Os fãs da F1 estão já com alguns problemas… As unhas começam a ser poucas para tanta espera. E ainda temos algum tempo para penar, com os testes a começar no final deste mês e só em Março teremos o regresso tão esperado à competição.
Como não queremos que falte nada, vamos dar mais motivos para acabar com as unhas. 2017 está recheado de bons motivos para seguir a prova rainha do desporto motorizado e vamos relembrar alguns para quem acha que a F1 é sempre a mesma coisa:
1 – Os novos carros
Nem sempre mais é sinónimo de melhor… basta ver os impostos, o peso ou frio até. Mas neste caso mais poderá ser mesmo sinónimo de melhor. Os carros foram ao ginásio e vão apresentar-se mais largos e com pneus maiores. Tudo isto para aumentar a velocidade das máquinas. Havia quem dissesse que os carros de F1 agora eram demasiado fáceis de conduzir e que para os pilotos era quase um passeio. Agora com estas alterações, os carros vão ficar cerca de 3 segundos mais rápidos por volta (numa primeira fase). Desses 3 segundos, 2.5 vêm da maior aderência dos pneus. E numa primeira fase teremos pneus mais duros, pois a Pirelli não vai querer correr riscos. Assim os pilotos poderão ser mais agressivos com os pneus sem que com isso fiquem sem borracha ao fim de 4 voltas. Os carros vão criar mais apoio aerodinâmico também e segundo as visões mais pessimistas, poderá dificultar ainda mais as ultrapassagens. Os mais optimistas afirmam com os fundos planos mais largos, os extractores maiores e os pneus vão retirar a importância às asas dianteiras e isso facilitará as perseguições. Quem tem razão? Veremos em Março.
O novo desenho tornará os carros mais agressivos e mais bonitos, segundo a generalidade das opiniões. Há quem tenha medo da “barbatana de tubarão” que é possível ver no modelo da Manor e que poderá voltar a ser usado noutras equipas. Mas sinceramente não é a barbatana que me mete medo. Infelizmente assisti à chegada dos carros em 2014, tempos em que todos ficaram de queixo caído com as formas fálicas que se viam na frente dos carros. E este tempo de “F1 by Louça das Caldas” não me impediu de ver as corridas. Por isso considero-me preparado para tudo o que possa vir. Para já os desenhos apresentados são bons… muito bons.
2 – Novos desafios para os pilotos
Mais velocidade implica mais forças G’s e implica mais esforço físico para os pilotos. Hulkenberg já afirmou que os carros vão ser de facto muito mais exigentes a nível físico e que apenas com uma boa preparação se poderá fazer frente aos novos desafios. Para além disso, a maior velocidade irá destacar os melhores pilotos. E era isso que todos queriam. Mostrar que são os melhores do mundo. Vamos finalmente poder separar o trigo do joio (se bem que actualmente todo o grid tem muita qualidade e apenas uma ou outra excepção é visível)
3 – Novas duplas no grid
A Silly season foi particularmente animada com vários pilotos trocarem de postos. Hulkenberg foi para a Renault, Magnussen foi para a Haas, Ocon foi para a Force India, Wehrlein foi para a Sauber, Bottas foi para a Mercedes. Todos eles terão de enfrentar novos colegas de equipa e tentar estabelecerem-se nas novas equipas. O caso mais interessante será o de Bottas que chega a casa de Hamilton, piloto conhecido por não fazer boa vizinhança com os seus colegas. Haverá quem pense que Bottas não vai ter hipótese, mas achamos que o britânico vai ter trabalho com o finlandês. Não se deixem enganar com o estilo pragmático e frio de Bottas… o homem tem qualidade. Curiosidade para ver como o rookie deste ano se vai comportar. Lance Stroll entra directamente para a Williams e terá de provar que o dinheiro investido pelo seu pai foi bem aplicado. E estamos mortinhos por ver o que poderá fazer Vandoorne durante esta época.
4 – Nova chefia e novo rumo para a F1
Novos donos, nova chefia, nova filosofia. Bernie saiu de cena e a ditadura acabou. Agora com Casey e Brawn nos comandos do barco, espera-se uma F1 melhor, mais aberta e mais amiga das equipas pequenas, o que poderá não acontecer a curto prazo. Mas espera-se que sejam dados os passos certos para que tal aconteça. Animados com esta mudança? Nós estamos… mas preferimos pagar para ver antes de fazermos festa.
5 – McLaren finalmente competitiva?
Para os fãs da McLaren têm sido tempos difíceis para as mãos, que são esfregadas vigorosamente no início de cada época com a frase “é desta!”, mas que depois não são hidratadas com o champanhe das vitórias. A Honda apresentará um novo motor, completamente repensado com base no desenho do motor Mercedes e espera-se que finalmente haja um motor competitivo para o chassis. Curiosamente será no chassis que poderá estar o segredo do sucesso. Novas regulamentações implicam quase sempre uma mudança de poderes e se a McLaren acertar com o conceito do chassis (o que pode perfeitamente fazer dada a qualidade do staff técnico) poderá ter uma palavra a dizer (lembram-se da Brawn?). Duvidamos que seja suficiente para ganhar o campeonato mas esperamos que sirva para se voltar estabelecer no top5 pelo menos e lançar as bases do sucesso futuro. Além disso será o início de uma nova era com a entrada de Zak Brown. Será que a equipa arranja finalmente um patrocinador principal e começa a impor-se novamente? AH! Será que os McLaren voltam ao laranja? Suspeitamos que sim.
6 – Ferrari de volta às vitórias?
O problema das mãos que falamos na McLaren também se aplica aqui. Depois de um 2015 auspicioso, tivemos um 2016 fraco para as expectativas que foram criadas (quando até o presidente dizia que 2016 seria um ano muito bom para a equipa, imaginam o melão dos responsáveis no final desta época). Este ano há um pacto de silêncio em torno das expectativas e quando se fala disso, os responsáveis tornam-se monges Cartuxos e nem uma palavra se ouve. Mas os boatos indicam uma nova revolução na unidade motriz, com um aproveitamento mais agressivo do TJI e o uso de impressão 3D para fazer algumas partes do motor. A marca volta a apostar forte e tem de o fazer, pois a Ferrari não pode ficar tanto tempo sem ganhar. 2017 poderá ser também o ano em que a equipa pensa num sucessor para Kimi… e para Arrivabene, se as coisas começarem a dar para o torto.
7 – Confronto Ricciardo vs Verstappen
É um dos confrontos mais esperados do ano. Ricciardo tem tanto de bom piloto como de simpático e Verstappen é um prodígio. Dois excelentes pilotos que terão de se enfrentar de novo. Espera-se uma Red Bull muito forte e a nossa aposta é que os Bull’s voltem à ribalta e coloquem a Mercedes em sentido. O novo motor Renault tem sido elogiado e ao nível do chassis… quem tem Newey tem tudo. Esta nova revolução implica uma mudança profunda no desenho do chassis e espera-se que Newey volte a fazer magia. E se o conseguir, Max e Danny terão armas para fazer frente aos Mercedes.
8 – Pit Babes
Não precisamos de desenvolver muito este ponto… Vale sempre a pena ver Pit Babes. Jasus!
9 – O fim das largadas com Safety Car
As largadas com o Safety Car são o equivalente a receber meias brancas no Natal. A desilusão é tão grande que pode influenciar o resto das festividades. Para este ano isso não acontecerá. Quando a pista estiver demasiado molhada, o SC liderará os carros até que a pista tenha condições de segurança. Quando isso acontecer o SC sai, forma-se a grelha e o GP recomeça com uma largada como deve ser.
10 – Como as equipa de meio/fim da tabela vão lidar com este novo ano?
A Force India vem do melhor ano de sempre com o 5º lugar. A equipa habituou-nos a fazer muito com pouco mas o problema da falta de dinheiro está sempre presente e com a saída de Hulkenberg a equipa perdeu muito em experiência. Será que poderá voltar a bater o pé aos grandes? E a Renault? Começou mal o ano com a saida de Frederic Vasseur que era director da equipa mas que saiu por incompatibilidades com as chefias. O motor foi revisto (a marca investiu muito mais), espera-se um chassis muito mais competitivo e a dupla de pilotos é interessante. A Renault quer vencer mas sabe que tem um caminho a percorrer. Será que este ano consegue alcançar o meio da tabela? E a Haas? O ano de 2016 serviu de aprendizagem e agora com a entrada de Magnussen ficou com um line up muito melhor. Será que os americanos conseguem dar mais um passo em frente? E a Toro Rosso, que em 2016 fez um chassis fantástico, será que repete a dose em 2017, agora com um motor melhor e mais actual? E a Sauber como irá sobreviver com motores de 2016? Muitas dúvidas que terão de ser respondidas e que nos aguçam ainda mais o apetite.
Temos ainda para ver se a Williams finalmente se assume e volta às vitórias em 2017, se o regresso de Massa será bem sucedido (neste caso achamos que nem é tema de conversa… o homem só foi de férias e voltou por isso não terá trabalho acrescido de adaptação), se Wehrlein mostra que o seu valor, se Magnussen finalmente mostra o que vale, se Kvyat se vinga se Sainz se assume como uma das estrelas…
Como podem ver, 2017 será um ano cheio de motivos para nos colarmos à TV e ver as corridas. Estamos muito optimistas em relação a este ano e apostamos que vamos ter muitos motivos para sorrir. E vocês, o que estão desejosos para ver em 2017?
Grid para 2017
Mercedes
- Lewis Hamilton (#44)
- Valtteri Bottas (#77)
Red Bull
- Daniel Ricciardo (#3)
- Max Verstappen (#33)
Ferrari
- Sebastian Vettel (#5)
- Kimi Raikkonen (#7)
Force India
- Sergio Perez (#11)
- Esteban Ocon (#31)
Williams
- Lance Stroll (#18)
- Felipe Massa (#19)
McLaren
- Stoffel Vandoorne (#2)
- Fernando Alonso (#14)
Toro Rosso
- Daniil Kvyat (#26)
- Carlos Sainz Jr (#55)
Haas
- Romain Grosjean (#8)
- Kevin Magnussen (#20)
Renault
- Nico Hulkenberg (#27)
- Jolyon Palmer (#30)
Sauber
- Marcus Ericsson (#9)
- Pascal Wehrlein (#12)
Calendário 2017:
Fábio Mendes