A Pininfarina continua viva, longe do protagonismo de outros tempos, mas depois de anos mais tremidos, com poucos trabalhos e muitos muitos prejuízos, a marca ganhou novo fôlego, virando-se agora para as energias do futuro e para os carros eléctricos… super carros eléctricos .
Para quem não conhece, os estúdios da Pininfarina foram fundados a 22 de maio de 1930, em Turim na Itália. No seu inicio, a fábrica dedicava-se a fazer carroçarias de forma artesanal com novos designs para modelos de várias marcas, para edições especiais e limitadas. Durante os anos de guerra, a fábrica transformou-se e começou a produzir autocarros, ambulâncias e veículos para o exército. Depois do fim da guerra, a Pininfarina, aliou-se a grandes nomes da indústria automóvel, especialmente a Ferrari e começou participar de forma expressiva não só no desenho da carroçaria mas também na introdução de melhorias técnicas na própria mecânica dos automóveis. Em 1966, é inaugurado o centro de pesquisa aerodinâmico e o primeiro túnel de vento em Itália, que veio revolucionar toda a forma como se projectava e se fazia os automóveis.
O centro de design da Pininfarina, colaborou na construção de muitos concepts car e no desenho de muitos modelos que foram para produção, como por exemplo, o Ferrari 250 de 1952, o MGB GT de 1965, o Fiat 124 Spider em 1966, o Ferrari 365 GT4 BB em 1973, o Ferrari Testarossa em 1984, o Ferrari F40 em 1987, o Fiat Coupé em 1994, o Peugeot 406 Coupé em 1997, o Ferrari Enzo Ferrari em 2002, o Maserati Quattroporte em 2003, o Volvo C70 em 2006, o Ferrari 458 Italia em 2009, o Lancia Stratos Concept em 2010, o Ferrari FF em 2011 e por fim, numa nova aparição depois de muito tempo, com o super desportivo e concept car, o Fittipaldi EF7 Vision Gran Turismo, projeto desenvolvido entre a Pininfarina e o antigo piloto Emerson Fittipaldi, revelado durante o Salão Automóvel de Genebra deste ano.
Nos fins de 2015, os estúdios da Pininfarina foram comprados pela a empresa indiana de automóveis, a Mahindra por um valor de “apenas” 25 milhões de euros. Mas que teve de assumir os 113 milhões de euros que a Pininfarina devia aos seus credores. Depois de muitos anos de prejuízo seguidos, a marca italiana viu alguma luz ao fundo do túnel.
Desde da sua compra pelos os indianos, que a Pininfarina tem estado um pouco esquecida e afastada dos holofotes do mundo automóvel, surgindo apenas em 2016 com o Pininfarina H2 Speed Concept e agora, em 2017 colaborando no concept car do antigo piloto brasileiro.
Mas segundo informações reveladas pela a Mahindra, durante o Salão Automóvel de Seoul, a Pininfarina está a estudar a possibilidade de lançar um veículo elétrico, neste caso um super desportivo elétrico para entrar no mercado automóvel, e para depois se lançarem na produção de novos modelos e de construir uma vasta gama de veículos elétricos muito luxuosos, com grandes performances e em quantidades muito limitadas de produção. Transformando assim a Pininfarina numa marca automóvel que desenha, projeta e constrói os seus próprios carros.
O primeiro modelo será baseado no estudo do Pininfarina H2 Speed Concept, modelo esse que tinha dois motores elétricos, com cerca de 370 kW, mais ou menos 500cv de potência e com um peso de apenas 1420 kg. O que fazia o carro atingir os 300 km/h de velocidade máxima e fazer os 0-100 km/h em apenas 3,4 s.
São excelentes performances, mas que trazem um grande “contra”, na passagem do estudo para a realidade, pois o peso total é baixo devido ao facto de não ter grandes baterias. Este modelo funciona também com uma pilha de combustível, Fuel Cell, alimentada por hidrogénio, armazenado num depósito, que receberia 6,1 kg daquele gás a uma pressão de 700 bar.
Por isso agora a Pininfarina vê-se no dilema de se manter fiel ao concept car, embora limitando bastante os compradores e os países aonde o vender, pois como se sabe, há poucas bombas onde abastecer os carros de hidrogénio em todo o mundo, exceto no Japão onde é a grande aposta para a mobilidade do futuro, à frente da aposta dos carros puramente elétricos, ou teria de projetar tudo de novo, para colocar grandes e pesadas baterias, de forma a garantir uma autonomia minimamente aceitável ao modelo.
Segundo os responsáveis da Mahindra, a produção seria de apenas 10 exemplares com cada carro a ter um preço a rondar os 2.3 milhões de euros.
Por isso resta-nos esperar para ver se a Pininfarina, agora com os milhões disponíveis da Mahindra, consegue renascer das cinzas, construindo uma marca própria com o seu nome, construindo uma vasta gama de modelos virados para as novas energias de propulsão que começam cada vez mais a entrar em todos os segmentos do mercado automóvel e a ganhar cada vez mais adeptos, com a mesma beleza no design que apaixonou muita gente, ao longo de todos os anos que a marca desenhou e colaborou na construção de centenas de automóveis, em que alguns deles hoje se tornaram autênticas peças de arte e que ainda nos dias de hoje são considerados dos melhores automóveis do mundo.
Fonte: motorauthority.com / aquelamaquina.pt / razaoautomovel.com / pininfarina.it
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Fábio Guedes