F1 – GP da Rússia: Notas finais

Vamos analisar alguns dos tópicos que nos pareceram mais importantes e assim encerrar o capitulo da prova russa de F1.

Não foi a corrida mais animada do mundo é certa, mas foi entretida e com o resultado incerto até ao final. Colocando isto de outra forma, se Vettel tem ganho teria sido uma corrida espectacular, assim como foi o homem que liderou de início a fim, há quem diga que foi aborrecido.

A corrida foi boa, teve uma largada espectacular, o líder foi implacável, o piloto que tem dominado os últimos anos do desporto nem sequer se viu e as estratégias foram importantes para o desenrolar dos acontecimentos. Não se pode dizer que tenha havido falta de motivos para seguir a prova.

Bottas – Finalmente a vitória

Valtteri Bottas será sempre um piloto com uma base de fãs menor em comparação com outros. Não tem o carisma de Kimi, a boa onda de Ricciardo, o estilo de Hamilton ou a língua destravada como Alonso ou Vettel. Mas tem algo que é fundamental num piloto de F1… talento! Se virem o currículo de Bottas até chegar à F1, vão entender que o rapaz tem um kit de unhas apurado. A sua postura discreta e tipicamente nórdica tem tendência em torná-lo numa personagem secundária. Nós também não ficamos convencidos no primeiro ano de Williams mas depois de conhecer melhor o piloto, fomos obrigados a admitir que o homem tem qualidade. Não é um Alonso ou um Hamilton, mas é provavelmente um dos mais subvalorizados pilotos de F1, a par de Hulkenberg e Pérez. Depois do banho de água gelada no Bahrein, recompôs-se, foi à luta e fez uma corrida à campeão… rápido, frio e inteligente. Mereceu o prémio de melhor piloto do dia e desengane-se quem achar que isto foi apenas uma vez. Bottas vai melhorar e mostrar mais. Já mostrou que tem uma coisa importante… força mental para encarar as adversidades.

Ferrari – Em 12 meses muda muita coisa

No ano passado encontrar um sorriso na Ferrari era tão difícil quanto encontrar um trevo de 4 folhas… ou um unicórnio. Era também complicado encontrar um carro que conseguisse ameaçar a Mercedes e ainda mais complicado encontrar estratégias em corridas que permitissem lutar por algo mais. Este ano há sorrisos, há máquina para “dar na boca à Mercedes” e há estratégia. Vettel está em grande e até Kimi mostrou este fim de semana um pouco mais de ritmo. Mas o destaque vai para Vettel e para a Ferrari que foi inteligente ao deixar o piloto mais tempo em pista (para isso valeu o jogo de pneus ultrasoft menos usado na qualificação) para permitir ao alemão atacar no final. Não foi o suficiente, pois Bottas geriu muito bem o andamento mas serviu para nos deixar colados até ao final. Uma palavra para Vettel… aquele dedo apontado a Massa no final e aquela tendência que tem em queixar-se no rádio… pode incomodar muita gente, mas a mim já não. Vettel é genuino e tem a boca demasiado perto do coração. Naquela altura foi feio o que fez a Massa mas no final não o acusou nem insistiu que foi por causa do brasileiro que perdeu a corrida. Aceitou que Bottas foi o melhor de forma cavalheiresca e esqueceu o resto… E quanto à tendência que Vettel tem de abusar do rádio, lembrem-se só quando jogam futebol e o vosso amigo do peito não vos passa a bola e vocês o mandam p’ró cara… No final tudo fica bem e foi só um desabafo do momento. Com Vettel também é um pouco assim. E ainda bem pois dá à F1 aquilo que muitas vezes lhe falta… o lado verdadeiro dos pilotos, sem censuras nem “politicamente correcto”.

Force India – Fazer muito com pouco

Têm o melhor carro? Não! O carro é melhor que o Williams, Toro Rosso ou até o Haas? Se calhar não. Mas estão em 4º na tabela de construtores e tem estado sempre nos pontos no final das corridas. Fruto de boas estratégias e bons pilotos. Esta primeira fase do campeonato poderia ter prejudicado muito a Force mas aguentaram-se com excelente nota e agora com as melhorias previstas para Espanha, podem tornar-se mais competitivos. Se com o carro mau é assim, imaginem com um competitivo!

 

Massa – O “velhote” que vale dinheiro

A idade é um posto e a o regresso da reforma de Massa está a tornar-se na salvação da equipa. Com Stroll a, finalmente acabar uma corrida (embora fora dos pontos), é Massa que está a segurar o barco e a levar a equipa para a frente. Com outro piloto a história poderia ser pior, mas Massa tem experiência para dar e vender e qualidade para garantir pontos, mesmo com azar do furo que o obrigou a voltar às boxes e perder o 6º lugar que estava garantido.

Renault – Entre o bom e o mau

O bom é Hulkenberg, claro está.  Pode só ter 6 pontos mas é de longe o melhor piloto da equipa e se calhar o melhor de há alguns anos a esta parte, com excelentes prestações em qualificação e com o carro a melhorar em corrida. O mau… é Palmer. E não vamos atacar o piloto de forma severa. Não tem apresentado o nível que devia, mas não é mau piloto. O que fez nas categorias inferiores não pode ter sido fruto do acaso. Ninguém é campeão de GP2 contra nomes de destaque sem mérito. A verdade é que a sorte também não costuma parar muito à porta do britânico e num fim de semana que começou até bem, correu tudo mal. O acidente na curva 2 não é da sua responsabilidade. São muitos azares à mistura. Mas com este andamento… leva guia de marcha no final da época.

Red Bull – É preciso uma versão B muito mais apurada

Ricciardo nem chegou a aquecer e Verstappen teve que se entreter a ver a corrida pelos ecrãs, pois do lado dele a animação foi pouca. Está previsto um pacote aerodinâmico novo para Barcelona, com uma revisão completa do carro e aí sim a equipa espera dar um passo em frente. Vettel ontem já disse, que a Red Bull pode surpreender no futuro a curto prazo e que estarão na luta por vitórias… e quem melhor que Vettel para saber novidades da Red Bull. E se a Renault cumprir o que prometeu e apresentar melhorias no Canadá, a Red Bull pode tornar-se presença habitual nos pódios.

 

Os restantes

Haas com um fim de semana discreto, Grosjean foi ambicioso demais e saiu mais cedo e Magnussen foi prejudicado pela penalização, a Toro Rosso ganhou um ponto graças à boa corrida de Sainz (Kvyat em casa não rende), a Sauber foi mais do mesmo mas desta vez Ericsson bateu o pé a Wehrelein e a McLaren teve dois milagres… ir à Q2 e acabar a corrida. Mais que isso, era pedir demais.

 

 

Lewis Hamilton

Não dizer nada dele é um sinal do que se passou em pista. 2017 vai ser um ano duro para conseguir o tetra.

 

 

Classificação geral do campeonato:

POS Piloto Pontos
1 Sebastian Vettel 86
2 Lewis Hamilton 73
3 Valtteri Bottas 63
4 Kimi Raikkonen 49
5 Max Verstappen 35
6 Daniel Ricciardo 22
7 Sergio Perez 22
8 Felipe Massa 18
9 Carlos Sainz 11
10 Esteban Ocon 9
11 Nico Hulkenberg 6
12 Romain Grosjean 4
13 Kevin Magnussen 4
14 Daniil Kvyat 2
15 Pascal Wehrlein 0
16 Lance Stroll 0
17 Antonio Giovinazzi 0
18 Jolyon Palmer 0
19 Stoffel Vandoorne 0
20 Fernando Alonso 0
21 Marcus Ericsson 0

 

 

Campeonato construtores:

 

1 Mercedes 136
2 Ferrari 135
3 Red Bull/Renault 57
4 Force India/Mercedes 31
5 Williams/Mercedes 18
6 Toro Rosso/Renault 13
7 Haas/Ferrari 8
8 Renault 6
9 Sauber/Ferrari 0
10 McLaren/Honda 0

 

 

 

Fábio Mendes

 

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