Estrada – E os franceses contra atacam…

A nova geração do melhor hot hatch de tração dianteira (palavras da Renault Sport) está finalmente apresentado. A Renault Sport aproveitou o passado Salão Automóvel de Frankfurt para apresentar a nova geração do Renault Megane R.S. A espera era enorme e a marca francesa conseguiu manter quase tudo em segredo, exceto algumas imagens que foram reveladas na internet umas semanas antes da apresentação oficial.

À primeira vista, parece-me que a Renault Sport não desiludiu os fãs da marca francesa, pois tudo indica que esta nova geração chega ainda melhor que a anterior. Algo difícil de bater, visto que o anterior Megane R.S era considerado o melhor tração dianteira do mercado. O seu chassis era elogiado por todos os que o conduziam. Podia não ser o mais rápido em linha reta, mas nas curvas e em circuito, a história já era outra.

E para esta nova geração, a marca francesa colocou o sistema 4Control de série nos dois tipos de chassis que vão estar disponíveis. Poderá escolher entre o chassis Sport (desportivo mas ao mesmo tempo mantém bons níveis de conforto a bordo) ou o Cup (muito desportivo, focado unicamente para curvar bem e depressa, e inclui ainda um autoblocante e batentes hidráulicos nos amortecedores).

Como já devem saber, o sistema 4Control, que também está disponível nas versões normais do Megane e em outros modelos da marca do losango, melhora e muito a estabilidade e segurança em curva. Abaixo dos 60 km/h, o sistema vira as rodas traseiras no sentido oposto às rodas dianteiras para aumentar a agilidade em curva. Acima dessa velocidade, o sistema opera ao contrário, assumindo a mesma direção das rodas dianteiras para melhorar a estabilidade a alta velocidade.

Apesar da nova moda ser colocar tração integral nos hot hatch que antes eram tração traseira ou dianteira, a Renault Sport quis manter o legado da tração dianteira do Megane R.S. Segundo Patrice Ratti, responsável pelo o departamento desportivo da marca: “Todos os testes e simulações que fizemos, mostram-nos, claramente, que uma hipotética versão de tração integral seria menos ágil e, portanto mais lenta em condução desportiva.”

Para nos fazer andar depressa neste novo Renault Megane R.S está um novo motor 1.8L de cilindrada turbo de injeção direta, com 280 cv de potência às 6.000 rpm e 390 Nm de binário. Este motor desenvolvido em grande parte pelo o departamento da equipa de F1 da marca francesa, será o que vai animar o R.S no seu lançamento para o mercado. Nos finais de 2018, irá ter uma evolução para os 300 cv e os 400 Nm, para equipar a versão ainda mais diabólica, a R.S Trophy. A nível de performances, não se sabe nada ainda, pois a Renault só irá revelar a velocidade máxima e o tempo dos 0-100 km/h no fim deste ano (Really?! More secrets?!).

Pela primeira vez num Megane R.S, o comprador poderá escolher entre uma caixa manual de 6 velocidades ou uma caixa automática EDC de dupla embraiagem com 6 velocidades também. É de louvar e agradecer à Renault Sport por disponibilizar uma caixa manual, visto que estão a começar a desaparecer em quase todos os veículos mais desportivos (#savethemanuals). Por exemplo no segmento abaixo, o Clio R.S já só se vende com caixa automática.

Sabemos bem que a automática melhora a aceleração e a rapidez numa corrida, mas para saborearmos melhor a essência e o feeling num desportivo, não há nada melhor do que sermos nós a engrenar as mudanças, na dita caixa de velocidades e não em patilhas no volante. Há quem diga até que o ato de utilizar uma caixa manual, para engrenar as mudanças, é como se “fizemos amor com o carro”.

Passando para o design exterior, este Megane R.S é mais largo, tanto a carroçaria como as vias, tem um para-choques dianteiro com umas grandes entradas de ar e as luzes R.S Vision. Na traseira tem um spoiler que gera força descendente e um grande difusor no para-choques. Pode-se escolher entre jantes de 18″ e 19″. Esta nova versão trás uma nova cor, apelidada de Tonic Orange, para este Megane ainda dar mais nas vistas.

No interior a coisa é mais soft, mas mesmo assim contamos com inscrições R.S um pouco por todo o habitáculo, costuras em vermelho e aplicações em carbono. Além de uns bancos desportivos de série, onde podemos escolher se queremos o forro em tecido ou em Alcantara. A meio do tablier temos o típico ecrã R-Link 2 da gama Renault, onde podemos alterar o temperamento deste desportivo francês entre 5 modos diferentes (Comfort, Normal, Sport, Race e Perso).

Já a telemetria R.S Monitor foi atualizada e além de todos os gadgets de medição das nossas performances em pista, por exemplo, agora é possível ligar uma câmara ao carro e depois poder sobrepor os dados da telemetria às imagens obtidas e até partilhar nas redes sociais. Inclui também um novo Launch Control.

Na questão do preço, para já não se sabe ainda quanto vai custar este novo Renault Megane R.S. A marca francesa só começa a aceitar as encomendas no mês de dezembro e só por essa altura é que será revelado o preço e as performances que este carro será capaz de fazer.

Veredicto: Na minha opinião acho que será um concorrente feroz, para o abastado segmento de desportivos C. Se terá a mesma capacidade de curvar tão bem ou melhor que a geração passada, só depois de alguém o testar em pista é que saberá, mas com um novo chassis e a junção do sistema 4Control, tem tudo para superar a sua antiga versão. A nível do motor, perdeu alguma cilindrada é certo, mas isso virá ajudar a ter melhor consumos e principalmente reduzir a carga fiscal em certos países, como o nosso por exemplo. Depois de tantos boatos e tantos segredos, esperava que tivesse mais potência, dada a enorme concorrência que irá ter, devia ter no mínimo 300 cv na versão base e não só 280 cv, mas isso é so a minha modesta opinião. Os engenheiros da Renault Sport merecem um grande aplauso, por podermos continuar a ter uma caixa manual no Megane R.S, algo que começa a ser já raro.