nota 6

 

Williams: Pareceu que ia correr bem pior

A Force India parecia estar em vantagem sobre a Wiliams e os treinos livres eram a prova disso e mesmo. Na qualificação, apenas Massa conseguiu acompanhar Perez e Hulk, no entanto em corrida foi Bottas quem brilhou. Massa teve um problema no acelerador o que arruinou a sua corrida, enquanto o finlandês, com uma estratégia agressiva de 1 paragem, fez provavelmente a melhor corrida desde que está na F1. Excelente recuperação e pontos valiosos para a equipa que luta directamente com a Force India pelo 4º lugar. Bottas finalmente mostrou algo mais e Massa infelizmente parece continuar com azar. A luta pelo 4º será renhida até ao final.

Valtteri Bottas: Nota 9

Felipe Massa: Nota 7

Williams: Nota 8

 

Force India: Ainda na frente na luta pelo 4º

Hulkenberg e Pérez voltaram a fazer uma óptima corrida, mas  desta vez não conseguiram ficar à frente do Williams, conquistando no entanto muitos pontos para a equipa que se mantém 3 pontos à frente da rival pelo 4º posto do campeonato de construtores. Pérez confirmou que a melhor notícia da semana para a equipa foi a sua permanência em 2017. Hulkenberg é muito bom mas é Perez que garante a maior parte dos pontos e mais uma vez está a golear o seu colega de equipa. Merece uma equipa grande. Se tivéssemos muito dinheiro compraríamos a Force India para lhe dar mais condições de forma a enfrentar os grandes do grid. Têm qualidade para isso.

Sérgio Pérez: Nota 8

Nico Hulkenberg: Nota 7

Force India: Nota 7

 

 

McLaren:  Top 10 já é um habito saudável

Se tivéssemos muito dinheiro comprávamos a Force India e pagávamos para ver Alonso na Mercedes… É definitivamente o melhor da sua geração. Pode não gostar-se do estilo ou da forma de estar do espanhol mas com as mãos num volante é de outro mundo. O que ele faz com este McLaren é digno de registo e será uma grande injustiça se não sair da F1 como os grandes… tri-campeão. Se 2017 não for do seu agrado saí e apostamos vai para o WEC espalhar a sua classe. Por isso fazemos votos que ele goste muito de 2017 pois queremos ver uma última grande luta entre ele quem quer que lhe queira fazer frente. Button não teve a sorte do seu lado embora tenha brilhado na qualificação. A sua estratégia foi comprometida com um VSC logo a seguir à sua paragem nas boxes acabando com a vantagem que tinha conquistado aí. Ainda assim mostrou  excelente andamento… Ainda tinha uns truques para mostrar na F1 em 2017.

 

Fernando Alonso: Nota 9

Jenson Button: Nota 8

McLaren: Nota 7

 

Renault: Finalmente Palmer

A corrida de Magnussen ficou arruinada com um toque no início da prova, obrigando o dinamarquês a desistir precocemente. Restava Palmer em pista e desta vez não desiludiu e conseguiu mesmo o seu primeiro ponto na F1. Numa altura em que muito se fala do possível line up da Renault  para 2017, Magnussen parece certo e Palmer carta fora do baralho. Mas se a marca francesa não encontrar um piloto que realmente traga mais qualidade a curto prazo, achamos que a melhor opção é manter Palmer. Não é tão mau quanto o “pintam” e ainda tem algo a provar. A Renault continua a mostrar desenvolvimentos e parece estar no bom caminho, principalmente na área do motor, embora o chassis deste ano não tenha grande remédio… é mesmo muito fraquinho.

Jolyon Palmer: Nota 8

Kevin Magnussen: sem nota

Renault: Nota 7

 

Toro Rosso. Tão perto dos pontos

Sainz lutou pelo 10º lugar mas não chegou lá. Tendo em conta o motor que carrega no seu monolugar, ter ficado em 11º não pode ser considerado mau mas o 11º tem sempre um sabor amargo, mais quando nessa posição ficou um Renault. Já Kvyat também foi apanhado na confusão entre Gutierrez e Magnussen e teve de se ficar pelo 13º. Japão poderá ser mais favorável à equipa.

Carlos Sainz: Nota 7

Daniil Kvyat: Nota 6

Toro Rosso: Nota 6

Sauber: Um Ericsson cheio de vontade

O sueco esteve em forma na Malásia. Conseguiu um 12º lugar bem interessante tendo em conta a pista e o carro. Não são pontos é certo mas pelo menos dá alguma moral à equipa. Já Nasr teve problemas nos “travões” segundo a equipa, mas quando o brasileiro desistiu, o seu motor não tinha um som muito saudável. Se calhar não há autorização para dizer que o problema foi do motor Ferrari.

Marcus Ericsson: Nota 7

Felipe Nasr: Sem Nota

Sauber: Nota 6

Manor: Whrelein cumpriu as regras de trânsito

Ocon teve tudo para finalmente dar água pela barba ao seu companheiro de equipa, mas um problema no limitador de velocidade fez que o francês fosse penalizado 2 vezes por exceder a velocidade máxima no pit lane. Assim foi fácil para o alemão fazer melhor que Ocon. Mas está aqui uma luta que pode ser interessante em 2017… dois dos grandes talentos do futuro numa rivalidade que pode dar que falar.

Pascal Wehrlein: Nota 7

Esteban Ocon: Nota 6

Manor: Nota 5

 

Haas: Demasiados problemas numa corrida só

Grosjean desistiu com um problema nos travões (mais uma vez os travões a deixar ficar mal a equipa. Os únicos travões que funcionaram foram os que foram aplicados à língua do francês, a quem foi pedido mais cuidado na hora de criticar abertamente a equipa, algo que ele cumpriu). Já Gutierrez viu a sua roda direita saltar fora em pista, num problema que vai valer certamente uma multa e se calhar penalização à equipa. Mau demais.

Romain Grosjean e Esteban Gutierrez: sem nota

Haas: Nota 2

 

 

Próxima corrida, uma das melhores do ano… Suzuka já no próximo fim de semana

 

Fotos: páginas oficiais das equipas

 

Fábio Mendes

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