Mais um fim de semana que passou e mais um pódio com especial incidência para a F1. Muita tinta começou já a escorrer e o grande circo volta mais forte fora de pista do que no asfalto.
#1 Hamilton

O campeão do mundo voltou em grande. Depois do titulo, o inverno foi bem movimentado para Hamilton, que andou um pouco por todo o mundo e ainda teve a separação muito falada da sua famosa namorada. Ou seja pouco descanso e muitas mudanças. Já era conhecido o lado mais fraco de Lewis… o psicológico. De cada vez que teve problemas com a namorada ou com a família no passado isso revelava-se claramente em pista. Desta vez parece completamente diferente. Maduro e composto, Hamilton colocou em sentido Rosberg e mostrou que mantém o nível do ano passado. Será muito difícil mesmo bater Hamilton nesta forma. Meteu no bolso das moedas o alemão na qualificação e esqueceu-se dele na corrida. Assim não há quem lhe faça frente.
#2 Ricardo Moura

O campeonato nacional de rali começou na catedral do rali em Portugal. Fafe voltou a receber a prova inaugural do CNR e viu Ricardo Moura vencer. A vitória de Moura merece destaque não só por ter sido o melhor mas por se ter evidenciado no meio de um leque de excelentes pilotos e projectos, o que valoriza ainda mais a vitória do piloto. Há muitos e bons projectos este ano e o automobilismo em Portugal começa a ganhar novo ânimo. Para já é Moura o líder com toda a justiça. Gostamos de ver o rali nacional de boa saúde.
#3 Vettel

Podíamos colocar Nasr nesta posição e seria merecido. O brasileiro esteve muito bem na sua primeira corrida na F1 e garantiu pontos, depois de um fim de semana atribulado. Mostrou que é piloto e que tem qualidade para a F1. Mas Vettel merece destaque por regressar aos pódios depois de um 2014 muito mau. E regressou com a Ferrari que também ela vinha de um período negro. E não é só o pódio que está em causa. É também a aura positiva que emana da Scuderia. Os sorrisos, o discurso, o andamento do carro. Uma equipa completamente diferente daquela que se despediu de 2014. E tudo isto graças a novas chefias e nova organização mas também graças a Vettel. O homem chega, arranca sorrisos de Kimi, faz uma corrida muito boa e ainda fala em italiano no pódio. Mostra que sabe o que quer e sabe como fazê-lo. Pode não ser o melhor piloto do grid mas é sem duvida um dos mais inteligentes dentro e fora do carro. Estamos surpreendidos pela positiva. Está no bom caminho para repetir o que fez Schumi.
# Drive Through – Red Bull

Podíamos falar da FIA e da fraca corrida que tivemos em Melbourne mas vamos individualizar e falar da Red Bull. A outrora dominadora da F1 teve um 2014 menos bom e acabou em 2º, o que dadas as circunstâncias não foi mau. Agora, depois de ver muita gente importante sair da estrutura, de ver o seu piloto de top sair e de ver o seu génio passar a regime “Part-time” , tem ainda de lidar com um motor fraco feito pela Renault. Qual a solução para isto tudo? Meter a boca no trombone e disparar em todas as direcções. Ameaçaram que iam embora da F1 (alguém acredita que a equipa vai colocar 600 pessoas no desemprego ou desperdiçar uma estrutura de milhões? Alguem acredita que a equipa vai para o WEC, que ainda não tem a projecção da F1 e por isso é menos rentável?), ameaça cada vez mais comum hoje em dia. Pediram para que a FIA revisse os regulamentos de forma a tornar a competição mais equilibrada. É verdade que a FIA usou e abusou desse método para tentar impedir que a Red Bull tivesse muita vantagem em relação às outras equipas no passado, mas não podemos esquecer as vezes que foram beneficiados ( em 2013 por exemplo a troca de compostos dos pneus deu muito jeito à equipa, prejudicando Lotus e Force India entre outros). Nós também queremos competição, mas somos contra mudanças de regras a meio do jogo. Desvirtua a verdade desportiva. Por muita razão que tenha Horner, a forma que usou para a mostrar não é de todo a mais correcta. A Red Bull tem obrigação de fazer mais e melhor.
Fábio Mendes