TCR Europe: Gustavo Moura surpreendido com a agressividade dos pilotos

2018 é um ano de mudanças para Gustavo Moura. O piloto comprou uma nova máquina, um Audi RS3 LMS, que está a ser assistido pela Speedy Motorsport e espera tirar todo o proveito da sua nova máquina no nacional de velocidade. Com o cancelamento da prova no Estoril, surgiu a oportunidade de participar na primeira ronda do TCR Europe, que Moura aproveitou para ganhar experiência com o novo carro.

O objectivo era simples e passava por terminar as provas, mas as coisas não correram como planeado para Moura:

“Foi um fim de semana muito difícil, para toda a gente e em especial para mim. Era um circuito que eu desconhecia por completo e o principal objectivo era terminar as corridas mas  infelizmente tal não aconteceu.  Notou-se uma evolução desde o TL1 até ao TL2 , em que mesmo com pista molhada tivemos um andamento melhor e na Qualificação, em que conseguimos tirar 3 segundos em relação ao tempo de referência  do TL1. Estávamos confiantes de que conseguiríamos baixar ainda mais os tempos na corrida, mas a concorrência é feroz e há muito contacto em pista.  Um toque infeliz de um adversário levou a uma quebra da transmissão e ao consequente abandono. Na segunda corrida, o piso estava propício a toques, e o aparecimento da chuva aumentou ainda mais essa probabilidade. Arranquei muito bem, consegui subir algumas posições mas logo na segunda curva levei outro toque que me atirou para último. A partir dai foquei-me apenas em fazer a minha condução, mas os pilotos do fim do pelotão estavam lentos e por isso vi-me envolvido e novas lutas e ainda mais toques. O carro nem parece novo, pois está todo marcado. Não consigo entender o nível de agressividade que vi na discussão por posições que não eram para lugares pontuáveis. “

Comentamos os níveis de agressividade das corridas do TCR que, em alguns casos pareceram exagerados, e o piloto português pôde comprovar em pista o que ficou visivel na transmissão TV:

“Eu fiz o troféu FEUP, onde se dizia que havia com muito contacto e nunca vi isto. Não entendo esta agressividade, principalmente nas primeiras voltas. Mesmo na frente viu-se  o mesmo e o Kiko Mora foi também vítima desta agressividade exagerada e sem isso, poderíamos estar agora a falar de resultados melhores para ele. Nas duas provas levou toques do Borkovic e não houve consequências. Se fosse cá em Portugal tinham chovido críticas aos organizadores, à FPAK e ao colégio de comissários. O Comini cortou uma chicane e passou 6 ou 7 pilotos e ninguém disse nada. Se fosse cá tinha havido uma guerra. Em Portugal temos corridas disputadas mas os pilotos são correctos e leais. Fui ao TCR Europe porque não houve Estoril e tive muito apoio de várias pessoas para fazer esta prova, para a qual fui apenas com o intuito de me divertir e aprender. Mas não sei se irei à segunda corrida pois a despesa que vou ter nos arranjos do carro, sem nunca ter batido em ninguém fazem-me ponderar se vale a pena ou não ir. “

 

Quanto ao carro, Moura é da opinião que o BoP tem de ser revisto para que as coisas fiquem mais equilibradas e que o Audi está a ser demasiado penalizado, algo corroborado por Jean-Karl Vernay no final do fim de semana em Paul Ricard. Eis a visão de Gustavo Moura:

“Já conduzi a maioria dos carros TCR e tenho a convicção que o BoP tem de ser novamente alterado. É inconcebível  que o Hyundai, que tem ganho tudo esteja mais leve que o Audi.  E ainda bem que tivemos pilotos como o Vernay, que conquistaram o segundo lugar em condições muito especificas e mesmo assim ficaram a quase dois segundos do vencedor, o que prova que a diferença de andamentos é significativa. Mesmo entre carros do grupo VAG, as diferenças entre os Seat, os VW e os Audi não são assim tantas mas o BoP é muito diferente.”

 

Por fim o piloto mostrou-se confiante quanto ao CPVT e defende que este ano teremos um campeonato competitivo e interessante. Apontou que é preciso que o promotor encontre algumas soluções para vender melhor o campeonato e a acha que se deve pegar no exemplo do TCR Europe que soube receber os pilotos e os acompanhantes de forma calorosa:

Temos de acabar com este clima de desconfiança. Vamos ter campeonato e vai ser interessante de seguir e temos tudo para cimentar esta competição. Tenho a certeza que vamos ter um campeonato interessante com bons pilotos em pista. Mas os organizadores devem olhar para os bons exemplos do TCR Europe que tem uma envolvência que cativa as pessoas. Eles sabem receber muito bem e com isso conseguem conquistar as pessoas, que ficam com vontade de voltar. É isso que deve ser feito cá. É preciso dinamizar e encontrar soluções para vender melhor o nosso produto.”

 

Gustavo Moura estará na primeira ronda do CPVT, em Braga.

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