O jovem Pascal Wehrlein teve uma festa de aniversário de sonho. No domingo passado completou 21 anos e como prenda teve a festa de consagração do seu titulo no campeonato de DTM. É o mais jovem campeão de sempre, naquele que é provavelmente o melhor e mais competitivo campeonato de turismos do mundo.
Desde a sua entrada para a Mercedes em 2013, que ficamos espantados com o seu andamento. Um jovem de 18 anos, acabado de chegar a um campeonato onde muitos bons pilotos tiveram dificuldades de adaptação, conseguiu dar nas vistas, frente a nomes consagrados da modalidade.
A competir desde 2005
Embora tivesse uma experiência com karts em 2003, Wehrlein apenas começou a competir nessa modalidade em 2005, onde esteve até 2009. Nesses 4 anos, Pascal subiu ao pódio 81 vezes, com 44 vitórias obtidas, apenas a pilotar em pistas alemãs, mas cedo começou a trabalhar para chegar à categoria KF2. Depois disso terminou em 5º na ADAC Kart Masters.
Em 2010 deu um passo em frente, começando a competir na Fórmula ADAC Masters, onde terminou em 6º da geral, com uma vitória e três pódios. Na segunda época, foi campeão, com 7 vitórias em 24 corridas.
Em 2012 mudou de campeonato e chegou à F3 Euroseries, terminando a competição em 2º e em 4º na European F3 Championship. Em Novembro desse ano, compete na prestigiada prova do Circuito de Macau, terminando a corrida em 5º, a 3.4s do vencedor, António Félix da Costa.
Chegada ao DTM
Em 2013, Wehrlein ainda competiu na “nova” European Formula 3, apenas entrando em 3 corridas, passando logo para o DTM. Pascal Wehrlein entrou em 2013 para o DTM, para substituir Ralf Schumacher, que resolveu desistir da pilotagem para se dedicar da administração das equipas Mercedes no DTM. O jovem mostrou-se aos chefes da Mercedes, terminando em 22º lugar com 10 corridas no curriculum. Mas melhor que a classificação final foi a capacidade que Wehrlein teve para mostrar o seu potencial.
Em 2014, foi para a equipa de primeira linha da marca (a HWA), foi 8º no campeonato com 46 pontos e conseguiu a sua primeira vitória no campeonato. Mais um passo ruma àquela que seria a sua época de confirmação e consagração.
2015 foi um ano de sonho. Começou por ser nomeado piloto de reserva da Mercedes F1 e foi testar com a Mercedes e a Force India em Barcelona, onde deixou boas indicações. De regresso ao DTM iniciou a época com um pódio (2º lugar). Foi o início de uma temporada onde foi muito regular (trunfo importante para quem quer vencer neste campeonato). Conseguiu 5 pódios, entre os quais se podem contar 2 vitórias. Pode parecer pouco comparado com Jamie Green, 2º classificado que conseguiu 4 vitórias, mas o alemão apenas não pontuou por 2 vezes. Foi de longe o mais regular do ano e com isso conquistou o campeonato.
Para 2016 há a forte possibilidade de ingressar na Manor, que irá receber motores Mercedes e como contrapartida deverá ter de ceder um lugar para o alemão. A confirmar-se será mais um passo na carreira muito promissora deste piloto. Com um caracter típico alemão, pouco dado a sorrisos, é muito aguerrido em pista e não desiste de lutar por um lugar acima. E embora venha do DTM a adaptação à F1 não deverá ser muito difícil. Os DTM são carros com uma condução muito semelhante aos monolugares com elevado apoio aerodinâmico e com um especial cuidado na gestão dos pneus. A grande diferença é que não poderá encostar-se aos adversários para ultrapassar. É certo que não tem uma vasta experiencia, mas pilotos como Verstappen e Kvyat mostraram que não é preciso muita experiencia para se ser bem sucedido na F1. O ingrendiente fundamental para se voar longe no grande circo é a sorte, claro, mas acima de tudo o talento. E isso Pascal tem de sobra. Wehrlein tem tudo para se afirmar na F1 e, quem sabe, ser o substituto de Rosberg ou Hamilton a médio prazo.
Pedro Mendes
Fábio Mendes