Nos circuitos citadinos costumam acontecer coisas pouco comuns. Lembramos por exemplo a entrada em pista do pobre canídeo no fim de semana do WTCC. Pois bem, parece que desta vez foi um gato que se instalou na box da Speedy Motorsport… daqueles gatos bem pretos, pois o azar foi tanto que só assim se consegue explicar o fim de semana da equipa.
Manuel Pedro Fernandes, depois da estreia no WTCC, regressava para o seu campeonato e as coisas começaram a correr bem nos treinos livres, mas uma sucessão de azares levou a que o balanço do fim de semana não seja o que pretendia.
“Foi um fim de semana atípico, não só para mim, mas para toda a equipa da Speedy Motorsport. Mas este desporto é mesmo assim. Os acidentes e os toques fazem parte e todos sabemos que podem acontecer a qualquer momento e a qualquer um que ande na pista. Realmente, esta época parece que o azar, não só nos bateu à porta, mas entrou e instalou-se devidamente.”
Manuel Pedro mostrou-se animado com as alterações no Leon da Speedy e, tal como os seus colegas de equipa, foi peremptório em afirmar que havia potencial para mais… muito mais.
“Este fim de semana estreamos um “launch control” novo e o “set up” estava perfeito, como se viu pelo andamento que conseguimos em ambas as sessões de treinos livres. Estávamos confiantes que seria o nosso fim de semana, que tudo ia correr bem e que íamos obter bons resultados. Ainda agora tenho a certeza que se não tivéssemos tido aquela sucessão de azares, teríamos obtido algo de extraordinário, mas infelizmente saiu tudo ao contrário. Há que levantar a cabeça e continuar à procura do que nos tem faltado, que é um pouco de sorte. Há um misto de frustração e conformismo.”
“Acho que toda a equipa da Speedy partilha destes sentimentos, precisamente porque temos a noção de que trabalhamos bem mais do que o suficiente para “conquistar” Vila Real. Eu, pessoalmente, sinto-me que tive uma dose exagerada de azar neste fim-de-semana. No Domingo à tarde, só pensava no que mais me faltava acontecer, porque realmente parece mentira. Três situações infelizes e tantas outras pelo meio. Estou-me a lembrar, por exemplo, de quando tive o toque na qualificação, que levantaram as bandeiras vermelhas para se limpar a pista. Deu tempo para compor o carro e fazer o resto da qualificação e, logo a seguir, na primeira volta que faço, a transmissão cedeu. Foi uma sequência terrível.”
No final, o piloto de Vila Real não quis lamentar-se muito e aproveitou para destacar os pontos positivos, entre os quais o incansável trabalho da equipa que teve de enfrentar situações complicadas, respondendo sempre à altura dos desafios
“Ainda assim, e no fim disto tudo, há que louvar e reconhecer o fantástico trabalho da Speedy Motorsport que não teve mãos a medir. Nunca perderam o foco, provando mais uma vez que são uma equipa de topo, constituída por profissionais exemplares. Aproveito para lhes agradecer também, porque se não fosse por eles, talvez o fim de semana tivesse sido ainda pior.”
Um balanço longe do ideal mas que ainda assim não retira a motivação e a vontade de mostrar mais. A equipa deu passos positivos e as próximas corridas poderão trazer uma Speedy mais próxima dos homens da frente. Para Manuel Pedro Fernandes, ficou adiada a hipótese de voltar a brilhar perante o seu público, mas como ele próprio o admitiu, já foi muito feliz em Vila Real e por isso prefere olhar em frente e não pensar em demasia neste fim de semana. E já agora aproveitamos para relembrar um dos momentos mais hilariantes de um dos directos com Manuel Pedro e Pedro Salvador como protagonistas (a partir do minuto 25). Os grandes têm sempre motivos para fazer a festa!
Chicane Motores
Chicane Motores 