E se Vettel tirar um ano sabático? Outros já o fizeram

Sebastian Vettel e a Ferrari anunciaram que o alemão deixará de fazer parte da Scuderia após o término do seu contrato, no final deste ano. Já muita coisa se escreveu sobre o tema, sendo que a notícia alimentou a fogueira que é a silly season, época que normalmente não gostamos. São sempre muitas as especulações e muitos são os artigos feitos de medida ao clique pela internet fora. 

Neste caso em particular, alimenta ainda mais as especulações, visto que para além de se tratar de um tetracampeão do Mundo de F1, trata-se da Scuderia Ferrari, porventura a organização mais cobiçada deste meio. E, como se ainda não fosse pouco, Vettel foi para a Ferrari para cumprir um sonho pessoal, o de ser campeão na estrutura como o foi Michael Schumacher, e não o conseguiu (ou a Ferrari não conseguiu?).

Enquanto se escrevem muitas coisas acerca dos candidatos ao lugar vago, pouco se tem escrito acerca do piloto alemão. No comunicado dado a conhecer ontem, Vettel afirma que “o que tem vindo a acontecer nos últimos meses levou muitos de nós a refletir sobre quais são nossas verdadeiras prioridades na vida. É preciso usar a imaginação e adotar uma nova abordagem para uma situação que mudou. Eu próprio reservarei o tempo necessário para refletir sobre o que realmente importa quando se trata do meu futuro.” Estas palavras deixam algo no ar e nós pensamos “e se Vettel tirar um ano sabático?”

Não é nada novo no Grande Circo. Alguns fizeram-no e regressaram fortes com hipóteses de serem campeões, outros até o foram mesmo no seu regresso. Quem foram eles? 

 

Alain Prost

Curiosamente o francês também entrou numa pausa de um ano depois de ter sido piloto da Ferrari, mas saiu da Scuderia por motivos diferentes do que parecem ser os de Vettel. Alain Prost foi despedido da Ferrari no final do ano de 1991 por ter, várias vezes criticado tanto o monolugar daquele ano como a estrutura. Era tricampeão quando entrou para um dos lugares mais desejados da grelha, no entanto saiu pela porta pequena, não tendo lugar em nenhuma equipa de topo, decidiu parar. 

Em 1993 regressou para ser coroado tetracampeão com a Williams, que já no ano anterior tinha limpado tudo o que havia para limpar com o britânico Nigel Mansell. Foi campeão, mas não mostrou a garra de outras épocas, talvez por causa do carro, que se adequava mais ao estilo de Mansell e pelos seus 38 anos. Depois dessa conquista, Prost retirou-se de vez das lides da F1. 

 

Nigel Mansell

Depois de ter vencido o campeonato de 1992 com mais 52 pontos que o seu companheiro de equipa, Riccardo Patrese, um conjunto de factores levou a que Mansell se retirasse da F1 e rumasse aos EUA para as CART Series, a Indycar. O maior factor de discórdia com a Williams e um dos motivos para a sua saída do Grande Circo, deveu-se ao acordo que a equipa tinha para o regresso de Alain Prost.

No seu primeiro ano nas CART Series, Mansell foi campeão e no ano seguinte, 1994, voltou à F1, tendo Bernie Ecclestone ajudado à sua vinda. O britânico regressou à Williams para substituir o jovem David Coulthard, que foi a solução encontrada pela equipa depois da morte de Ayrton Senna em Imola. Terminado o ano, Mansell pensava que teria lugar na estrutura de Frank Williams, mas mais uma vez foi ultrapassado e a escolha recaiu sobre Coulthard.

Mansell teve lugar na McLaren, não tendo sido uma escolha consensual, já que o novo fornecedor de motores dos britânicos, a Mercedes, queriam alguém com um low profile para o seu regresso à competição. O britânico não teve sorte na escolha, isto porque o corpulento piloto não cabia no monolugar desenhado, pelo que teve de esperar 33 dias para que o carro feito à sua medida estivesse pronto. Nunca tendo conseguido um compromisso com a forma de conduzir do monolugar da McLaren, Mansell terminou a época apenas à quarta prova do ano, em Espanha, tendo dado por terminada a sua carreira na F1.

Michael Schumacher

O, ou um dos, ídolos de Sebastian Vettel e uma das razões da troca da Red Bull pela Ferrari, Schumacher conquistou o seu sétimo título na época de 2006, uma das suas melhores épocas, terminando assim o seu “reinado”. Um final de carreira, como todos pensavam, batendo-se com uma estrela em ascensão, Fernando Alonso. O alemão surpreendeu todos, quando em 2010, quatro anos depois da sua suposta reforma, se juntou ao projecto da Mercedes terminando o ano em 9º da geral. Curiosamente, 2010 seria também o ano do primeiro título de Vettel. 

O caso do heptacampeão Schumacher não é um caso de uma pausa de um ano, nem foi um caso de um regresso de sucesso, pelo menos individual, mas merece referência.

Niki Lauda

O austríaco já tinha vencido dois campeonatos mundiais quando em 1978 assinou contrato com a Brabham dirigida por Bernie Ecclestone, por um salário milionário. Pese embora esse facto, o motor da Alfa Romeo que equipa o monolugar foi uma das maiores causas de abandono do austríaco. Foram 9 desistências em 14 Grandes Prémio. No ano seguinte, Lauda já nem terminou a época, tendo desistido nos treinos livres do GP do Canadá, a penúltima prova do ano. “Não quero continuar a palermice de conduzir por aí em círculos”, terá dito o austríaco a Ecclestone. 

Regressou dois anos depois pela McLaren e venceu o seu último campeonato do Mundo em 1984, no ano em que os britânicos substituíram o motor Ford Cosworth pelo TAG Porsche. Niki Lauda retirou-se de vez da acção no final do ano de 1985, tendo depois passado por lugares de gestão de equipas como a Ferrari e a Jaguar, para além de ter sido Presidente não-Executivo da Mercedes.

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