Talvez seja por serem as primeiras do ano e aquelas que nos vêm matar saudades da competição pura e dura, mas Daytona e Bathurst têm um lugar especial no nosso imaginário. A prova australiana é uma das nossas favoritas, muito por causa do traçado da pista. Um mimo! Tem rectas longas onde os motores são espremidos sem piedade, tem secções sinuosas que sobem e descem. Uma combinação que arrepia! E que da gosto ver volta após volta.
A prova está cada vez mais na moda e é a jornada inaugural do Internacional GT Challenge. Mas podia ser até a feijões, que com um cartaz destes vale bem a pena ver a prova.
Este ano são 53 carros. A Classe I (Invited) dos convidados tem máquinas bem catitas das quais destacamos o novo MARC II, um bicho com motor V8 e com cara de Ford Mustang. Na Classe C encontramos os cada vez mais na moda GT4, com o M4 GT4 (parece trocadilho mas não é) a estrear-se oficialmente (o carro já tem um ano de desenvolvimento mas agora é a doer), os KTM e os Ginetta. Temos também os habituais Porsche na Classe B (este ano apenas 5).
Mas é nos GT3 que o assunto é bravo, e é esta classe que realmente nos interessa. Temos 28 carro à escolha (3 deles AM). A lista de pilotos é fantástica, as máquinas são soberbas e há aqui um monte de potenciais vencedores que escolher um favorito é tão difícil quanto escolher o filho favorito (desde que não sejam daqueles que mastiga detergente para a roupa). Este ano não temos Nissan nem Ferrari o que é triste, pois o Ferrari venceu no ano passado graças a um stint histórico de Vilander que basicamente voou e foi provavelmente o objecto mais rápido na Austrália naquele momento e o Nissan graças a Katsumasa Chiyo, venceu em 2015 num final que faria Hitchcock meter o comprimido debaixo da língua.
Os Audi estão com a corda toda e trazem material em quantidade e qualidade. Kelvin Van der Linde, Frederic Vervisch, Chris Mies, Chris Hasse, Markus Winkelhock, Robin Frijns, Stuart Leonard, Dries Vanthoor. É fraco? Não faz mal, junta-se um Pedro Lamy, com os parceiros do costume e a coisa compõe-se.
Não gostam da Audi. E que tal a Mercedes? Jamie Whincup, Raffaele Marciello, Tristan Vautier (este rapaz convenceu-nos em Daytona) e Kenny Habul. Ah e um tal de Álvaro Parente que já ganhou de McLaren em quer agora repetir de AMG GT3 com uma dupla de Super Maxi ( Buhk e Gotz – esqueçam os gelados ainda está frio). Esta tripla é para vencer ou andar lá muito perto.
E Porsche? Romain Dumas, Fred Makowiecki, Dirk Werner, assim como Earl Bamber, Kevin Estre e Laurens Vanthoor, tudo sentados em máquinas da Craft Bamboo e da Manthey.
Temos ainda os Bentley (dois carros) que estão fartos de ficar com as sobras e querem vencer finalmente (3 anos no pódio sem vencer, numa espécie de Friendzone dolorosa), temos McLaren (dois carros) que vão ter ao volante os especialistas da pista (Shane Van Gisbergen, Craig Lowndes e Scott McLaughlin – tudo gente brava no Mount Panorama), temos um Huracan, temos dois M6 (Augusto Farfus , Chaz Mostert , Marco Wittmann, Timo Glock e Phillip Eng entre outros).
Isto é o Natal em Fevereiro! Há do bom e do melhor para consumir sem moderação durante este fim de semana. Claro que vamos estar a torcer pelos nossos Tugas que podem trazer mais uma alegria para casa (Parente parece ter mais hipóteses… afinal não é companheiro de equipa de Dalla Lana).
E para quem acha que basta ver a corrida… vejam a qualificação. Para além de verem voltas brutais, podem começar logo a escolher os favoritos. É que para vencer, tem de se largar da frente senão as hipóteses diminuem drasticamente.
A qualificação começa às 00:05 de sexta e a corrida começa às 18:45 (se o conversor de horas não se enganou)
Para ver a prova não há desculpa… é só seguir este link: bathurst12hour.com.au/streams-tv/international-streaming.
E já agora… fiquem lá com algumas recordações para abrir o apetite.
Chicane Motores 