Justo, justíssimo, mais justo que a vitória de João Barbosa, Filipe Albuquerque e Christian Fittipaldi nas 24h de Daytona, só os vestidos da Mariah Carey ou Kim Kardashian… Esta soberba vitória só chegou atrasada, já que devia ter vindo em 2017, quando, como desta vez, os lusófonos do Cadillac #5 estiveram sempre por cima da corrida.
E só não correu melhor ainda, porque Paul Dalla Lana fez das suas e retirou a hipótese de Pedro Lamy terminar a prova e subir ao pódio, juntando-se a outro português, Álvaro Parente. Outra soberba performance em Daytona, que iremos referir noutra altura, mas que merece destaque desde já. Parente volta a provar (ainda é preciso?) que é um dos melhores pilotos de GT’s do mundo. Na primeira vez que conduziu um Acura NSX GT3 em competição, terminou Daytona em 2º nos GTD… o próximo pódio esperamos que seja noutra “clássica”, em Mount Panorama nas 12h de Bathurst.
Boa corrida de António Félix da Costa e companhia, que ficou num excelente 5º lugar. Temos também de destacar a classificação final do carro #32, o Ligier de Bruno Senna, Paul di Resta, Will Owen e Hugo de Sadeleer, que com um chassis mais lento que os Oreca, conseguiram um belo 4º lugar.
Filme da prova:
A largada até nem foi muito boa para Albuquerque (ou foi assim planeada?), que partia de 3º lugar da grelha, mas perdeu essa posição. No entanto, nunca perdeu os 3 primeiros de vista e ainda não tinhamos chegada à meia hora de corrida, já era segundo com Rener Van der Zande em 1º. O Cadillac #10 estava com bom ritmo e desenhava-se uma boa luta entre os Cadillac #5 (o “nosso”) e o #10 (os dos outros).
Nos GTLM, a Ford dominava a belo prazer o inicio de prova e colocava os dois GT na liderança e vice-liderança. Os Corvette seguiam-nos, mas parecia que tinham poucos argumentos para dar alguma luta. Foi na primeira paragem, que Richard Westbrook que seguia em 2º, perdeu algum tempo e baixou para última da categoria.
Perto da primeira hora de prova, quando Albuquerque herdou a liderança por paragem do #10, assistimos à primeira batalha feroz pelas posições do pódio. Durou cerca de uma volta e tinha como protagonistas Nasr, Castroneves e Zande, com Tristian Vautier a ficar na posição 2. Estes protagonistas voltaram a dar espectáculo um pouco por toda a corrida.
A vantagem de Albuquerque foi aumentando e quando João Barbosa trocou de lugar com o compatriota, conseguiu manter o ritmo alto. Ainda assim, com o chegar da noite e da chuva, Fittipaldi teve algum trabalho e perdeu tempo para Castroneves e Conway.
A noite trouxe várias vitimas, entre elas o carro #10, o principal adversário do lusófono #5. O Cadillac sofreu alguns furos e a equipa da Wayne Taylor decidiu parar a prova por aí. Menos um forte candidato à vitória e com eles desistiram o Cadillac #9, os dois Nissan da ESM e os dois Mazda da super competente Joest. Ainda faltavam cerca de 6h para o fim.
Mais tarde, um pequeno sobressalto com o #5: um problema de sobreaquecimento fez suar os alarmes na Action Express . Enquanto os homens do #5 não perderam muito tempo com esta questão e impuseram um ritmo de gestão, os pilotos do Cadillac #31 ficaram a 3 voltas dos líderes.
Dali até ao fim foi um instante (pelo menos para nós). Filipe Albuquerque ficou com o último stint, dando alguma justiça poética à vitória, já que foi ele que no ano passado foi abalroado nos últimos instantes da corrida e perdeu a liderança.
Nos GTLM venceu a Ford… who else? Em GTD, o Lamborghini mostrou os dentes e venceu à frente do Acura de Parente. Contas feitas, dos 5 pilotos portugueses em prova, apenas 1 não terminou a corrida (Lamy) e os outros ficaram dentro do top 5 nas suas categorias. 3 pilotos chegaram ainda ao pódio, com 2 a vencerem a geral… nada mal para um país que só vê bola à frente!
Hoje nenhum deles é Mustang, são todos Puros Sangue Lusitanos! ‘Bora p’rá frente!
Todos os resultados, aqui.
Pedro Mendes
Um pensamento sobre “24h Daytona – Não são Mustang, são Puro Sangue Lusitano!”