No México não podem falhar!
Num ano que, por muitos, já começa a ser apontado como o mais equilibrado dos últimos anos, pode já nesta prova, à terceira ronda, por em “cheque” dois dos nomes inicialmente apontados como candidatos a vencer o titulo de campeão do mundo.
T. Neuville e K. Meeke, após dois ralis onde não evitaram azares, ou se quisermos erros, estão numa posição longe de ser a ideal para encarar uma prova tão dura como o rally do México, estando para já longe dos lugares cimeiros da tabela classificativa do WRC, face à concorrência.
Neuville até foi o que mais se evidenciou, o que o deixa certamente ainda mais frustrado, pois dominou os dois ralis corridos até agora, Monte Carlo e Suécia, até, em ambos os casos, erros próprios o colocarem fora das contas dos dois ralis, onde tinham condições claras de os vencer. Foi sem duvida o mais rápido em ambos os casos, mas não conseguiu materializar em resultados esse domínio. Pior do que isso, os erros foram de tal modo prejudiciais, que o colocaram mesmo fora de prova, regressando somente em Rally2, mas longe de poder lutar pelos lugares cimeiros.
Com isto, o próximo rally revela-se de extrema importância para o piloto belga da Hyundai, não só em termos individuais, pois não tem espaço para ceder mais pontos, mas também a própria equipa em termos de construtores, que têm já um atraso de mais de 30 pontos para a líder M-Sport. Falhar é um cenário não admissível por estas bandas. Paddon também tem estado longe de brilhar, têm somente Dani Sordo a salvar as honras da casa, com dois 4º lugares, ocupando a mesma posição no campeonato.
Se na Hyundai as coisas estão sobre pressão, na Citroen não anda melhor. O que difere entre uma e outra, é que a Hyundai já provou ter um carro super competitivo, o que deixa em aviso toda a concorrência, já a Citroen ainda nada fez e nada provou! O novo C3 WRC ainda nem sequer demonstrou ser um carro competitivo o suficiente para se bater com o resto da concorrência, nem Meeke se apresentou como o piloto que vimos correr nos últimos dois anos, onde foi dos mais incómodos à liderança e domínio de Ogier.
A marca francesa esteve um ano a desenvolver este novo modelo, que deixou grandes expectativas no inicio da temporada, pois sabemos que os franceses nestas coisas não costumam brincar, criando-se a ideia que poderia vir um projecto dominador, coisa que nem de perto nem de longe se viu até ao momento. Além de um andamento modesto, a coisa resultou em duas saídas de estrada para Meeke e o melhor piloto da equipa neste momento é, imagine-se, C. Breen, que em Monte Carlo até correu de Ds3 WRC. Estranhamente o piloto irlandês ficou de fora das escolhas da equipa para o México.
Com isto, e perante este cenário, estas duas equipas entram no duro rally mexicano com a pressão de não errar, achamos é que escolheram a prova errada para o fazer, pois aqui cometer erros é a coisa mais fácil do mundo. A ver vamos, o comportamento tanto dos pilotos como dos carros nesta prova tão especial.
A partir de 5ª feira, começamos a ter respostas para todas estas nossas dúvidas. Podem começar a fazer as vossas apostas!
Carlos Mota
Um pensamento sobre “WRC: Citroen e Hyundai sem espaço para erros”