FIA World Rally Championship – 25th Kennards Hire Rally Australia
A temporada de 2016 do WRC encerrou com uma longa viagem à Austrália. Logo após o Rali do País de Gales veio a grande notícia da Volkswagen, que anunciou que se irá retirar do WRC no final da presente temporada. Esta decisão, que está relacionada com o escândalo das emissões de gases poluentes dos modelos a diesel de estrada, e que também obrigou ao fim do programa da Audi no Campeonato do Mundo de Resistência, apanhou muita gente de surpresa. Isto significa que os pilotos da equipa, Sébastien Ogier (#1), Jari-Matti Latvala (#2) e Andreas Mikkelsen (#9), juntamente com os seus co-pilotos, estarão disponíveis para assinar por outras marcas.
Os pilotos da Volkswagen estavam determinados em terminar a aventura da marca alemã no WRC em grande e todos queriam ter a honra de chegar à vitória. No primeiro dia, Andreas Mikkelsen (#9) foi o primeiro líder do rali. O norueguês foi o primeiro líder do rali e estava determinado em vencer para chegar ao vice-campeonato. Mikkelsen partia com 14 pontos de atraso para Thierry Neuville (#3), que ocupava o 2º lugar, e Hayden Paddon (#4) tinha 17 pontos de atraso no 4º lugar.
Jari-Matti Latvala cometeu um erro logo na primeira classificativa do rali, ao bater numa ponte, danificando a suspensão traseira, e o fnlandês perdeu logo 30 segundos com este problema. Nas classificativas seguintes perdeu vários minutos e ficou completamente fora da luta pelo rali.
Hayden Paddon mostrou bom andamento e fez um grande tempo em SS2 com o Hyundai para passar à liderança do rali. Mikkelsen respondeu em SS3 e aproveitou a má escolha de pneus de Paddon e um problema no acelerador do Ford de Ott Tänak (#12) para liderar por 12 segundos sobre Daniel Sordo (#20), que viu o seu co-piloto, Marc Martí perder-se na ligação para a quarta classificativa, que o fez começar dois minutos mais tarde, incorrendo numa penalização de 20 segundos.
Mikkelsen continuou seguro na liderança e continuou a aumentar a vantagem para Paddon, que teve dificuldades com o desgaste dos pneus e foi passado por Sébastien Ogier, que começou o dia com muitas dificuldades a limpar a estrada, tendo depois andado melhor durante a tarde, tal como Thierry Neuville, que aumentou o andamento durante as classificativas da tarde e chegou ao 3º lugar, mantendo-se em boa posição para o vice-campeonato.
No final do primeiro dia que foi difícil por causa das temperaturas elevadas e do desgaste dos pneus, Mikkelsen terminou o primeiro dia na frente, com 15.4 segundos de vantagem para Ogier, 22.5 para Neuville e 23.7 para Paddon.
No segundo dia, que começou com a passagem por Nambucca, com 50 km, Paddon saltou de 4º para 2º com o melhor tempo, tendo 13.5 segundos de atraso para Mikkelsen. Ogier apostou nos pneus macios para tentar perder menos tempo a limpar a estrada e ficou a 17.8 do norueguês. Neuville teve dificuldades e caiu para 4º, perdendo mais de 20 segundos nesta classificativa. A situação estabilizou até à segunda passagem por Nambucca (SS15), e aí Ogier recuperou o 2º lugar, mantendo a pressão sobre Mikkelsen que tinha 12 segundos de vantagem.
Em SS16, Mikkelsen perdeu quase dez segundos quando teve problemas com os pedais da embraiagem e do travão. O pedal da embraiagem acabava por bater e pressionar no pedal do travão, e com isto Ogier ficava agora agora a apenas 2.8 segundos. No final do dia, Mikkelsen tinha apenas dois segundos sobre Ogier, com Paddon ainda na luta, a 12 segundos. Neuville já estava mais afastado, a 33.8.
No último dia desta temporada, Mikkelsen começou com o melhor tempo em SS19, ganhando seis décimas de segundo, mas em SS20 o tetracampeão do mundo cometeu um erro ao fazer um pião e a dar um toque num banco que lhe custou 20 segundos. Mikkelsen assinou o melhor tempo e ficou mais perto da vitória.
Paddon também teve problemas em SS20 quando sofreu um furo na roda traseira esquerda depois de um toque, e o neozelandês teve que fazer os últimos quilómetros da classificativa com um pneu furado. Paddon perdeu um minuto e caiu para o 5º lugar.
Até ao fim, Mikkelsen limitou-se a gerir os 20 segundos de vantagem que tinha para Ogier, enquanto que Paddon ainda lutou para passar Dani Sordo e chegar ao 4º lugar.
Andreas Mikkelsen deu à Volkswagen a última vitória no WRC. O norueguês venceu pela segunda vez este ano mas não conseguiu chegar ao vice-campeonato por seis pontos.
Sébastien Ogier terminou mais uma grande temporada com o 2º lugar, não conseguindo ter a honra de vencer pela última vez com a VW, que fecha com uma dobradinha. O Polo R WRC será um carro lendário, com 43 vitórias em 53 ralis.
Thierry Neuville terminou no 3º lugar e assegurou pela segunda vez o vice-campeonato, na frente dos seus colegas de equipa, Hayden Paddon, em 4º, e Dani Sordo em 5º.
Esapekka Lappi (#31) (Skoda) venceu no WRC-2, com o 8º lugar na geral, e assegurou o título de campeão nesta categoria.
Michel Fabre (#62) (Citroën) venceu no WRC-3 com o 19º lugar na geral.
Terminou assim a temporada de 2016 do WRC. A temporada de 2017 não terá a Volkswagen mas terá o regresso da Citroën a tempo inteiro, depois de ter feito a temporada de 2016 de forma parcial, e o regresso da Toyota ao campeonato pela primeira vez desde 1999. A partir de 2017 também teremos novas regras que dão mais liberdade técnica às equipas e, com isso, a velocidade e o desempenho dos carros será maior. Promete ser uma temporada interessante, que começa com o Rali de Monte Carlo entre os dias 20 e 22 de janeiro.
Jorge Covas
Chicane Motores 