Se a luta pelos lugares cimeiros está ao rubro, a batalha pelo meio da tabela também não fica atrás. Temos 3 equipas bem lançadas neste momento e separadas apenas por 13 pontos.
A Toro Rosso espantou no inicio da época com um carro muito bonito, mas acima de tudo com muitas ideias semelhantes ao que se pôde ver no Mercedes. No entanto, com o início da época, foi possível entender que, embora com melhor motor em relação ao ano passado, o chassis não correspondeu às expectativas criadas. A Haas tinha a dura tarefa de enfrentar o segundo ano, algo mais complicado pois o tempo para pensar, planificar e executar o novo carro é muito menor, dado que a equipa está já em competição desde o ano passado. Não se pode dizer que tenham estado mal e há até, uma ligeira evolução, embora alguns dos problemas base que se verificaram no ano passado ainda não tenham sido completamente resolvidos. Por fim a Renault, que apresentou o chassis já todo ele feito pela marca francesa e sem reminiscências da antiga Lotus. Era fácil fazer melhor e a marca do losango evoluiu e está a caminhar no sentido desejado.
Quanto aos pilotos, a Toro Rosso manteve a mesma dupla, a Haas dispensou os préstimos de Gutierrez e escolheu Magnussen que já estava em rota de colisão com os chefes da Renault e os franceses investiram forte e foram buscar Hulkenberg, numa escolha acertadíssima.
Para já a Toro Rosso tem ligeira vantagem, com 39 pontos, não tendo pontuado por 4 ocasiões, tal como a Haas, mas que tem apresentado um andamento menor em relação a equipa de Faenza. A Renault tem 26 pontos, todos com a assinatura de Hulkenberg. Se Palmer tem feito metade dos pontos do alemão, a equipa teria os mesmos pontos da Toro Rosso. Espanha e Mónaco foram as pistas que mais favoreceram a Toro Rosso, enquanto que a Haas se deu melhor na Áustria e a Renault conseguiu melhor rendimento em Barcelona e Silverstone.
Avaliação dos Pilotos:
Carlos Sainz – Tem sido o melhor piloto deste grupo, a par de Hulkenberg. O espanhol está a provar que tem capacidade para outros voos e já começa a dar sinais de impaciência, sabendo que pode esperar sentado por uma vaga na Red Bull. Curiosamente é a Renault que mais tem mostrado interesse no espanhol. O espanhol tem sido o mais regular e é graças a ele que a Toro Rosso está na liderança deste grupo. Os sinais de frustração são por demais evidentes e as falhas da máquina cada vez mais irritam mais Carlitos, que está a fazer tudo para dar o salto. Já provou que tem qualidade e que merece outros voos.
Nota 8
Daniil Kvyat – Lembram-se quando o russo foi escolhido para a Toro Rosso e que dissemos que a sua falta de experiência ia custar caro? Claro que o dissemos porque um compatriota nosso ficou apeado nessa altura, mas o tempo tem mostrado que Kvyat não tem o que é preciso para estar na F1. O salto foi dado demasiado cedo e a despromoção da Red Bull para a Toro Rosso deixou marcas. Kvyat está muito longe das prestações do seu colega de equipa e continua a acumular erros desnecessários. Mentalmente também não é forte, o que se nota em pista. Terá sorte se Sainz sair, pois assim manterá o lugar na equipa. Mas tem de fazer muito mais para convencer.
Nota 5
Nico Hulkenberg – Um dos pilotos com mais sucesso nas categorias mais baixas, um dos melhores do grid e em 126 GP não conseguiu subir uma vez ao pódio. É um caso que merece estudo. Mas Hulk tem mostrado porque foi aposta da Renault para 2017. Tem conseguido extrair o máximo possível da máquina, exceptuando um ou outro pormenor (de memória lembro-me do erro em Baku). Foi uma aposta ganha da Renault que tem o piloto certo para levar o projecto a bom porto. Parece-nos até que a mudança de ares lhe fez bem e está mais competitivo que no passado. Para já tem motivos para estar satisfeito com a sua prestação.
Nota 8
Jolyon Palmer – A grande desilusão do ano. Recebeu um voto de confiança da equipa para 2017 mas tem desperdiçado por completo. A milhas de distância do seu colega de equipa, é um dos 3 pilotos que não pontuou este ano (os outros são Ericsson e Giovinazzi). Está provavelmente de malas feitas e só uma segunda metade fulgurante poderá salvar o piloto da dispensa. Mesmo que Sainz não venha para a Renault, Oliver Rowland é um jovem com muito potencial e que merece uma oportunidade na F1. E há também outro senhor chamado Kubica.
Nota 3
Romain Grosjean – Em que raio estava ele a pensar quando trocou a Renault pela Haas? Um contacto mais próximo com a Ferrari provavelmente. Mas a jogada não tem surtido efeito e para já, mantém-se na equipa americana. Ainda não repetiu os brilharetes do ano passado e tem estado até uns furos abaixo do que já fez. Os problemas com os travões transitaram do ano passado e isso deixou o piloto desconfortável e algo agastado até. Tem mais 7 pontos que o seu colega de equipa e o lugar assegurado para 2018. Mas tem sido uma primeira metade de época… nem boa nem má.
Nota 7
Kevin Magnussen – O autor da frase do ano. Terá sido o seu momento alto nos últimos 2 anos. Em pista tem mostrado alguma qualidade mas não a que esperávamos. E para um piloto que esteve na Renault, ter saído para a Haas foi claramente uma aposta duvidosa, pois não se comparam os recursos e conhecimento das duas estruturas. Se não tivesse prometido tanto antes de entrar na F1 até poderíamos dizer que está a fazer uma época razoável, mas tendo em conta as expectativas que tínhamos em relação a Magnussen, estamos algo desapontados com a sua prestação até agora.
Nota 6
Avaliação das Equipas
Toro Rosso – dentro do que era expectável, mas sem atingirem o patamar que provavelmente tinham ambicionado no início da época. A fiabilidade não tem sido o ponto forte da equipa e isso nota-se nos pontos conquistados, embora a posição que ocupam na tabela seja a que tínhamos apostado… os melhores do meio da tabela. A concorrência é grande e a equipa terá de trabalhar muito para manter o 6º lugar. Para já, embora com algumas reservas, há motivos para sorrir.
Nota 7
Haas – Estão a fazer a época que se esperava de uma equipa com apenas 2 anos e muito para aprender. O 7º lugar é para já positivo, mas a Renault vai pressionar cada vez mais e o mais, e para se manterem à frente dos franceses vai ser preciso muita inteligência e trabalho. E quando chegar a altura de optar por canalizar esforços para 2018 ou continuar a apostar em 2017, aí a equipa terá de tomar opções que podem decidir o desenrolar da época. Para já dentro do expectável.
Nota 7
Renault – A equipa que mais tem evoluído este ano. A marca francesa está apostada em voltar aos tempos de glória e nem a saída de Vasseur abrandou o ritmo. A máquina tem mostrado uma evolução continua e se os dois pilotos estivessem com o mesmo desempenho, seria por certo a melhor equipa deste trio. Para já a equipa mantém-se com os olhos postos no futuro e promete melhorar ainda mais este ano. A questão que se coloca agora é quem será o novo rosto para 2018. Com Palmer fora da equação, resta saber se Sainz se mudará para a equipa francesa ou se Kubica é mesmo hipótese. Por um lado, seria um regresso em grande e uma história para mais tarde recordar. Por outro temos algumas dúvidas que Kubica tenha as condições para fazer uma época inteira e dar a equipa o que ela precisa. Não temos dúvidas que é um talento, dos maiores que a F1 viu, mas a introdução do Halo e a exigência de uma época com 21 corridas pode ser demais. Preferimos esperar para ver, mas se regressar e provar a todos que tem ainda o que é preciso para singrar na F1, ninguém ficará mais contente do que nós.
Nota 8