MotoGP – Análise do GP da Argentina

Depois de quinze dias desesperantes para que se realizasse a segunda prova do mundial de MotoGP, posso dizer que em certo modo valeu a pena a espera. Foi uma prova repleta de emoção, espectáculo e…quedas. Treinos livres dominados quase na totalidade pelo novato da Yamaha, Viñales. Qualificação dominada por um senhor de nome Marc Márquez, que deu espectáculo, e deixou bem longe os seus mais directos adversários. Vencedor da prova…uma vez mais o homem do momento. Maverick Viñales. E vão duas para o espanhol!

O GP da Argentina decidiu-se bem cedo, tudo devido à queda de Marc Márquez, que quando seguia na liderança, cometeu um erro, perdendo o controlo da sua moto e entregando a vitória a Viñales. Nem Valenino Rossi nem Cal Crutchlow tiveram andamento para contrariar o líder. Destaco a excelente corrida de Bautista, Zarco, Folger e Petrucci que se apresentaram num nível elevadíssimo, mostrando que estão ali para lutar por pontos ao longo da temporada de 2017.

Maverick Viñales: Começam-me a faltar palavras para este menino! Já sigo a carreira dele a algum tempo e em conversa com um amigo meu, sempre afirmei que este rapaz não enganava. Tem tudo para ser um enorme piloto ( já começa a ser) e um vencedor na categoria máxima. Obteve uma qualificação algo discreta, mas depois de uma boa largada aproveitou da melhor maneira a queda do seu rival da Honda, Márquez, disparando para uma vitória confortável. Fico surpreendido com o à vontade, e a sua pilotagem…é uma delicia ver Maverick em pista. Começa a ganhar pontos preciosos a alguns adversários, o que leva a ser considerado o maior favorito à conquista mundial, mas…atenção…estamos no inicio.

Valentino Rossi: Quanto mais “velho” melhor! O “jovem” italiano parece ter uma moto só para corrida. É magnifico ver Rossi fazer as corridas de trás para a frente. Parece um piloto rejuvenescido, que sabe muito bem as suas limitações e até onde pode ir. O homem da Yamaha terminou na segunda posição e assim vai cimentando a sua posição no mundial de pilotos que, como se sabe, tem como objectivo chegar aos 10 títulos mundiais. Não será fácil, e na minha opinião e infelizmente será difícil atingir essa marca historia em 2017, mas com “Vale” nada é impossível. Está de parabéns. Valentino Rossi concretizou 350 grandes prémios no MotoGP.

Cal Crutchlow: Uma surpresa! Aproveitou bem o fim de semana para dar os primeiros pontos à LCR Honda. O britânico fez uma corrida limpinha, mostrando que a sua Honda, neste traçado, estava à altura da Yamaha de Viñales e Rossi. Crutchlow acabou por perder já nas últimas voltas a luta pelo segundo lugar, mas a imagem que fica é de um piloto sempre na raça e que não tem medo de ir à luta, uma característica do inglês. Gostei do que vi e sinceramente espero que seja para manter este nível, porque a classe rainha precisa de pilotos como ele.

Destaco também a luta intensa protagonizada por alguns pilotos( já referida por mim em cima). Bautista foi uma agradável surpresa. Depois de um GP do Qatar menos conseguido, o espanhol soube dar um boa resposta terminando com a sua Ducati na quarta posição. Já os pilotos da Yamaha Monster Tech3, continuo a referir que é preciso ter em atenção estes rapazes. São muito bons e apresentam um nivel de pilotagem…incrível.

Destaques negativos:

Marc Márquez || Dani Pedrosa

As coisas para a Honda não correm de feição. Marc Márquez quando seguia na liderança do GP da Argentina, cometeu um erro e acabou por desistir. Mais um erro típico de Márquez. Pelo andamento da corrida não haveria adversário à altura do espanhol, que assim deixou escapar uma saborosa vitória e pontos fundamentais para a aproximação da liderança do mundial. Dani Pedrosa, demonstra mais uma vez que é um azarado. Normalmente Pedrosa tem inícios de temporada bem discretos, aparecendo só no final, e pelo andamento da carruagem isso pode acontecer de novo este ano.

Jorge Lorenzo || Andrea Dovizioso

Estou um pouco sem argumentos para Jorge Lorenzo. Azarado! O espanhol da Ducati perdeu a sua moto e embateu contra Andrea Iannone, acabando por deslizar no asfalto e como consequência disso abandonou. Depois de um fraco GP do Qatar, uma vez mais Lorenzo não apresenta o nível desejado pela equipa italiana. É certo que é só a segunda prova do mundial, mas…esperava mais do espanhol…! Andrea Dovizioso não apresentou a consistência que eu referi na minha analise em relação à primeira prova do mundial. O italiano andou em luta pela quarta/quinta posição até que foi abalroado pelo Aleix Espargaró, sendo obrigado a desistir.

A terceira prova do mundial realiza-se nos dias 22-23 de Abril. O MotoGP está de visita aos USA para o Red Bull Grand Prix of The Americas.