F1 – Análise da época até agora: Ferrari

Depois de termos analisado a Mercedes, passamos aos segundos classificados… A Ferrari.

O regresso da Scuderia

2014 foi um ano complicado para a Ferrari. Muitas mudanças nas chefias, muitas saídas e entradas, a juntar a muita instabilidade, que resultaram num ano fraco para a marca italiana. 2015 seria para baralhar e voltar a dar, usando (e evitando) os erros do passado para melhorar em todos os aspectos. A mudança mais visível aconteceu no line up da equipa. Raikkonen manteve-se mas passou a ter como colega de equipa Sebastian Vettel. Alonso fartou-se da instabilidade e da falta de competitividade da Scuderia e resolveu arriscar, indo para a McLaren. O espanhol era acarinhado por todos e com razão, pois fez autênticos milagres com o material à disposição. Substituir o espanhol seria uma tarefa complicada para o alemão que vinha de um ano péssimo, onde “levou na cabeça” do seu colega de equipa durante o ano todo.

Mas Vettel trouxe consigo uma nova forma de trabalhar e de se relacionar com a equipa. A esta mudança também ajudou a entrada de Arrivabene, com uma forma muito mais próxima e muito mais quente de chefiar. E a nova formula resultou. O inicio da época foi prometedor e a nova máquina da Scuderia era fiável como no ano passado, mas mais potente e com um chassis melhor. O carro mostrava isso em pista e cedo se viu que o lugar de melhor “não Mercedes” estava entregue. No entanto ao longo desta primeira metade notaram-se esforços para melhorar o carro que não deram os frutos desejados. O carro melhorou é certo, mas falta ainda algo para se tornar numa ameaça real à Mercedes. Ao nível da evolução do carro pelos o ritmo é igual ao do passado. Pode ser que as férias façam bem e que os italianos encontrem forma de aumentar a performance do carro. Na Hungria ficou essa ideia no ar. Esperemos que se confirme.

Sebastian Vettel não podia desejar um melhor inicio para a sua aventura na Ferrari. Depois de uma época horrivel, apareceu extra motivado e com vontade de mostrar trabalho. Na primeira corrida fez um pódio e na segunda venceu. Um inicio de sonho para quem queria imitar o seu ídolo Schumacher. Vettel voltou ao nível do passado mostrado que 2014 foi uma anomalia. O alemão tem muito mérito na subida de nível da Scuderia. Trouxe mais alegria à equipa, trouxe vontade férrea de vencer. Não tem o talento de Alonso mas tem a capacidade de unir a equipa e a F1 é um desporto de equipa. Nesta altura tem 2 vitórias no campeonato e mais 4 pódios. Está ainda na luta pelo titulo e caso a Ferrari consiga dar mais um passo em frente com o carro, Vettel poderá tornar-se numa pedra no sapato da Mercedes.

Kimi Raikkonen é que não está a ter um bom ano. Tal como em 2014, o Iceman ainda não conseguiu mostrar todo o seu talento. Os tempos da Lotus já vão bem longe e muitas vezes o seu desempenho em pista é uma caricatura do que já fez. Se no ano passado não conseguiu entender o carro e tirar o melhor partido dele, este ano pode-se dizer que tem tido o azar do seu lado. Mas a juntar ao azar, o seu desempenho nas qualificações tem deixado muito a desejar e isso tem prejudicado o seu rendimento em corrida. No geral tem sido cilindrado pelo seu colega de equipa e o lugar na Scuderia pode estar em risco, embora as últimas notícias digam que os italianos vão manter os mesmo pilotos para 2016. No entanto há um Bottas que mostra a cada corrida que tem estofo para brilhar numa equipa de topo. Parece que o tempo de Kimi na F1 está a chegar ao fim. Mas o nosso desejo é que prove nesta segunda metade que ainda é o Iceman que todos admiramos.

Comparativo Vettel vs Raikkonen