WTCC – Hungria: Análises finais

Regozijamos com mais uma vitória de Tiago Monteiro na corrida de abertura, um primeiro lugar bastante importante para as contas do campeonato. Queremos Monteiro como campeão do Mundo, isso é certo, mas a concorrência começa a afiar unhas e a ronda de Hungaroring não foi tão fácil para o português e para a Honda como se pensava.

Sabor agridoce para a Honda

Se toda a equipa festejou depois da vitória de Tiago Monteiro na corrida de abertura, no sábado não houve sorrisos nas boxes da Honda. A Q2 correu muito mal, muito por culpa do lastro que os Civic carregam. Nas palavras de Monteiro, “P9 não é onde eu esperava estar em termos de velocidade, mas o Honda está com o lastro máximo e na qualificação – a primeira vez que tivemos uma pista seca durante todo o fim de semana – pude realmente sentir isso a ter um efeito sobre o carro.”

foto: Honda Pro Racing / David Noels

O lastro não explica tudo o que se passou no sábado. A equipa explicou que foi apanhada desprevenida pelas mudanças ocorridas no asfalto húngaro. Entre a volta rápida de Monteiro na Q1 e o tempo que o português esteve parado na box, as condições da pista mudaram, pelo que as afinações do Civic não estavam de acordo com essas mudanças. Ora, num circuito longo como é o Nordschleife, a equipa vai estar mais atenta? Ou com o muito calor que é esperado em Vila Real, pode Tiago Monteiro estar descansado com a equipa?

A verdade é que o dia de Domingo foi bem melhor para a JAS/Honda. Monteiro chegou à Hungria com uma vantagem magra, mas saiu desta ronda com uma vantagem de 38 pontos para Nicky Catsburg. Para Norbert Michelisz, foi mais uma ronda frustrante. Desistiu na corrida de abertura, depois do toque com Thed Björk e foi 4º, à frente de Monteiro na corrida principal. Começa a ser hora da Honda colocar os interesses da equipa em primeiro lugar, como tal, é importante que Norbi e Michigami (se conseguir) “trabalharem” para Monteiro.

 

 

Michigami… bom conseguiu aguentar o ritmo de Norbi e Monteiro no MAC3, dando uma ajuda à primeira vitória da Honda neste particular.

 

Volvo: Quem quer terminar as duas corridas?

Thed Björk perdeu o segundo posto no campeonato para Nicky Catsburg. O sueco até ficou em 6º na corrida de principal, não conseguindo passar um aguerrido Guerrieri, mas na corrida de abertura, Björk levou longe demais a sua intenção de pontuar. Desistiu depois de um toque com Michelisz, obrigando o húngaro a perder pontos também. Pediu desculpa, no entanto os Stewards não vão lá com pedidos de desculpas, e advertiram o piloto.

A Volvo até tinha motivos para esperar bons resultados dos seus 3 pilotos, mas os incidentes voltaram a chatear os suecos. Parece que ninguém quer que os 3 terminem uma corrida. Girolami, que tinha subido duas posições na corrida de abertura, foi tocado por Catsburg que por sua vez tinha levado uma traseirada de Huff, e teve de desistir.

foto: Polestar Cyan Racing

Neste entretanto, Nicky Catsburg foi quem dos 3, conseguiu aguentar as duas corridas do fim de semana, logo, merece com toda a distinção o segundo lugar no campeonato, mesmo estando com o “indie” Tom Chilton a um ponto de diferença. Pode por isso dizer isto: “Estou muito feliz com a conquista de um pódio muito importante. O incidente com Néstor foi infeliz, não pude fazer nada já que o Rob me bateu por trás. Mas cumprimentos ao Rob que admitiu ter batido. Devo dizer que estou surpreso com a nossa forma, sendo mais rápidos do que a Honda com o lastro no máximo e assim, promete para as próximas corridas “.

 

Tom Chilton e Mehdi Bennani os melhores privados

Tom Chilton foi o segundo piloto a sair com mais pontos da Hungria, o primeiro foi Monteiro. O britânico podia ter tido problemas na corrida de abertura quando ele e Björk se tocaram, mas aguentou e seguiu atrás de Monteiro, o líder dessa corrida. Se calhar não puxou pelo C-Elyseé o que deveria, para bem de nós, mas percebe-se, já que queria pontuar nas duas corridas e não arriscou um confronto directo, que se avizinhava difícil, com Monteiro. O pódio da corrida principal, colocou-o a apenas 1 ponto de desvantagem de Catsburg no campeonato. Este britânico tem mais “juízo” que o outro britânico num Citroën e consegue estar na posição onde o outro britânico queria estar!

Mehdi Bennani conseguiu conservar a liderança que herdou com uma excelente largada na corrida principal e colocou-se como o segundo melhor privado do fim de semana. Para um piloto que ponderou não participar nesta época, não está nada mau. Aguentou com classe um dificil piloto, Catsburg.

Estaban Guerrieri provou na prática, aquilo que François Ribeiro nos confessou. Dois sextos lugares na Hungria para um piloto “part-time” no WTCC, à frente de Tom Coronel com o mesmo carro. Ainda quis passar por Catsburg e por Monteiro nas duas corridas, para poder chegar ao 5º lugar, mas o Cruze parece gastar muita borracha.

foto: Honda Pro Racing / David Noels

Rob Huff não nos habituou a isto! Garantida a pole position para a corrida principal, não capitalizou e ainda foi penalizado por contacto com Catsburg. Bennani agradeceu e venceu. Huff conseguiu um pódio, é certo, mas as lutas e os consequentes toques estão a prejudica-lo. Tem de estar mais concentrado, porque tem experiência e carro para mais.

Yann Ehrlacher foi oitavo nas duas corridas, aproveitando muito bem o carro à sua disposição para fazer melhor que Tom Coronel e por exemplo, John Fillipi. O estreante no WTCC tem vontade de se mostrar e o Lada nas suas mãos portou-se bem. Tom Coronel esteve uns furos abaixo daquilo que já fez, terminando em 9º nas duas corridas. Fillipi o melhor que conseguiu este fim de semana foi um 11º lugar, o que é muito pouco para quem tem alguma experiência no campeonato e um bom carro.

Kevin Gleason esteve bem, não conseguindo pontuar, mas com alguns bons registos. Na Zengö, parecia que só tinham trazido o Honda de Aurélien Panis, já que Daniel Nagy pouco se mostrou. O francês conseguiu um ponto na corrida de abertura, muito à custa do novo motor que a equipa montou no Civic. Nagy tem de esperar mais tempo pelas actualizações… se as receber.

Classificação pilotos:

1 Tiago Monteiro Honda Civic 123 pts
2 Nicky Catsburg Volvo S60 85 (-38)
3 Tom Chilton Citroën C-Elysée 81 (-42)
4 Thed Björk Volvo S60 77 (-46)
5 Mehdi Bennani Citroën C-Elysée 73 (-50)

Classificação construtores:

1 Volvo 294 pts
2 Honda 282 (-12)

foto de capa:  Honda Pro Racing / David Noels

Pedro Mendes

 

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