Pode ser mais uma vítima dos custos cada vez maiores da F1. Os responsáveis pelo circuito de Silverstone estão a ponderar deixar de receber a prova num futuro próximo. O mitico traçado, casa da primeira corrida de F1 tem um acordo válido por 17 anos assinado em 2009, mas com uma clausula que permite rescindir esse acordo em 2019, desde que o pedido seja feito já este ano.
Os responsáveis pelo circuito (BRDC) afirmaram à Autosport.com que fizeram tudo o que Bernie pediu gastando mais de 50 milhões de libras para requalificar as infraestruturas, tal como pedido mas o aumento anual dos custos (5% de aumento por ano) começam a tornar o evento insustentável e o conselho responsável não quer hipotecar o futuro da pista por causa da F1.
A confirmar-se seria uma perda enorme para a F1. A pista é do melhor que há e o legado do traçado é inegável. Silverstone é parte da F1 e nunca deveria sair do calendário. Mas ao contrário do Mónaco, os interesses neste caso são diferentes e Silverstone acolhe a F1 com poucas ou nenhumas ajudas estatais o que dificulta sobremaneira a tarefa de quem tem de gerir a infraestrutura. Assim corremos o risco de ver partir uma das melhores pistas do calendário.
Confrontado com a situação, Bernie disse que “se quiserem activar a clausula estão no seu direito”. ” Fomos abordados por mais duas pistas que se mostraram interessadas em receber o GP da Grã Bretanha e nós queremos continuar a ter esta prova. Quanto a Silverstone, não está nas nossas mãos”.
É com tristeza e sem surpresa que vemos esta posição de Bernie. Já é costume não ligar a história e legados preferindo pensar sempre nos cifrões, o que nos parece tem sido uma politica que prejudica a modalidade. Afinal preferíamos meia corrida em Silverstone do que 5 no Azerbaijão. Já começam a ser muitas as pistas que deturpam a identidade da F1. Ao contrário do que o chefe da Toro Rosso disse, não achamos que há demasiados GP na Europa. É aqui que a maior base de fãs está e faz sentido que por aqui hajam mais provas, pelo carisma das pistas e pela proximidade de quem realmente gosta da F1. Na Ásia, tirando o Japão, tem-se visto um decréscimo no interesse pela modalidade e nas Américas apenas do equador para baixo é que se vive verdadeiramente a paixão pela F1. Esperemos que não seja o início de uma epidemia que pode ter consequências mais desagradáveis.
Fábio Mendes