O “Dia de los Muertos”, uma das mais conhecidas festas do México está a porta. Vettel por seu lado quis mostrar que as suas aspirações ao titulo ainda não estão completamente “muertas” e sacou uma pole surpreendente, quando se esperava que o homem mais rápido fosse Max Verstappen.
Os treinos livres mostraram que os níveis de aderência no asfalto mexicano não eram propriamente elevados com uma FP1 e 2 que mais pareceram ensaios de bailado, tantos foram os carros que fizeram pião. Bottas foi o homem mais rápido na FP1 e Ricciardo na FP2. Este sábado Verstappen fez questão de roubar o recorde de pista a Ricciardo (feito no dia anterior) e foi o mais rápido no último ensaio antes da qualificação.
O Autódromo Hermanos Rodriguez é o mais alto do calendário e os efeitos na aerodinâmica dos carros fazem-se sentir bastante. Os carros da Sauber e da Haas por exemplo, que já por si não criam muito apoio, têm problemas redobrados nestas condições, onde obviamente os Red Bull se evidenciam. A falta de potência dos motores não se faz sentir tanto e o excelente chassis dos Bulls mostra a sua valia no ar mais rarefeito da Cidade do México.
Gasly não teve direito a participar na qualificação depois de uma falha no seu motor, que não pôde ser reparada a tempo.
Hamilton marcou o tempo mais rápido na Q1 mas nem por isso foi motivo de destaque. Bottas estava no seu encalço seguido de Verstappen, dos dois Ferrari (encabeçados por Vettel) e dos Force India. Ricciardo não conseguia acompanhar o ritmo do seu colega e Alonso fez questão de colocar o 5º melhor tempo na tabela, num sinal claro que com um motor mais competitivo a McLaren lutaria por muito mais. Hamilton queixou-se de falhas no seu motor, algo que já tinha acontecido na FP3.
Eliminados na Q1 ficaram, Gasly (por motivos óbvios) Grosjean, Magnussen, Wehrlein e Ericsson.
A Q2 mostrou que a paciência é uma virtude e os pilotos que fizeram uma volta de aquecimento antes da volta lançada tiveram tempos melhores. Hamilton e Verstappen foram os casos mais flagrantes com o holandês a fazer uma volta fantástica, baixando pela primeira vez a marca para o 1min e 16 seg. Vettel e Bottas eram os homens que se seguiam e Ricciardo mostrava-se incapaz de igualar o ritmo de Max.
O dia estava a correr mal para a Toro Rosso e piorou bastante com o motor de Hartley a falhar de forma muito semelhante ao de Gasly, proporcionando assim uma noite muito mal dormia para os mecânicos da STR. A fazer companhia na zona de eliminação ficaram os McLaren que nada tinham a ganhar em tentar a Q3 pois ambos vão lagar da Venezuela com mais um role de penalizações por troca de componentes do motor e os Williams que numa pista tão exigente a nível aerodinâmico também não esperariam muito melhor.
Se tivéssemos de colocar dinheiro em alguém para conquistar a pole seria certamente em Verstappen. Hamilton ainda ameaçou mas Verstappen tratou logo de fazer um tempo quase tão bom quanto o da Q2 e parecia ter via aberta para a pole. Mas Vettel mostrou-nos o porquê de não apostarmos e fez a volta da tarde, batendo o recorde de pista e conquistando o primeiro lugar da grelha para amanhã. Verstappen teve de se contentar com o 2º e Hamilton fechou o top 3.
Destaques
Mercedes – Hamilton não tem muito com que se preocupar. O 5º lugar basta para levar o caneco por isso ainda está bem colocado para abrir o champanhe. Os Mercedes não estiveram propriamente mal, mas Verstappen e Vettel fizeram questão de trazer um pequeno extra na qualificação. Bottas por seu lado parece dar-se melhor em pistas com pouca aderência e no México está a um nível muito mais aceitável do que até aqui. Se calhar conduzir no frio da Finlândia tem as suas vantagens.
Ferrari – Realisticamente a época está entregue, mas como matematicamente ainda dá para sonhar, a equipa não desiste. Vettel fez uma volta soberba e mereceu a pole. Já Kimi esteve a milhas do seu colega alemão e nem chegou sequer a saborear o top5. Um dia mau para Kimi.
Red Bull – Os Bull´s gostam das alturas e mais uma vez mostram que o seu chassis é o mais eficiente a criar apoio aerodinâmico. Ricciardo pareceu não ter acertado com a afinação e a frente do seu carro nunca foi tão incisiva como a de Verstappen que fez o que quis da sua máquina. Não contou com a super-volta de Vettel. O holandês ainda foi investigado por ter bloqueado Bottas mas até esta hora não saiu qualquer penalização.
Force India – Parecia que Perez estava lançado para levar a melhor sobre Ocon, mas foi o francês que fez melhor que o mexicano. Muito melhor, pois acabou em 6º e Perez ficou-se pelo 10º. Mas mais uma vez a Force India a mostra um excelente andamento. 4º lugar mais que merecido para esta equipa.
Renault – Foi por pouco mas Hulkenberg bateu o pé ao seu novo colega de equipa. Agora é preciso suar mais para ficar na frente e o alemão não facilitou mas Carlitos mostrou bom andamento na qualificação, que poderia ter pendido para qualquer um dos lados. Os dois Renault no top 10 e todas as equipas que estão na luta pelo 5º lugar atrás de si. A única preocupação serão os motores que do lado da Toro Rosso não se deram bem com o ar mexicano e acabaram em fumo. Se a situação se repente amanhã vai haver muita azia.
McLaren – Se aquele chassis tivesse um motor minimamente decente, estaríamos a apostar neles para o pódio. O que Alonso mostrou na Q1 foi a prova que se a McLaren for capaz de fazer um chassis deste nível em 2018, vai haver motivos para sorrir. A não ser que a Renault faça motores ao nível do que se viu na STR.
Haas – Aos poucos vão- se entregando na luta. Não têm mostrado capacidade para acompanhar a Renault e a Williams está acima deles. No ano passado não foram competitivos no México e este ano voltam a apresentar o mesmo andamento. Muito fraco.
Sauber – Wehrlein está a tentar assegurar um lugar na F1, mas já é a 3ª vez seguida que “leva na boca” de Ericsson em qualificação. O sueco costuma melhorar nas rectas finais do campeonato e não dá jeito nenhum a Pascal que tem de convencer a malta da Williams a assinar contrato.
Será que amanhã temos novo campeão?