WRC by Rally Space: Fevereiro, um mês bastante emotivo. (Parte I – Internacional)

Este mês de Fevereiro trouxe muitas emoções aos amantes de Ralis, e eu que o diga. Foi um mês que nos trouxe tanto de bom como de mau, porque no desporto motorizado assim como na vida, os dois tipos de momentos estão sempre presentes.

Se olharmos para o início deste mês, tivemos uma conquista portuguesa, que apesar de pouco divulgada, é sempre bastante importante escrever um pouco sobre ela, e assim fazer com que chegue até mesmo aos mais distraídos. Ser português é isto mesmo, e ser português de gema, é ser explorador, aventureiro e navegador. Uma aplicação quase perfecionista da emblemática frase “navegar por mares nunca dantes navegados”, e foi isso que Hugo Magalhães fez, por terras do médio Oriente, mais concretamente, no Qatar. O navegador português, que assumiu neste presente ano, outro caminho na sua carreira, em conjunto com Al – Naimi Rashid (piloto do Qatar), ao volante de um Subaru WRX Sti, levaram de vencida o evento, ao final de realizadas 11 especiais. Um Rali bastante duro, realizado num ambiente árido, complicado. Uma nova experiência para Hugo Magalhães, um novo feito para ele e para Portugal no mundo do automobilismo.

Depois desta fantástica conquista, onde as temperaturas eram de certeza elevadas, passamos agora para o evento do mês, que aconteceu em solo europeu, e que arrefeceu os mais fortes. Estamos a falar da Suécia, da maravilha de neve e gelo, no norte da Europa. Um “Rali de Inverno” que se realiza praticamente desde 1950 e que já viu múltiplas máquinas e inúmeros vencedores a serem bem sucedidos, neste evento que traz sempre algumas surpresas. O Rali da Suécia 2017 trouxe alguns troços novos, bem como as novidades que já eram conhecidas em Monte Carlo.

Os momentos altos do Rali da Suécia ficaram a cargo de um finlandês já muito conhecido. Jari – Matti Latvala fez uma prova bastante consistente, com bons níveis de andamento, naquele que foi considerado um dos Ralis mais rápidos da história da Suécia. Inclusive, a segunda passagem por um dos troços foi cancelada devido ao excesso de velocidade, considerada demasiado elevada, excedendo os parâmetros de segurança da FIA. Mesmo assim, depois de toda a controvérsia instalada em torno dos motores dos “World Rally Cars” que sofreram um incremento neste ano, a Federação Internacional do Automóvel quer ver reduzida a velocidade média nos troços. Vá se lá perceber porquê.

Se Latvala foi o grande vencedor, Ott Tanak também surpreendeu bastante, acabando no segundo lugar do Pódio. O piloto da Estónia representou bem as cores do seu país e levou a M-Sport ao pódio pela segunda vez. No Rali do Mónaco, as coisas já tinham corrido bem para Tanak algo que se repetiu nesta prova (mesmo com todos as adversidades que o seu Fiesta tem enfrentado, desde a problemas no motor, a problemas na caixa, etc.).

A considerar os momentos positivos, também é de ressalvar que os momentos baixos ou negativos ficaram por conta do suspeito do costume. Alguém que apesar da recorrente vontade de ganhar as provas, alguém que apesar de ser um dos pilotos mais rápidos, peca pela constante falta de consistência. Algo que dificilmente será recuperado, neste Campeonato Mundial de Ralis. Se no Mónaco, Thierry Neuville circulou como manda a lei, o piloto belga fez o mesmo na Suécia. Mas tanto num lado como no outro, o excesso de confiança (ou falta dela), fez com que a Hyundai e o respectivo piloto vissem o 1º lugar fugir pela segunda vez consecutiva. Estava bem colocado para ganhar? Sim, não podemos negar. Mas a pressão constante pode deitar tudo a perder e Neuville é um exemplo disso. Melhor sorte para a próxima, mas apesar de tudo são erros praticamente irrecuperáveis.

Para finalizar a temática do Rali da Suécia, acho que as menções honrosas são sempre importantes e estas vão para Paddon que apesar do incidente de Mónaco, voltou com um andamento bastante positivo e também para Breen. Mads Ostberg, no salto apelidado de “Colins Crest” fez mesmo o melhor que podia e acabou por fazer o melhor salto da prova.

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