F1 – Ross Brawn pode ser o salvador da Formula1

A Formula 1 atravessa tempos de grande mudança. A entrada da Liberty Media para os comandos do grande circo veio dar um novo alento aos fãs e responsáveis da F1. A CVC, anterior detentora dos direitos económicos da Formula 1 usou o Grande Circo como fonte de rendimento e nunca se quis chatear muito com o assunto. Bernie tratava dos negócios e apresentava os lucros no fim do ano. Era preciso que algo mudasse.

A Liberty Media quer também lucros mas sabe que tem um produto que necessita de uma revolução. A base de fãs da F1 está envelhecida e algo aborrecida. Tecnologicamente a F1 está melhor do que estava há 4 anos atrás e agora sim tem como base tecnologia que será útil no futuro, mas na parte competitiva e emocional da coisa… há trabalho para fazer. E é isso que a Liberty e Chase Carey estão a tentar entender. Para já a relação com Bernie não é a mais… calorosa, digamos assim. “Mr E.” tem uma forma muito própria de lidar com os negócios e não gosta que lhe tirem poder mas Carey não está muito interessado no título de Ecclestone e quer apenas melhorar o produto, sabendo que está a lidar com o homem que adiou a entrada na Formula 1 na era digital e nas redes sociais com claro prejuízo para a marca. Tem tido muitas conversas com os chefes de equipa para tentar entender o que é a F1 e o que ela precisa e já haverá uma possível decisão.

Ross Brawn como novo director desportivo da Formula 1

Brawn é um nome muito forte na Formula 1. Trabalhou na Benetton, Ferrari, Brawn GP e Mercedes e em todas elas foi bem sucedido ou lançou as bases para o sucesso. Ross Brawn é um dos nomes mais respeitados do paddock e é o nome apontado pelos media para se tornar o director desportivo da F1. O britânico ficaria encarregue de ser o elo de ligação entre a FIA e a Liberty Media e seria um dos grandes responsáveis pelas decisões relativas aos novos regulamentos no futuro sem nunca ficar envolvido na parte do negocio da Formula 1. Se inicialmente se poderia pensar que a ideia era substituir Bernie por Brawn, isso depressa deixou de ser dúvida uma vez que os papeis são complementares e não chocam de forma alguma. A verdade é que para o lugar de Bernie, está Carey. Brawn seria o homem que definiria o futuro da Formula 1 no que diz respeito a regras e mudanças técnicas. O britânico já negou as notícias veiculadas nos últimos dias mas confirmou que está a ser consultado pela Liberty que lhe ligou para tentar entender melhor o desporto. Brawn negou categoricamente a sua entrada para qualquer equipa mas afirmou que gostaria de ajudar a F1 a melhorar.

A pessoa certa no lugar certo

Brawn é a melhor escolha para o lugar. Conhece a F1 como ninguém e conhece a realidade das equipas. O seu conhecimento pode ser fundamental para que a próxima mudança de regulamentos transforme a F1 numa competição apelativa para marcas e fãs. Pode demorar 1 mês ou 1 ano mas parece-nos que o papel que terá sido oferecido pela Liberty Media a Ross Brawn é demasiado apelativo para ser recusado, ele que sempre quis estar ligado à F1, mas sem os aborrecimentos que ser chefe de uma equipa trazem, tanto a nível de tempo como de deslocações.

A F1 esteve sempre muito dependente do débil equilíbrio entre a FIA e os interesses das equipas e Brawn pode ser o garante de estabilidade para ambas as partes. O arbitro que poderá decidir melhor sem ceder a pressões de uma parte ou outra, sem que para isso seja preciso recorrer a infindáveis processos de negociação. A confirmar-se poderá ser a primeira decisão de peso da Liberty… e uma decisão que em todos os aspectos parece ser muito positiva.

Fábio Mendes