José Rodrigues: o peso do azar não lhe tirou o mérito

José Rodrigues é um piloto habituado ao sucesso em Vila Real. A sua escolha como Wildcard pode ter sido algo surpreendente, mas o piloto já tinha mostrado que é competitivo em qualquer cenário e Vila Real era o palco ideal para se mostrar.

Para esta aventura escolheu o seu carro “de sempre”… o Civic TCR FK2, a antiga versão da maquina nipónica, mas que conhece bem e que lhe dava todas as condições para ser competitivo… até chegar o BoP. Além dos 20 kg por ser wildcard, levou com mais 60 por ser a “estreia” do seu carro na competição. Rodrigues ficou assim com um indesejado “passageiro” que lhe iria complicar a vida durante o resto do fim de semana.

Os treinos livres sentiu logo os efeitos da “alteração forçada” ao seu Civic, mas nada mais podia fazer do que resignar-se e lutar com as armas à disposição. O problema foi que o azar também bateu à porta e uma quebra na no cárter obrigou-o a ficar de fora da qualificação 1.

Na corrida 1 escapou sem males maiores ao acidente aparatoso e no recomeço tentou sempre fazer o melhor possível, nunca virando a cara a luta, mas a máquina voltou a não corresponder.

A qualificação 2, no domingo, terá sido o ponto mais alto do fim de semana, com uma volta na casa dos 2:03, que sem o peso extra, poderia dar para outros voos. O piloto sentia que tinha feito tudo o que podia. Nas corridas manteve a postura, lutou sempre com abenegação, mas até aí o azar resolveu aparecer e desfazer o pneu da roda dianteira direita, impedindo-o de cortar a linha de meta, na corrida 3.

Não foi um fim de semana fácil para Rodrigues. Sabia desde início que teria uma tarefa muito difícil e que o handicap dos 80kg seria sempre uma pedra grande no sapato. Fez o que pôde, sempre com uma postura irrepreensivel e foi um digno representante das cores lusas. O seu esforço merece ser enaltecido. No fim de semana mais importante da sua carreira, Vila Real não lhe sorriu como noutros tempos, mas o que mostrou foi suficiente para provar mais uma vez o seu valor. Tem motivos para estar orgulhoso do que fez.